Prometo... Ser Politicamente Correto — A Grande Comissão e o Pluralismo Religioso

Autor: Carl Teichrib, Forcing Change, Volume 5, Edição 9.

"Acreditamos que as igrejas ainda não compreenderam a implicação total desta decisiva 'dimensão ecumênica'. Elas ainda não entenderam que uma unidade custosa requer um comprometimento custoso uns com os outros." — Conselho Mundial de Igrejas, Compromisso Custoso, parágrafo 17).

"... após o ecumenismo intraprotestante e intracristão, chegamos irrevogavelmente à terceira dimensão ecumênica: o ecumenismo das religiões do mundo! — Hans Kung, Prefácio para The Meaning of Other Faiths (O Significado das Outras Fés), pág.10.

As missões cristãs precisarão mudar. De fato, forças sociais vindas de muitas frentes já impactaram as missões em vários níveis. Entretanto, se três importantes organismos na Cristandade conseguirem impor suas visões, as missões cristãs mudarão ainda mais: elas se tornarão "politicamente corretas" para uma sociedade global de múltiplas fés.

Em 14 de julho de 2010, fiz uma apresentação em um acampamento cristão em Cícero, no estado americano de Indiana, sobre cosmovisões. O título de minha palestra era "O Desafio da Verdade" e a apresentação enfocou um conjunto interligado de tendências culturais, o impacto das filosofias maçônicas e teosóficas e as mudanças sociorreligiosas que estão ocorrendo no mundo ocidental — e como essas mudanças se chocam com a Grande Comissão: a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo e a formação de discípulos (Mateus 28:18-20 e Atos 1:8).

Durante aquela palestra, passei algum tempo falando sobre o previsto Código de Conduta de Conversão, um projeto inicialmente patrocinado pelo Conselho Pontifício do Vaticano para o Diálogo Inter-Religioso e pelo Conselho Mundial de Igrejas. O propósito do Código de Conduta era desenvolver um código de ética aceito por todos, para as missões cristãs em um mundo multifé. Sem qualquer surpresa, o encontro que iniciou o projeto do Código de Conduta foi interfé em sua prática e intenção. Aqui está um excerto de um comunicado preliminar à imprensa:

"Nós, os participantes nas reflexões interfé 'Conversão: Avaliando a Realidade', nos reunimos em Lariano (Itália) em 12-16 de maio de 2006. Nós, 27 de nós, pertencemos ao Budismo, Cristianismo, Hinduísmo, Islã, Judaísmo e religião Yorubá. Compartilhamos nossas visões e experiências sobre esse importante assunto durante cinco dias de convivência em um ambiente pacífico, idílico e espiritualmente vibrante da Vila Mater Dei — um tipo de peregrinação interfé, breve, porém de muitas realizações. Nossas deliberações foram intensas e ocorreram em uma atmosfera de cordialidade, respeito mútuo e comprometimento para aprender as heranças espirituais uns dos outros, que juntas constituem a herança comum de toda a humanidade." [1].

Uma série de recomendações de pano de fundo surgiu a partir desse encontro inicial. Esses pontos expressaram a parte central de uma diretriz há muito tempo desejada sobre como fazer missões, uma diretriz que esteja mais sintonizada com uma sociedade global multirreligiosa. As Recomendações 1, 3, 4 e 10 estão reimpressas a seguir:

1) "Todos nós acreditamos que as religiões devam ser uma fonte para unidade e enobrecimento dos seres humanos. A religião, compreendida e praticada à luz dos princípios e ideais centrais de cada uma das fés, pode ser um guia confiável para atender aos muitos desafios que estão diante da humanidade."

3) "Afirmamos que embora todos tenham o direito de convidar outros para uma compreensão de sua fé, isso não deve ser exercido violando-se os direitos e as sensibilidades religiosas dos outros. Ao mesmo tempo, todos devem se curar da obsessão de querer converter os outros."

4) "A liberdade de religião impõe sobre todos nós a responsabilidade igualmente inegociável de respeitar as fés diferentes da nossa e nunca denegrir, vilificar ou representá-las incorretamente com o propósito de afirmar a superioridade na nossa fé."

10) "Vemos a necessidade e utilidade de um exercício contínuo para coletivamente evoluir um 'código de conduta' sobre conversão, que todas as fés deverão seguir. Portanto, acreditamos que os diálogos inter-religiosos sobre o assunto da conversão devam continuar em vários níveis." [2].

