Lançando as Sementes do Governo Global: A Busca do Vaticano por uma Autoridade Política Mundial

Autor: Carl Teichrib

Forcing Change, Volume 3, Edição 8. Setembro de 2009.

"A maioria de nós não é competidor... Somos os prêmios. A competição é sobre quem estabelecerá o primeiro sistema de governo mundial... Ninguém conseguirá ficar isento de seus efeitos. Nenhum setor de nossas vidas deixará de ser afetado." [1; Malachi Martin].

Em 1990, um ex-integrante do Vaticano alegou que uma luta titânica estava sendo travada para produzir um sistema político mundial. Essa disputa, o agora falecido jesuíta explicou, era originalmente entre três competidores: o leninismo internacional, as elites empresariais transnacionais e a mão do Vaticano.

Quase vinte anos se passaram desde que Malachi Martin chamou a atenção para essa busca de três vias. Naquela época, suas declarações pareceram ultrajantes. Claro, a ideia de um governo mundial por meio do comunismo não era nova, pois as décadas da Guerra Fria ainda estavam frescas em nossas mentes. E a escrita estava na parede a respeito do crescente poder das elites internacionais empresariais e financeiras, exemplificada por tipos como David Rockefeller e pela Comissão Trilateral. Mas, e o Vaticano?

Para muitos, a crença de que a Santa Sé estava perseguindo uma visão de governo mundial era simplesmente exagerada. Afinal, esse antigo centro do catolicismo romano tinha a reputação — principalmente entre os jovens agnósticos da Europa — de ser uma instituição de homens velhos, mergulhada em tradições, procissões e cerimoniais. E isto, apesar de a história do continente quase sempre girar em torno da força política do Vaticano.

No verão de 2009, as cartas políticas da Santa Sé foram reveladas em um importante documento papal. Voltando à declaração de Malachi Martin sobre o governo mundial, o cargo religioso mais poderoso do planeta propôs uma autoridade política mundial para administrar a economia global. A segurança alimentar, o desarmamento e a paz viriam em seguida.

Uma economia global sólida e a paz mundial são objetivos que soam bastante nobres. Mas, o perigo se esconde no fato que as sementes da tirania muitas vezes são enterradas no solo das boas intenções.

Em 7 de julho, o papa Bento XVI lançou sua nova encíclica intitulada Caritas in Veritate, ou Caridade na Verdade. Após dois anos em elaboração, esse documento foi divulgado na véspera do Encontro de Cúpula do G-8 na Itália e da reunião do papa com o presidente dos EUA Barack Obama. Com cerca de 30.000 palavras, a encíclica descreveu as preocupações do papa a respeito da globalização e da economia, ética empresarial e o papel da Igreja Católica na promoção da doutrina social.

Comentando a encíclica, o jornal The New York Times observou que "às vezes, Bento soa como um socialista europeu da velha escola..." [2] e o San Francisco Chronicle explicou que:

"Caridade na Verdade aborda questões muito modernas, como a globalização, a economia de mercado, os fundos de hedge, terceirização e energia alternativa, convocando as pessoas a deixarem de lado a ganância e permitir que suas consciências as orientem nas decisões econômicas e ambientais. Muitas das ideias apresentadas provavelmente poderão irritar os conservadores..." [3].

E. J. Dionne, colunista do The Washington Post, escreveu que Bento XVI está "bem à esquerda de Obama na economia". [4].

Embora a perspectiva do papa Bento sobre a economia global seja uma combinação desconcertante de livre mercado e ideais de bem estar social, o que causou surpresa foram seus pensamentos sobre a política internacional. Na seção 67 de Caridade na Verdade, o papa soltou uma bomba ideológica — uma autoridade mundial para "administrar a economia", realizar o "oportuno desarmamento" e garantir a "segurança alimentar e a paz".

Aqui está a maior parte da seção 67. A referência a uma "autoridade política mundial" está muito clara e o papa Bento explica que deve ser dado a esse organismo internacional o poder de imposição, de se fazer obedecer, isto é, força real.

67. Perante o crescimento incessante da interdependência mundial, sente-se imenso — mesmo no meio de uma recessão igualmente mundial — a urgência de uma reforma quer da Organização das Nações Unidas quer da arquitetura econômica e financeira internacional, para que seja possível uma real concretização do conceito de família de nações.

De igual modo sente-se a urgência de encontrar formas inovadoras para atuar o princípio da responsabilidade de proteger e para atribuir também às nações mais pobres uma voz eficaz nas decisões comuns. Isto revela-se necessário precisamente no âmbito de um ordenamento político, jurídico e econômico que incremente e guie a colaboração internacional para o desenvolvimento solidário de todos os povos.

Para o governo da economia mundial, para sanar as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e em consequência maiores desequilíbrios, para realizar um oportuno e integral desarmamento, a segurança alimentar e a paz, para garantir a salvaguarda do ambiente e para regulamentar os fluxos migratórios urge a presença de uma verdadeira Autoridade política mundial, delineada já pelo meu predecessor, o Beato João XXIII.

