Resistindo ao Governo

Como devem os cristãos interpretar Romanos 13:1-7?

Em um artigo anterior intitulado "Patriotismo Cristão" (P186), exploramos um tópico que continua a ser controverso — a responsabilidade do cristão de obedecer a autoridade governamental conforme apresentada em Romanos 13:1-7:

"Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra."

A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América diz que cabe ao povo abolir qualquer governo que ameace os direitos à "vida, a liberdade e a busca da felicidade". A passagem que contém esse sentimento é:

"Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação."

"Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade."

"Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos-Guardas para sua futura segurança." [Fonte: http://www.embaixada-americana.org.br/index.php?action=materia&id=645&submenu=106&itemmenu=110

Não há qualquer dúvida que quando os Pais Fundadores usaram o termo "abolir", o que queriam dizer é rebelar-se contra o rei Jorge, da Inglaterra, e resistir a ele pela força das armas.

Entretanto, essa rebelião e o conseqüente derramamento de sangue são sancionados pela Palavra de Deus? Como nossas amadas liberdades estão claramente sob o risco de serem suprimidas por um governo que segue a agenda iluminista, é outra "rebelião justa" a coisa certa a fazer? A julgar pelo número de artigos e sermões na Internet que tratam desse tópico, pode-se facilmente ter a impressão que alguns pastores estão exortando os cristãos a tomar essas medidas. Além disso, incidentes como os de Ruby Ridge, Waco e Oklahoma City demonstram explicitamente que certos grupos de milícia vêem dessa forma e advogam a derrubada do nosso governo.

Embora a Bíblia ensine os princípios da (1) recusa em seguir qualquer édito que tente nos fazer desobedecer a Deus, e (2) que em nenhuma circunstância temos o direito de fugir se as autoridades tentarem nos colocar em custódia, ela não ensina a insurreição armada!

"Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei, e não te ponhas com os que buscam mudanças." [Provérbios 24:21].

Em Atos 5:29, Pedro e os apóstolos disseram ao Conselho do Sinédrio: "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens" quando receberam a ordem de parar de pregar que Jesus de Nazaré era o Cristo. Como eles desobedeceram, foram açoitados (verso 40) — um castigo que envolvia certo número de chicotadas nas costas. Em Deuteronômio 25:3, a Lei de Moisés limitava o número de açoites a 40 e os judeus tradicionalmente paravam no 39 para evitar irem longe demais, mas independente do número exato de açoites que os apóstolos receberam, o castigo era brutal. Assim sendo, qual foi a reação deles a essa opressão?

"Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo." [Atos 5:41-42; ênfase adicionada].

Primeiro de tudo, precisamos observar que aquilo que eles disseram foi diante do Conselho do Sinédrio e não diante de um representante do governo romano. Fazer um comentário desses diante de Pôncio Pilatos ou de um de seus subordinados equivaleria a cometer suicídio! Declarar a disposição de pregar a despeito do édito do Sinédrio é uma questão totalmente diferente de declarar a disposição de desobedecer a lei romana. A pena máxima que o Sinédrio estava autorizado a cominar era a dos açoites, mas o governo romano tinha uma mão de ferro e normalmente aplicava a pena de morte para os casos de desobediência civil. Portanto, a coisa inteligente a fazer era tentar evitar o "radar romano" e ao mesmo tempo continuar a obedecer a ordem do Senhor de pregar o evangelho.

Em parte alguma do Novo Testamento vemos os apóstolos participando de uma rebelião ativa contra as autoridades romanas, ou ensinando os outros a fazerem isso, embora eles foram severa e freqüentemente perseguidos e a maioria deles tenha sido executada por ordem daquele governo. Sempre que foram levados a julgamento no sistema judicial romano, eles foram respeitosos e aceitaram sua punição sem incentivar sedição por parte dos outros. Para continuar obedecendo a Deus, freqüentemente eles foram forçados pelas circunstâncias a fugir e/ou a entrar na clandestinidade, desse modo "resistindo" aos vários éditos romanos emitidos contra eles, mas nunca pegaram em armas e tentaram se defender.

"Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação." [Romanos 13:1-2].

O ponto que precisamos compreender é que eles não "resistiram" os governo romano no sentido que Romanos 13:1-7 proíbe! De acordo com o Vine's Expository Dictionary of New Testament Words, a conotação da palavra grega antitasso que foi traduzida como "resisite" no verso 2 é como segue:

"3. ANTITASSO, anti, contra; tasso, organizar, originalmente um termo militar, ordenar batalha contra, e freqüentemente assim encontrado no papiro, é usado na Voz Intermediária para significar colocar-se contra, resistir, (a) de homens, Atos 18:6, "opondo-se", em outros lugares para resistir, de resistir aos potentados humanos, Romanos 13:2..." [ênfase adicionada].

Portanto, mesmo que a Declaração de Independência proclame que temos não somente o direito, mas também o dever, de "abolir" um governo opressivo pelo uso da força — se isso algum dia for considerado necessário pela maioria — os cristãos precisam responder à autoridade final da Palavra de Deus e não participar se derramamento de sangue for necessário para atingir o objetivo. Por quê? Porque independente de quão podre nosso governo possa se tornar, ele exercerá seu papel atribuído de acordo com o plano-mestre de nosso Deus Soberano. Qualquer tentativa de tomar medidas pelas nossas próprias mãos e derrubar um governo que Ele ordenou é convidar a reprovação divina. Devemos ser bons cidadãos e exercer todos os meios juridicamente legais que estiverem à nossa disposição para tentar manter nossa nação no caminho reto e estreito. Ao mesmo tempo, porém, precisamos estar preparados para desobedecer a qualquer édito que nos faça desobedecer a Deus e então receber o castigo previsto se formos pegos. A insurreição armada não é uma opção válida.

Minha crença pessoal é que os EUA sofrerão o terrível julgamento de Deus por diversas razões — uma (e não a menor) das quais será por causa da rebelião que criou o país. O moinho de Deus pode moer de forma bem lenta, mas produz uma farinha extremamente fina!

Um bom governo e liberdades individuais são coisas maravilhosas e devemos agradecer diariamente ao Senhor Jesus Cristo por nos permitir viver neste país, mas essas coisas não são nada em comparação com nosso dever de viver para Ele e propagar a mensagem do evangelho. Não devemos cometer o erro de nos preocuparmos excessivamente com a política e tentar manter o barco do Estado flutuando porque este mundo não é nossa pátria — somos peregrinos e estamos de passagem por aqui. É errado os cristãos serem apáticos com relação às responsabilidades da cidadania, mas ainda mais errado é a apatia com relação ao plano e aos programas de Deus. Precisamos ser diligentes em manter um equilíbrio adequado entre o sagrado e o secular lembrando que de modo algum eles são iguais em sua importância relativa.

Para todos os intentos e propósitos, os cristãos da igreja primitiva ignoravam a Roma Imperial e espalhavam as boas novas do evangelho por toda a parte para aonde iam. Eles não tentaram plantar flores no deserto formando comitês de ação política e organizando campanhas de inscrição de eleitores. Tanto quanto eu saiba, eles também não tentaram colocar um cristão em um cargo público de importância para depois tentar se tornar o próximo César e garantir a paz e tranqüilidade para todos. Não, eles apenas continuaram a falar às pessoas a respeito de Jesus Cristo e pagaram por isso com seu sangue. Se não estivermos dispostos a seguir o exemplo deles, nossas prioridades estão totalmente erradas.

Nosso Deus ainda está em Seu trono e é infinitamente capaz de lidar com as maquinações daquela casa de loucos que é o Palácio do Governo. Não tenha a menor dúvida!


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Que Deus o abençoe.

Autor: Pr. Ron Riffe
Data da publicação: 30/9/2007
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Revisão: V. D. M. — Campo Grande / MS e http://www.TextoExato.com
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