Infelizmente, as missões cristãs tiveram e continuam a ter, exemplos de má conduta e comportamento antiético — tanto quando medido com relação ao padrão bíblico quanto aos olhos do mundo. [3]. As missões cristãs, como todos os empreendimentos, são feitos por mãos humanas. Falando em termos gerais, isto significa que a bondade e a verdade são evidentes, mas ações pecaminosas também são praticadas. Esta é uma realidade infeliz da natureza humana.

Entretanto, de acordo com nossa cultura multifé, a noção de "pecado" agora inclui aquelas ações que causam divisão e dissensão em um ambiente politicamente correto. Proclamar a mensagem exclusiva de Jesus Cristo: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" é um exemplo de "pecado" dentro do contexto da nossa "nova civilização mundial".

Isto nos traz de volta à ideia do Código de Conduta de Conversão. Essencialmente, o que está sendo dito é o seguinte: As missões cristãs precisam agir de acordo com as normas politicamente corretas em um contexto multifé. Quinze meses após o Vaticano e o Conselho Mundial de Igrejas realizarem seu primeiro encontro interfé sobre "Conduta", a Aliança Evangélica Mundial anunciou que se envolveria oficialmente com o programa. O Secretário-geral da Aliança, o Dr. Geoff Tunnicliffe, "deu sua total aprovação". [4].

O envolvimento da Associação Evangélica Mundial é significativo, pois a organização representa cerca de 600 milhões de pessoas em todo o mundo. Essa representação vem por meio de organismos evangélicos nacionais e regionais, como a Comunhão Evangélica do Canadá — o braço nacional da Associação no Canadá, e um grupo guarda-chuva para centenas de igrejas evangélicas em meu país. A Associação Evangélica Nacional é o braço da Associação Evangélica Mundial nos Estados Unidos. Além disso, a Associação está afiliada e emparceirada com uma infinidade de grupos paraeclesiásticos e agências missionárias.

Com o envolvimento da Associação Evangélica Mundial, o bloco principal da "Cristandade" foi agora representado por meio destes três parceiros no Código de Conversão: o Catolicismo Romano por meio do Conselho Pontifício do Vaticano para o Diálogo Inter-Religioso, o Conselho Mundial de Igrejas (que tem um imenso bloco de denominações Ortodoxas, Protestantes e Anabatistas) e a Aliança Evangélica Mundial — envolvendo a maior parte da comunidade evangélica. De acordo com um artigo publicado em Christian Today Australia, essa parceria tripartite representa "mais de 90% da população cristã total no mundo". [5].

O Testemunho Cristão

Durante minha apresentação sobre cosmovisões no acampamento, chamei a atenção que o Código de Conduta final seria publicado durante o ano de 2010, de acordo com a documentação disponível naquele tempo. Mas, eu estava errado. O relatório final foi anunciado somente em junho deste ano (2011) e foi saudado como um "acontecimento histórico". Intitulado Christian Witness in a Multi-Religious World (Testemunho Cristão em um Mundo Multirreligioso), esse curto documento delineia uma estrutura para "missões" em uma sociedade pluralista.

Ao examinar a primeira seção do relatório, o texto afirma a base do testemunho cristão no contexto de Jesus Cristo — "a suprema testemunha" — e o compartilhamento das "boas novas do Reino de Deus".

Ele também afirma que: "O exemplo e ensino de Jesus Cristo e da igreja primitiva precisam ser os guias para a missão cristã. Há dois milênios que os cristãos procuram seguir o caminho de Cristo compartilhando as boas novas do Reino de Deus."

A maior parte do restante do documento tenta então conectar essa plataforma bíblica com uma mentalidade interfé. Como diz o ponto 4 do Preâmbulo: "O testemunho cristão em um mundo pluralista inclui envolver-se em diálogo com pessoas de diferentes religiões e culturas." A passagem das Escrituras usada para apoiar a declaração foi Atos 17:22-28, a experiência de Paulo em Atenas.