A referida Autoridade deverá regular-se pelo direito, ater-se coerentemente aos princípios de subsidiariedade e solidariedade, estar orientada para a consecução do bem comum, comprometer-se na realização de um autêntico desenvolvimento humano integral inspirado nos valores da caridade na verdade. Além disso, uma tal Autoridade deverá ser reconhecida por todos, gozar de poder efetivo para garantir a cada um a segurança, a observância da justiça, o respeito dos direitos. Obviamente, deve gozar da faculdade de fazer com que as partes respeitem as próprias decisões, bem como as medidas coordenadas e adotadas nos diversos fóruns internacionais.

[Fonte: http://wiki.cancaonova.com/index.php/Enc%C3%ADclica_Caridade_na_Verdade].

Uma controvérsia imediata cercou este parágrafo, com alguns católicos rapidamente tentando afastar a ideia que a Santa Sé apoiava o governo mundial.

Hierarquia de Poder

John-Henry Westen, escrevendo para o LifeSiteNews, afirmou inequivocamente que o papa estava falando "diretamente contra um governo mundial". A justificativa dele para essa posição foi a chamada do papa para uma "autoridade política dispersa", no parágrafo 41 — uma referencia ao papel dos Estados no sistema internacional. Westen também apresenta o uso do termo "subsidiariedade" na seção 57 como um ataque ao governo mundial.

Este é um ponto importante: Subsidiariedade é o ensino social católico de que as questões devem ser tratadas ao nível mais baixo possível. Em muitos aspectos, ele se baseia no tema da autodeterminação e, neste sentido, se mostra contrário a uma autoridade mundial.

A Seção 57 da Caridade na Verdade diz:

"Para não se gerar um perigoso poder universal de tipo monocrático, o governo da globalização deve ser de tipo subsidiário, articulado segundo vários e diferenciados níveis que colaborem reciprocamente. A globalização tem necessidade, sem dúvida, de autoridade, enquanto põe o problema de um bem comum global a alcançar; mas tal autoridade deverá ser organizada de modo subsidiário e poliárquico, seja para não lesar a liberdade, seja para resultar concretamente eficaz."

O Sr. Westen, que afirma que o uso da subsidiariedade de Bento se opõe ao governo mundial, diagnosticou incorretamente esta seção. O papa não está falando contra o governo mundial ao evocar a subsidiariedade, ao contrário, está oferecendo um modelo hierárquico sobre o qual uma autoridade mundial deve ser construída. Essencialmente, onde as questões possam ser tratadas no nível local ou nacional, que sejam tratadas nesses domínios. E onde as questões são globais e não podem ser tratadas adequadamente em um nível inferior, então uma autoridade mundial é necessária.

O papa Bento também sugeriu que a subsidiariedade possa ser um valor de segurança que serve como contrapeso para um governo universal não assumir características tirânicas. Mas, propor que a subsidiariedade seja um modo de se contrapor à tirania não é convincente — ela não pode nem mesmo conter a expansão do grande governo de hoje.

John Laughland, autor de The Tainted Source: The Undemocratic Origins of the European Idea (As Origens Antidemocráticas do Pensamento Europeu), observou que: "... a Constituição Alemã tornou-se cada vez mais centralizada como resultado de sua cláusula de subsidiariedade." A União Europeia também incorpora esse conceito; todavia, isso não a impediu de centralizar poder político e acumular uma burocracia inchada. Subsidiariedade, de acordo com Laughland, é um modelo que assume uma "hierarquia piramidal unitária de funções executivas" com uma doutrina decididamente corporativista. [6].

A subsidiariedade pode ser encontrada até no sistema da ONU. O professor Robert Araújo explica que: "o princípio da subsidiariedade é reconhecido como um princípio fundamental da Organização das Nações Unidas". [7] Aqui, o conceito está centrado na autodeterminação no Artigo 1, Parágrafo 2 da Carta da ONU. No entanto, isso não impede a ONU de buscar jurisdição internacional autorizada sob a bandeira de "reforma".

É importante observar que a subsidiariedade permite tomada de decisão e autodireção em nível da população, mas isto dentro do contexto de uma perspectiva mais abrangente. O professor Araújo explica que é um "conceito que sintetiza os interesses do indivíduo com os da comunidade". Portanto, não é difícil ver como esse princípio pode se aliar com uma autoridade mundial — você pode exercer controle político local, mas onde o envolvimento local termina, os outros níveis de governo intervêm em prol do "bem comum".

Dizer que o papa Bento se opõe ao governo mundial porque evocou a subsidiariedade não é a questão: a subsidiariedade desempenha um papel funcional na hierarquia dos poderes políticos crescentes. O que o Parágrafo 57 demonstra não é uma aversão ao governo mundial, mas a ordem da tomada de decisão em que Bento acredita que esse governo deve se basear.

Reforma e Autoridade Mundial

O Parágrafo 67 da Caridade na Verdade é abertamente político por natureza. Aqui está uma análise de alguns pontos-chave:

"Reforma das Nações Unidas" — A reforma das Nações Unidas está centrada em mais do que apenas "alterações na votação" ou "transparência". Pelo contrário, a reforma está conectada com uma tributação mundial, um componente de imposição das leis internacionais e a criação de um parlamento internacional. Uma pequena montanha de relatórios e documentos que suportam essa versão de reforma, já existe, apoiada pelas Nações Unidas, pelos governos nacionais e grupos pró-ONU, como o Movimento Federalista Mundial e o Clube de Roma. [8] De fato, essa plataforma de tributação internacional, imposição das leis e um Parlamento Mundial foram os pontos principais de discussão no Foro do Milênio da ONU — particularmente durante as reuniões organizadas pelo grupo de trabalho sobre "Fortalecimento e Democratização das Nações Unidas". [9].

Cliff Kincaid, editor do site Accuracy in Media, observou as ligações entre a reforma e o governo mundial na Seção 67 do texto papal:

"... a "reforma" da ONU tem o objetivo de fortalecê-la. Por esta razão, a ONU está claramente destinada, do ponto de vista do Vaticano, a se tornar a Autoridade Política Mundial." [10].

A reforma da ONU vai muito além de trocar a mobília dos escritórios.

"Responsabilidade de proteger" — Conhecido como R2P, este é um ideal federalista mundial que daria à ONU um mandato para intervir internamente quando um país cometer uma violação aos direitos humanos. Aparentemente, parece ser uma boa ideia, mas os críticos — e até mesmo alguns defensores — percebem que esse mandato poderá abrir a Caixa de Pandora.

José E. Alvarez, presidente da Sociedade Americana de Direito Internacional, reconheceu esta situação, ao discursar em uma conferência sobre Direito Internacional, em Haia, em 2007. O R2P, sugeriu ele, poderá ser usado como um pretexto para o envolvimento em todos os tipos de ações intervencionistas questionáveis. [11].

Ninguém em sã consciência deseja que um grupo de pessoas sofra genocídio ou injustiças graves. O R2P, no entanto, é um conceito seriamente defeituoso que tem potencial para graves abusos. A partir de uma perspectiva de gestão mundial, o direito de proteger se torna a justificativa legal para uma autoridade política mundial agir militarmente. O perigo se enconde no fato que as sementes da tirania são muitas vezes enterradas no solo das boas intenções.

Para saber mais sobre o conceito R2P, veja o Volume 2, Número 7 de Forcing Change (http://www.forcingchange.org) — Kosovo and the International Community: Just Another Pawn in the Game ("Kosovo e a Comunidade Internacional: Apenas outro Peão no Jogo").

"Para governar a economia global" — Isto já está sendo discutido na comunidade internacional, e está parecendo que a nova ordem financeira mundial será uma estrutura de poder hierárquica que fortalecerá muito as instituições globais existentes:

O Banco de Compensações Internacionais — será o regulador bancário global. O BIS (do inglês Bank for International Settlements) está se posicionando rapidamente como o gerente do sistema bancário internacional, um órgão que irá supervisionar os bancos e o sistema financeiro de todo o mundo, incluindo a regulação do capital internacional. Uma entidade deste tipo seria o equivalente para os banqueiros de "O Rei do Pedaço". [NT: Para saber mais sobre o BIS, leia "O Sistema Financeiro Internacional — Parte 3: O Banco de Compensações Internacionais".] O Los Angeles Times escreveu no ano passado que:

"... Esse sistema forçaria os países a abrirem mão de certa medida de sua soberania nacional para os bancos que operam dentro de seus territórios. Isto também poderá levar burocratas internacionais a tentarem moldar a política financeira e, possivelmente, tomarem medidas punitivas."

Fundo Monetário Internacional — Será o banco da moeda de reserva mundial. Neste esquema, o FMI estará encarregado de regular uma nova moeda global a ser utilizada no comércio internacional, incluindo o setor de energia. Colaborando com o Banco Mundial, o FMI usará, do mesmo modo, essa nova unidade monetária para realizar empréstimos internacionais e cobrar as obrigações da dívida. As moedas nacionais e regionais ainda existirão, pelo menos provisoriamente, mas os valores reagirão e se ajustarão de acordo com os novos critérios e parâmetros globais. [NT: Para saber mais sobre o FMI, leia "O Sistema Financeiro Internacional — Parte 1: O Fundo Monetário Internacional (FMI)".]