Entretanto, o que Paulo fez em Atenas não reflete o diálogo pluralista dos tempos atuais. Sim, Paulo reconheceu a condição espiritual da cidade, ele chamou a atenção das pessoas na praça e no Areópago e usou a cosmovisão religiosa ateniense não para entrar em um "diálogo multifé, que intencionalmente evita os atos de conversão — mas como um trampolim para apresentar a impopular mensagem do evangelho: o caráter do Deus verdadeiro, o arrependimento, o julgamento futuro e a ressurreição de Jesus Cristo. Isso não foi "envolver-se em diálogo com pessoas de diferentes religiões", mas proclamar a mensagem do verdadeiro Redentor. O modo como Paulo tratou o cenário ateniense multirreligioso é exemplar para nós hoje. Ele usou com muito tato seu conhecimento da mentalidade cultural e religiosa como uma alavanca para apresentar uma mensagem que muitos rejeitaram, porém alguns aceitaram. Não há nada nesse encontro que remotamente se aproxime da ideia interfé moderna de "diálogo", em que a proclamação da mensagem do arrependimento pessoal e do julgamento é considerada como politicamente incorreta.

Embora partes do Preâmbulo pareçam ser apropriadas, sua fraqueza geral demonstra que os autores do documento "Testemunho Cristão" tiveram dificuldade para sintetizar pontos teologicamente sólidos. Isto ficou ainda mais evidente na seção Princípios. Aqui, fala-se em "agir no amor de Deus" e "amar... o próximo como a si mesmo" e compartilhar o amor de Jesus Cristo e "dar glória e honra a Deus".

Tudo isto é bom, mas está ausente no texto uma declaração definitiva das missões cristãs: fazer discípulos (Mateus 28:19) e sermos testemunhas de Cristo (Atos 1:8) — atos que envolvem mais do que frases factualmente corretas, porém nebulosas. Ao contrário, o coração das missões cristãs foi demonstrado em Atos 2, um cumprimento direto do mandamento de Jesus Cristo em Atos 1 para sermos suas testemunhas. Em Atos 2, Pedro delineia corajosamente a verdade da morte de Jesus Cristo (pelas mãos daqueles que estavam na audiência!) e Sua ressurreição e exaltação incomparáveis. Tocados em seus corações, aqueles que estavam na multidão responderam com uma pergunta: o que faremos, homens irmãos? A resposta de Pedro não foi floreada com evasivas políticas, mas, ao contrário, foi firme e direta ao ponto: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo." (Atos 2:38). Pedro então os exortou: "Salvai-vos desta geração perversa." (Atos 2:40).

Obviamente, Pedro e Paulo nunca leram o "Testemunho Cristão em um Mundo Multirreligioso", pois se tivessem feito isso, teriam visto a intolerância de suas abordagens, como o Ponto 10 da seção Princípios nos diz: "Reconhecer e apreciar aquilo que é verdadeiro e bom" nas outras religiões e buscar compreender as crenças e práticas dos outros. O Princípio 12 explica melhor:

"Os cristãos devem continuar a construir relacionamentos de respeito e confiança com as pessoas de diferentes religiões de modo a facilitar uma profunda compreensão mútua, a reconciliação e a cooperação para o bem comum."

Respeito é importante, como também uma compreensão das outras fés. Paulo forneceu um bom exemplo disso em Atenas. Entretanto, ele não se envolveu em missões "para facilitar uma compreensão mútua mais profunda" ou "para o bem comum". Ele se envolveu para levar o conhecimento de Jesus Cristo e um chamado ao arrependimento.

Isto levanta uma questão importante. Embora o documento Testemunho Cristão não trate do assunto do arrependimento, exceto onde os cristãos utilizaram "o engano e meios coercitivos", ele coloca uma ênfase forte sobre ativismo social como "uma parte integral de testemunhar o evangelho". Em outras palavras, o testemunho cristão em nosso mundo multifé é basicamente uma plataforma social. O Princípio 8 nos diz:

"Os cristãos são chamados para se comprometerem com o trabalho com todas as pessoas em respeito mútuo, promovendo juntos a justiça, a paz e o bem comum. A cooperação inter-religiosa é uma dimensão essencial desse comprometimento."

Logicamente, você não precisa ser um cristão para se comprometer com a plataforma social acima. E esta é a questão. Esta não é a Grande Comissão; é um chamado amplo para o ativismo social e político dentro do contexto inter-religioso.