Organização Mundial do Comércio — Está se tornando a reguladora do comércio global. A OMC estabelecerá as regras para a comercialização de bens e serviços por meio de um conjunto de padrões organizados de forma global, um processo que atualmente está em negociação. As políticas comerciais nacionais se alinharão depois às práticas mundiais aprovadas. Tudo isto já está acontecendo, mas há outra ligação entre o livre comércio global e um novo sistema financeiro internacional. Richard Cooper, embora defendendo uma única moeda de reserva global, observou o seguinte em uma conferência, em 1984, patrocinada pelo Banco da Reserva Federal de Boston:

"Seria lógico se o livre comércio (mundial) seguisse esse regime de moeda única. Isso também seria condizente com o espírito político colaborativo necessário para estabelecer o regime de moeda única. O livre comércio asseguraria um mercado de bens e de instrumentos financeiros." [12].

Organização das Nações Unidas — Está rapidamente se tornando a ética global e agência de governança. A ONU oferecerá contribuição moral e orientação política para a recém-gerenciada economia mundial. Essencialmente, esse órgão se tornará a "consciência planetária", definindo as atitudes, valores e comportamentos políticos e do consumidor. Isto também já está acontecendo. No fim de junho, a ONU organizou uma conferência que delineou uma norma social aceita para a economia global: uma cosmovisão centrada no planeta Terra, socialismo internacional e uma visão de Nova Era da evolução planetária.

Lembre-se, a autoridade política mundial de Bento XVI deverá gerenciar a economia global. Como acontecerá a execução desse mandato? A autoridade mundial irá funcionar como um guarda-chuva para os grupos acima mencionados? A Organização das Nações Unidas poderá se reformar ao ponto de se tornar esse gerente da economia global?

A encíclica Caridade na Verdade nos dá um vislumbre das diretrizes da autoridade mundial, mas não fornece os detalhes operacionais. A Santa Sé fez o detalhamento, descrevendo o processo em um documento interno de operação? Em caso afirmativo, seria uma leitura muito interessante! Ou, oferecendo somente generalidades, o Vaticano espera que outros atores importantes — como as Nações Unidas ou o Movimento Federalista Mundial — elaborem os detalhes? Em caso afirmativo, qual é a função do Vaticano neste sistema de governo mundial? Observador? Consultor? Supervisor?

Muitas perguntas intrigantes surgem, e assim elas devem ser.

Nota: Para informações e análises sobre a conferência citada acima, confira o relatório da Forcing Change (http://www.forcingchange.org) — intitulado Building a New Common Future: Twisting Faith and Finance in a Global Order ("Construindo um Novo Futuro Comum: Torcendo a Fé e as Finanças em uma Ordem Global" (julho de 2009). Para mais informações sobre a mudança para uma moeda única global, consulte os artigos da Forcing Change One World, One Money ("Um Mundo, Uma Moeda") (Volume 1, Edição 12) e The Joseph Principle and Crisis Economics ("O Princípio de José e a Crise Econômica") (Volume 2, Edição 9).

"Uma autoridade... regulada por lei" — Os governos de todo mundo são regulados por leis internas e exigências de prestação de contas; contudo, isso não impede que os abusos, a corrupção e a tirania entrem em cena. A ideia de que uma autoridade mundial possa ser mantida em xeque por um sistema de leis mundiais não se sustenta.

"Verdadeira autoridade politica mundial" — Este não é um ideal moral ou espiritual propagado pela Santa Sé, mas é a visão de um governo mundial real. Isto está evidente no contexto geral da Seção 67 e com as próprias palavras: "uma autoridade política mundial".

Sem dúvida, o ofício papal deseja ver um padrão espiritual incorporado a essa entidade política, baseado em grande parte nos ensinos sociais da Igreja Católica. No entanto, isso não garante de forma alguma que uma autoridade mundial agirá de boa vontade. Como a história confirma, o próprio Vaticano está longe de ser imune nesse aspecto, e "os detentores do poder" tendem a acumular mais e mais poder.

Lembre-se das palavras de Lord Acton, um historiador católico que escreveu o seguinte em resposta à autoridade inquestionável do Vaticano: "O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente." [13].

Seguindo uma Tradição

A promoção de um governo mundial do Papa Bento XVI não ocorreu por acaso. Desde 1950 a Santa Sé tem agido constantemente para apoiar uma ONU fortalecida e uma autoridade política mundial.

Papa Pio XII: Em 6 de abril de 1951, Pio XII teve um encontro no Vaticano com o Movimento Mundial para um Governo Federal Mundial — um precursor do Movimento Federalista Mundial. Durante esse encontro, Pio XII incentivou sua audiência pró-governo mundial a continuarem nessa busca.

"Seu movimento, senhores, tem a tarefa de criar uma organização política eficaz do mundo. Não há nada mais de acordo com as doutrinas tradicionais da Igreja ou melhor adaptada a seus ensinos sobre guerra justa ou injusta, especialmente na presente situação mundial. Uma organização desta natureza deve, portanto, ser criada..."

O papa então explicou, com razão, que os "germes mortais do totalitarismo mecânico" podem infectar essa "organização política mundial". No entanto, ao observar essa possibilidade, ele instruiu os participantes a seguirem uma abordagem mundial federalista moralmente firme. Encerrando o encontro, o papa encorajou seus ouvintes a seguirem essa grande ideia.

"... Vocês têm a coragem de se entregar a esta causa. Nós os parabenizamos. Gostaríamos de expressar-lhes nossos votos de total sucesso e de todo nosso coração rezaremos para que Deus lhes conceda Sua sabedoria e ajuda no desempenho de sua tarefa." [14].

Papa João XXIII: Em sua encíclica de 1963, Pacem in Terris, João XXIII propôs uma autoridade pública internacional com uma "esfera de atividade mundial" para lidar com os problemas globais. Essa autoridade seria "equipada com poder mundial e meios adequados para realizar o bem comum universal", embora não possa se estabelecer pela força, "ela deve ser criada com o consentimento de todas as nações."

Ao considerar como este sistema funcionaria, João XXIII recorreu ao princípio da subsidiariedade, dizendo que este deve ser aplicado "às relações entre a autoridade pública da comunidade mundial e as autoridades públicas de cada comunidade política".

Subsidiariedade aqui, como o uso de Bento do termo, não nega uma autoridade mundial — simplesmente impõe uma estrutura hierárquica que reconhece cada nível, de baixo para cima, como uma chave para o processo. [15].

Papa Paulo VI: Ao falar na Organização das Nações Unidas em 1965, a adulação vinda do papa foi agradável. Em seu discurso, ele elogiou o sistema da ONU como "o caminho obrigatório da civilização moderna e da paz mundial".

"O edifício que vocês construíram nunca deve cair; ele precisa ser aperfeiçoado e deixado à altura das necessidades que a história mundial irá apresentar. Vocês marcam uma etapa no desenvolvimento da humanidade, em que o recuo nunca deve ser admitido... Avancem sempre!... Que a confiança unânime nesta instituição cresça, que sua autoridade aumente."

Infelizmente, o papa Paulo VI defendeu um governo mundial.

"Há alguém que não veja a necessidade de chegar, assim, progressivamente ao estabelecimento de uma autoridade mundial, apta para agir eficazmente nos níveis jurídico e político?" [16].

Papa João Paulo II: Em seu discurso na ONU em 1995, João Paulo refletiu sobre as ligações históricas entre o Vaticano e o organismo internacional.

"A Santa Sé, em virtude de sua missão especificamente espiritual, que a torna interessada no bem integral de cada ser humano, tem apoiado os ideais e metas da Organização das Nações Unidas desde o início. Embora seus respectivos objetivos e abordagens práticas sejam obviamente diferentes, a Igreja e as Nações Unidas constantemente encontram áreas extensas de cooperação com base em sua preocupação comum pela família humana." [17].

Embora o papa João Paulo II tenha batido de frente com as Nações Unidas nas questões sobre família, ele depositou enorme importância na obtenção de sistemas políticos de lei internacional. Em 1985, ele discursou para os juízes do Tribunal Internacional de Justiça, dizendo-lhes que:

"A Santa Sé atribui grande importância à colaboração com a Organização das Nações Unidas e com os diversos organismos que são uma parte vital de seu trabalho. O interesse da Igreja no Tribunal Internacional de Justiça remonta aos primórdios deste Tribunal e aos eventos que estiveram ligados à sua criação..."

"A Igreja tem constantemente apoiado o desenvolvimento de uma administração internacional da justiça e arbitragem como um caminho de paz que resolva completamente os conflitos e como parte da evolução de um sistema jurídico mundial..."

"Estritamente falando, o Tribunal presente não é mais — mas também não é menos — que um passo inicial para o que esperamos que um dia seja uma autoridade judicial totalmente eficaz em um mundo pacífico." [18] (Itálico no original)

Em outros discursos e escritos, como em sua encíclica Sollicitudo rei Socialis, João Paulo defendeu um fortalecimento da lei mundial e um "grau superior de ordenação internacional". [19]. Nada disso tem a mesma evidência que a recomendação do papa Bento de uma "autoridade política mundial", mas isto segue um tema político comum — o governo global ampliado e melhorado.

A ideia do papa Bento de uma "autoridade política mundial" não surgiu do nada. Pelo contrário, ao longo de sucessivos pontificados, remontando a pelo menos Pio XII, a Santa Sé tem nutrido visões de uma política internacional.

Influenciando os Príncipes e os Destituídos

O fato de um líder religioso propor uma autoridade mundial é interessante em si mesmo, mas, como isso emana do ofício papal, uma medida extra de atenção é necessária.

Não podemos negligenciar a influência exercida pela Santa Sé. O papa é muito diferente em relação às outras figuras religiosas quando se trata de importância mundial. É verdade que alguns líderes protestantes e evangélicos são consultados pelas elites políticas, e membros dos governos muitas vezes procuram líderes de outras religiões, como o Dalai Lama. Mas tudo isso é pequeno em comparação com os poderes históricos e contemporâneos do ofício papal.