Similarmente, o tratamento das outras religiões está revestido por uma mentalidade politicamente correta. O Princípio 10 diz:

"Os cristãos devem falar com sinceridade e respeito; devem ouvir de modo a aprender e compreender as crenças e práticas dos outros, e ser encorajados a reconhecer e apreciar aquilo que é verdadeiro e bom nelas. Qualquer comentário ou abordagem crítica deve ser feito em um espírito de mútuo respeito, certificando-se que não levante falso testemunho a respeito das outras religiões."

Os cristãos devem "falar com sinceridade e respeito" e devem ouvir e trabalhar para compreender as outras religiões. Para mim, o estudo das outras religiões, tradições espirituais e filosofias foi benéfico. Posso compreender melhor a cosmovisão das pessoas que encontro, o que as leva a agir de certas formas e o que deve ser entendido quando elas dizem certas coisas. Felizmente, existem muitas ferramentas úteis e baseadas na Bíblia que você pode usar para compreender melhor as religiões que existem no mundo (um clássico da apologética é O Caos das Seitas, de Walter Martin).

Todavia, a base do Princípio 10 é falaciosa. Em uma maneira "religiosamente correta", ele assume uma medida de validade por todo o espectro de crenças. São todas as religiões e caminhos espirituais puros em motivação? São todos bons? Todos apresentam verdades? Embora todos possam conter premissas baseadas em uma afirmação de verdade, isso não significa que a verdade exista neles. Na verdade, algumas religiões incluem inversões propositais. Aqui está um exemplo: "Odeie seus inimigos de todo o coração e se um homem o ferir na face, ESMAGUE-O na outra! Fira-o sem dó nem piedade, pois a autopreservação é a lei maior de todas! (maiúsculas no original; A Bíblia Satânica, pág. 33). Sim, a Igreja de Satanás é um organismo religioso completo com adoração e ritos e sua mensagem constitui uma posição teológica — "Sou meu próprio redentor."

E que tal "um espírito de mútuo respeito, certificando-se de não levantar falso testemunho com relação às outras religiões"? Em sua essência, isto é sentimentalismo. Essencialmente, ninguém deve sacudir o barco e questionar as afirmações de verdade subjacentes das outras fé, o que é típico do movimento interfé. Portanto, não conteste minha convicção que Jesus Cristo é o "caminho, a verdade e a vida" e eu deixarei de questionar as afirmações de verdade de Joseph Smith, Maomé, Bahá'u'lláh, ou de Elizabeth Claire Prophet. O que importa é que nos abstenhamos de qualquer conversação que possa causar tensão, e que possamos sair de nossos encontros com uma sensação boa acerca do nosso mútuo "encontro de fé".

As palavras de Jesus Cristo vêm à mente quando Ele falou sobre os líderes religiosos do seu tempo: "Serpentes, raça de víboras!..." (Mateus 23:33). E Elias, um dos muitos exemplos do Velho Testamento, demonstra a antítese do Princípio 10, pois em seu confronto com os profetas de Baal, ele abertamente zombou deles e da divindade que adoravam (veja 1 Reis 18:27). Em seguida, após Baal deixar de se manifestar, Elias fez com que os profetas fossem executados.

Severidade? Certamente — e não estou sugerindo que você imite a ação de Elias como um modelo de testemunho! Não se esqueça que o confronto de Elias com os profetas de Baal foi um evento específico autenticado de forma dramática por Deus para demonstrar ao povo de Israel a gravidade de sua situação espiritual. Mas, há uma lição no contexto para nós: o confronto de Elias estava diretamente correlacionado com a questão de quem é o verdadeiro Deus dentro de um contexto multifé. "Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu." (1 Reis 18:21). Uma passagem do Novo Testamento vem à lembrança: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo." (2 Coríntios 6:14-16).

Tudo isto nos leva de volta ao documento "Testemunho Cristão em um Mundo Multi-Religioso". Começando com um Preâmbulo relativamente fraco, o relatório avança para um conjunto de Princípios que parecem bons, porém levantam questões perturbadoras com relação à motivação do projeto do Código de Conduta de Conversão. Ele então conclui com seis recomendações que advogam a nova e globalmente aceita direção para o "testemunho cristão". Cada um dos seis pontos é reimpresso a seguir (ênfases no original).

1) Estude as questões apresentadas neste documento e, onde for apropriado, formule diretrizes de conduta com relação ao testemunho cristão aplicáveis aos seus contextos particulares. Onde for possível, isso deve ser feito ecumenicamente e em consulta com os representantes das outras religiões.