Durante séculos, a Santa Sé tem sido a peça central dos assuntos políticos europeus. Sua história está repleta de intrigas geopolíticas, guerras papais, ascensão e queda de potências nacionais. Os membros das famílias reais de todas as partes do continente viajavam a Roma e solicitavam audiência com o papa, na esperança de obter seu favor. Além disso, o Vaticano tem sido um centro concentrador para os interesses bancários, espionagem e negociações empresariais transnacionais. [21] Além disso, exatamente como no passado, presidentes e primeiros-ministros curvam-se hoje diante do papa, buscando seu conselho e discutindo particularmente as questões de grande importância política, econômica e social.

Eric Frattini, o autor de The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage ("A Entidade: Cinco Séculos de Espionagem Secreta do Vaticano"), nos dá uma visão desse mundo geopolítico:

"O papado, a autoridade suprema na liderança da Igreja Católica, é a instituição mais antiga estabelecida no mundo. Foi a única instituição a prosperar durante a Idade Média, um ator influente no Renascimento, um protagonista nas batalhas da Reforma, da Contra-Reforma, na Revolução Francesa, na Era Industrial e na ascensão e queda do comunismo. Durante séculos, fazendo pleno uso de sua famosa 'infalibilidade', os papas fizeram seu poder centralizado influenciar os resultados sociais dos desdobramentos dos acontecimentos históricos..."

"... Ao longo da história, o papado sempre apresentou duas faces: a da liderança mundial da Igreja Católica e a de uma das melhores organizações politicas do mundo. Enquanto os papas, por um lado, abençoavam seus fiéis, por outro, recebiam embaixadores estrangeiros e chefes de Estado e despachavam emissários e núncios em missões especiais." [22].

Além disso, por trás do papa, está uma massa de católicos devotos, que não devem concordar com o governo mundial, mas que estão, apesar disso, comprometidos com a Igreja Católica Romana — e, assim, apoiam o pontífice. Avro Manhattan, um crítico da Santa Sé, corretamente fez a correlação entre o poder do Vaticano e seus fiéis:

"O que dá ao Vaticano seu tremendo poder não é sua diplomacia como tal, mas o fato de que por trás de sua diplomacia está a Igreja, com todas as suas múltiplas atividades abraçando o mundo..."

"... A diplomacia do Vaticano é tão influente e pode exercer um poder tão grande no campo diplomático-político porque tem ao seu dispor a tremenda máquina de uma organização espiritual que tem ramificações por todos os países do mundo. Em outras palavras, o Vaticano, como poder político, emprega a Igreja Católica como uma instituição religiosa para auxiliar na obtenção de seus objetivos. Esses objetivos, por sua vez, são procurados principalmente para promover os interesses espirituais da Igreja Católica."

"... a hierarquia católica automaticamente reage de acordo com inúmeras organizações religiosas, culturais, sociais e, finalmente políticas, conectadas com a Igreja Católica, que, embora vinculadas com a Igreja principalmente por motivos religiosos, podem em determinados momentos ser usadas direta ou indiretamente para atingir fins políticos." [23].

A questão é a seguinte: Nenhum outro líder religioso no mundo detém tanta influência política e econômica dentro de uma estrutura religiosa. Considere apenas o número de adeptos que compõe a espinha dorsal da Igreja de Roma: Nos EUA, os católicos constituem aproximadamente 22% da população, e 17% do total mundial — ou cerca de 1,14 bilhão de pessoas. [24] É por isto que o pedido do papa Bento de uma "autoridade política mundial" é tão significativo; o que ele fala influencia centenas de milhões de líderes e leigos.

Se um pastor batista ou um pregador menonita, com uma congregação de algumas dezenas ou poucas centenas, fizesse o apelo para a criação de uma "autoridade política mundial" no estilo da ONU — isto não teria muita repercussão além dos bancos dessa igreja em particular. Os fiéis poderiam animar o pastor ou então questionar suas suposições. Mas, falando em termos gerais, isto não causaria uma reverberação para além da comunidade local. No entanto, quando o "Santo Padre" — um título católico que denota mais que apenas um "líder" — faz essa recomendação e tem o apoio dos apelos dos papas anteriores, as ondas da influência repercutem por todo o mundo.

Conclusões

Há pelo menos seis décadas que a Santa Sé tem apoiado a busca por uma estrutura política global.

O papa Bento, por meio de sua encíclica recente, apoiou explicitamente a ideia de uma autoridade política mundial; e esse governo mundial deve ser projetado para incorporar o princípio da subsidiariedade. Outro ponto: Que a subsidiariedade em uma estrutura política universal seria semelhante ao chavão: "Pense globalmente, aja localmente."

A influência da Santa Sé sobre a comunidade internacional é substancial e o papado tem o suporte e o apoio geral de centenas de milhões em todo o mundo, acrescentando o apoio "local-para-global" para as visões geopolíticas do Vaticano.

Os defensores do governo mundial — como o Movimento Federalista Mundial — pegarão as recomendações do papa Bento e as usarão para promover a ideia de gestão mundial.

Muitos católicos romanos e organizações católicas, subsequentemente, irão endossar a proposta de uma autoridade política mundial e, consequentemente apoiarão vários movimentos pró-governança global.

Indivíduos e organizações dentro e fora da Igreja Católica defenderão a encíclica papal, procurando espiritualizar ou moralizar o texto, tentando desse modo amenizar a controvérsia. No entanto, o intento do papa de uma autoridade política mundial permanece.

Uma minoria de católicos irá se opor veementemente ao chamado do papa para o fortalecimento da ONU e do governo internacional (muitos mais serão indiferentes). A ridicularização e a zombaria poderão ocorrer para aqueles que falarem publicamente contra os ideais políticos de Bento XVI. Espere uma cisão entre aqueles que se opõem e aqueles que defendem o governo global.

Grupos religiosos não-católicos apoiarão a encíclica do papa Bento. Um documento de resposta evangélico já foi produzido por um grupo de professores e líderes nacionais evangélicos. Intitulado Praticando a Verdade em Amor, o texto reconhece que as novas formas de autoridade global são necessárias, mas que elas "devem garantir a participação crescente, a transparência e a responsabilidade, e ajudar a fortalecer o estado da nação em relação ao poder financeiro global". [25] Esta é uma visão mais utópica do que prática, pois poucos incentivos reais levariam um governo mundial a operar assim abertamente.

Novas alianças e redes serão formadas para aumentar a pressão política e social em apoio à gestão global; essas redes irão incorporar grupos católicos e do Vaticano, organizações não-governamentais (ONGs) e elementos das Nações Unidas.

Quando a Santa Sé erguer o cetro do governo mundial, isto deverá sacudir tanto os católicos quanto os não católicos. Mesmo se uma autoridade política mundial não se concretizar, essa defesa é impressionante. Aqui temos o ofício religioso mais influente de todo o mundo — ele mesmo politicamente estruturado como uma autoridade hierárquica de cima para baixo — promovendo um sistema também hierárquico de cima para baixo de gestão internacional. A percepção por si só é profundamente preocupante.

Além disso, se uma autoridade política mundial realmente aparecer, o que a impedirá de se transformar em um regime autoritário? Até nisto, estamos admitindo que a autoridade global será introduzida como um governo limitado. A contradição máxima, é claro, é uma autoridade mundial sem força. Sem ter a capacidade de imposição, de se fazer obedecer, ela seria pouco mais que um conselho consultivo. Portanto, para ser eficaz, ela precisa ser um poder centralista com influência; qualquer coisa menor do que isto não faria sentido.

Mas é isto que o mundo precisa para garantir a ordem mundial?

Considere por um momento os últimos cem anos, um século repleto de exemplos de governos centralistas "bem-intencionados" — eles sempre foram bem-intencionados para alguém. Em nome da "paz e segurança" esses regimes esmagaram os opositores internos, muitas vezes liquidando seus próprios apoiadores nesse processo. Do Chile à China, o lema não-oficial "Paz é a destruição de toda a oposição" foi colocado em prática. No caso da Alemanha nazista, o governo chegou ao poder pela via do processo democrático. Infelizmente, em alguns casos o próprio Vaticano esteve de mãos dadas com aqueles que cometeram esses crimes, como na Croácia durante os anos 1940. [26]

Será que tudo isto significa que a Santa Sé apoia um regime ditatorial mundial? Não segundo a encíclica do papa Bento, onde ele abertamente reconheceu a possibilidade perigosa de um "poder universal de natureza tirânica". Sua esperança, como descrito em Caridade na Verdade, é uma autoridade política mundial colocada em xeque por limites legais para não "violar a liberdade". Os excessos do governo seriam compensados por medidas de prestação de contas e de responsabilização.

Este é um ótimo conceito na teoria, mas que se apoia em uma suposição fraca: Que a autoridade política mundial estará satisfeita em permanecer dentro de limitações determinadas, satisfeita em operar dentro de rígidas restrições sociais, econômicas e políticas. Aqui está o empecilho: nossas avançadas nações democráticas — e até mesmo o Vaticano — não têm vivido e não conseguem viver de acordo com essa norma fundamental.

Enquanto o papa Bento tenta sutilmente persuadir os católicos e os líderes nacionais a aceitarem a ideia de governo mundial, as sóbrias palavras de Lord Acton ecoam de um passado quase esquecido: "O poder corrompe..."

Notas Finais

1. Malachi Martin, The Keys of This Blood (Touchstone, 1990), pág.15.

2. The New York Times, "Pope Urges Forming New World Economic Order to Work for the 'Common Good'," 8 de julho de 2009. Edição on-line.

3. David Ian Miller, "The Pope pays the economy some attention," The San Francisco Chronicle, 13 de julho de 2009. Edição on-line.