2) Construa relacionamentos de respeito e confiança com as pessoas de outras religiões, em particular nos níveis institucionais entre igrejas e outras comunidades religiosas, envolvendo-se no diálogo inter-religioso atual como parte do compromisso cristão delas. Em certos contextos, onde anos de tensão e conflito criaram profundas suspeitas e interrupções da confiança entre as diversas comunidades, o diálogo inter-religioso pode oferecer novas oportunidades para solucionar os conflitos, restaurando a justiça, curando as memórias, fazendo a reconciliação e construindo a paz.

3) Incentive os cristãos a fortalecerem sua própria identidade religiosa e fé e, ao mesmo tempo, aprofundarem seu conhecimento e compreensão das diferentes religiões, levando também em consideração as perspectivas dos aderentes dessas religiões. Os cristãos devem evitar descrever de forma incorreta as crenças e práticas das pessoas de diferentes religiões.

4) Coopere com outras comunidades religiosas envolvendo-se na defesa dos direitos inter-religiosos para o alcance da justiça e do bem comum e, sempre que possível, posicione-se em solidariedade com aqueles que estiverem em situações de conflito.

5) Proponha ao seu governo que garanta que a liberdade de religião seja adequada e amplamente respeitada, reconhecendo que em muitos países as instituições religiosas e as pessoas são inibidas de exercerem suas missões.

6) Ore pelos seus próximos e pelo bem-estar deles, reconhecendo que a oração é uma parte integral de quem somos e do que fazemos, bem como da missão de Cristo. [6].

Isto tudo se parece com a Grande Comissão? Fazer discípulos e batizá-los (Mateus 28:19)? Ser uma testemunha de Jesus Cristo, conforme exemplificado no livro de Atos dos Apóstolos? Reconhecer o Deus vivo e verdadeiro, conforme expresso no livro de Isaías?

"Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. E quem proclamará como eu, e anunciará isto, e o porá em ordem perante mim, desde que ordenei um povo eterno? E anuncie-lhes as coisas vindouras, e as que ainda hão de vir. Não vos assombreis, nem temais; porventura desde então não vo-lo fiz ouvir, e não vo-lo anunciei? Porque vós sois as minhas testemunhas. Porventura há outro Deus fora de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça." [Isaías 44:6-8].

A missão cristã deve ser feita com discernimento, com tato e com respeito às pessoas — incluindo conhecimento da cultura e do contexto religioso da comunidade, como Paulo fez em Atenas. Entretanto, ela não deve ser feita de um modo que minimize o caráter do Deus verdadeiro, a natureza pecaminosa do homem e o ato da redenção por meio da cruz e da ressurreição de Jesus Cristo. Lamentavelmente, a nova direção das missões, conforme planejada por esse projeto tripartite, parece fazer exatamente isso.

O "Testemunho Cristão" de hoje, conforme propagado pelo Vaticano, pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Aliança Evangélica Mundial não é um "novo modo" de fazer missões — é simplesmente um modo politicamente correto de andar com o mundo.

Notas Finais

1. Relatório da consulta inter-religiosa sobre "Conversão — avaliando a realidade", Conselho Mundial de Igrejas, 16 de maio de 2006.

2. Idem.

3. Um exemplo geral desta dualidade seria a corrupção: a corrupção rompe o padrão bíblico, mas também é reconhecida pelo mundo como não ética, mesmo que o mundo empregue práticas corruptas. Isto não quer dizer que as missões cristãs sejam corruptas em um sentido geral, mas quando acusações específicas de corrupção vêm à luz, elas são vistas pelos dois lados — cristão e não cristão — como repugnantes.

4. "Código de conduta cristão sobre a conversão religiosa recebe apoio mais amplo", Conselho Mundial de Igrejas, informe à imprensa, 15 de agosto de 2008.

5. Maria Mackay, "Evangélicos, ecumênicos e o Vaticano lançam documento histórico conjunto sobre missões", Christian Today Australia, 29 de junho de 2011.

6. Testemunho Cristão em um Mundo Multi-Religioso: Recomendações para Conduta (Conselho Mundial de Igrejas, Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, e Aliança Evangélica Mundial, 2011), pág. 6.


Autor: Carl Teichrib, artigo original em http://www.forcingchange.org, Volume 5, Edição 9.
Data da publicação: 13/10/2011
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/plural.asp