4. E. J. Dionne Jr. "To the Right of the Pope", The Washington Post, 8 de julho de 2009, edição on-line.

5. John-Henry Westen, "Pope's New Encyclical Speaks Against, not for On-World Government and New World Order," www.LifeSiteNews.com, 8 de julho de 2009.

6. John Laughland, The Tainted Source: The Undemocratic Origins of the European Idea (Little, Brown & Company, 1997), págs.154-155.

7. Robert John Araújo, "International Law Clients: The Wisdom of Natural Law," Fordham Urban Law Journal, agosto de 2001.

8. Para alguns exemplos, dentre muitos, veja os seguintes relatórios: Our Global Neighborhood (The Commission on Global Governance, Oxford University Press, 1995 — apoiada e endossada diretamente pelo Secretário-Geral da ONU); Toward a Rapid Reaction Capability for the United Nations (Governo do Canadá, 1995); Rethinking Basic Assumptions About the United Nations (World Federalist Association, 1992); Reshaping the International Order (Clube de Roma, 1976).

9. Foro do Milênio da ONU, 22-26 de maio de 2000. Veja o documento final, Millennium Forum Declaration and Agenda for Action.

10. Cliff Kincaid, "Who Will Probe the UN-Vatican Connection?" Accuracy in Media, 4 de agosto de 2009. (http://www.aim.org).

11. José E. Alvarez, The Schizophrenias of R2P, Painel de Apresentação na Conferência Conjunta Sobre Questões Contemporâneas do Direito Internacional: Jurisdição Criminal 100 Anos Após a Conferência de Paz de Haia, de 1907. Haia, Holanda, 30 de junho de 2007.

12. Richard N. Cooper, Is There a Need to Reform? The International Monetary System: Forty Years After Bretton Woods (Federal Reserve Bank of Boston, 1984), pág. 33.

13. Reimpresso no livro de Eric Frattini, The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage (St. Martin's Press, 2008), pág. 2.

14. Discurso do papa Pio XII durante uma audiência com os delegados do Quarto Congresso do Movimento Mundial para o Governo Federal Mundial, em 6 de abril de 1951. Uma cópia desse discurso está na biblioteca do autor. Ele está reimpresso integralmente em The Power Puzzle: A Compilation of Documents and Resources on Global Governance (2004, pode ser obtido no site da Forcing Change, em http://www.forcingchange.org).

15. Pope John XXIII, Pacem in Terris, parágrafos 137 ao 141.

16. Discurso do papa nas Nações Unidas, 4 de outubro de 1965. Reimpresso integralmente em The Power Puzzle: A Compilation of Documents and Resources on Global Governance (http://www.forcingchange.org).

17. Discurso do papa João Paulo II na sede da ONU, em 5 de outubro de 1995.

18. Discurso de João Paulo II na Corte Internacional de Justiça durante o Encontro no Palácio da Paz, Haia, 13 de maio de 1985.

19. Sollicitudo rei socialis, parágrafo 43.

20. O papa João Paulo I esteve no cargo por somente 33 dias antes de ser assassinado em 1978. Durante esse período de tempo, ele fez diversos discursos, mas não encontrei nenhum que apoie diretamente a governança global.

21. Vários livros já foram escritos sobre o papel da Santa Sé nas negociações globais, incluindo sistema bancário, espionagem e diplomacia internacional. Um dos livros mais recentes sobre este assunto é The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage, de Eric Frattini (St. Martin's Press, 2008).

22. Eric Frattini, The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage (St. Martin's Press, 2008), pág. 1.

23. Avro Manhattan, The Vatican in World Politics (Gaer Associates, 1949), págs. 28-29.

24. Frequently Requested Catholic Church Statistics, Center for Applied Research in the Apostolate, Georgetown University, as estatísticas são do ano 2009; http://cara.georgetown.edu/bulletin/index.htm.

25. Doing the Truth in Love. Uma cópia do documento, junto com os subscritores, pode ser encontrada em http://www.cpjustice.org/doingthetruth.

26. A matança dos ortodoxos sérvios pelos croatas foi um dos exemplos mais terríveis de genocídio na história moderna. Tão cruéis foram os ataques que até os embrutecidos soldados nazistas alemães registraram o horror que sentiram. Veja John Cornwell, Hitler's Pope: The Secret History of Pius XII (Viking, 1999), pág. 248-260. Veja também Unholy Trinity: The Vatican, the Nazis, and the Swiss Banks, de Mark Aarons and John Loftus (St. Martin's Griffin, 1998); e The Vatican's Holocaust, de Avro Manhattan (Ozark Books, 1986). Mark Aarons and John Loftus atestam a credibilidade de Manhattan, explicando "ele estava muito bem informado, pois trabalhou na Inteligência britânica durante a guerra" (Unholy Trinity, pág. 86).


Autor: Carl Teichrib, artigo original em http://www.crossroad.to/articles2/forcing-change/09/9-vatican.htm
Tradução: Talita S. Mendes
Data da publicação: 22/12/2010
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/govglobalvat.asp