Da Liberdade da Família ao Controle Global — Parte 2

Os ataques à fé e à família por meio do treinamento compulsório no pensamento orwelliano.

Autora: Berit Kjos, 7 de setembro de 2009

Recursos úteis para sua maior compreensão

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"A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento, e uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital. Acusai-nos de querer abolir a exploração das crianças por seus próprios pais? Confessamos este crime. Dizei-nos também que destruímos os vínculos mais íntimos, substituindo a educação doméstica pela educação social. E vossa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade por meio de vossas escolas, etc.? Os comunistas não inventaram essa intromissão da sociedade na educação, apenas mudam seu caráter e arrancam a educação à influência da classe dominante." [O Manifesto Comunista, Marx e Engels].

"John Dewey escreveu... que os bolcheviques estavam envolvidos em 'uma interessantíssima experiência sociológica...' usando ideias e práticas da educação progressiva para 'contrabalançar e transformar... a influência do lar e da igreja.'" [2; Dr. Dennis Cuddy].

"Anos antes de ter infligido... o materialismo dialético em um mundo sofredor, Marx propôs aquilo que tinha de ser feito — 'a inclemente destruição de tudo o que existia'. Essa destruição erradicaria a religião, a família, a moralidade... e tudo o que constituía a civilização ocidental... O instrumento aparentemente modesto seria o Instituto de Pesquisa Social, de Frankfurt... dedicado ao neomarxismo."

"O grande mal ocorreu quando a Escola de Frankfurt se transferiu para os EUA, graças a John Dewey e à Universidade Columbia". [3].



Você se lembra do proverbial sapo na bacia com água aquecida no fogo brando? Ele finalmente morreu, pois não notou a elevação gradual da temperatura da água.

Poucos viram os primeiros sinais da ideologia neomarxista que invadiu nossas escolas e universidades. Mas, já na primeira década do século 20, quem imaginaria que um principal objetivo da "educação progressiva", de John Dewey, era enfraquecer a família tradicional, substituir a liberdade pelo coletivismo, e substituir o cristianismo por uma forma evolutiva de solidariedade "espiritual"? [4].

Em seu artigo de 1908, "Religião e Nossas Escolas", Dewey escreveu que as "crenças dogmáticas" estavam desaparecendo. Décadas mais tarde, enquanto presidia a Associação Humanista Americana, ele foi um dos co-autores do Manifesto Humanista, de 1933. Observe como suas palavras refletem as igrejas emergentes atuais:

"Qualquer religião que espere ser uma síntese e uma força dinâmica para os dias atuais, precisa ser moldada para as necessidades deste tempo. Estabelecer esse tipo de religião é uma grande necessidade atual." [5].

Façamos o avanço rápido da fita até o século 21. O sempre presente processo dialético agora reina nas igrejas, bem como nas escolas. Nas cidades americanas, "organizadores comunitários" treinados por Saul Alinsky trabalham lado a lado com alunos que fazem seu aprendizado para o serviço em todo o país. Enquanto isso, as famílias cristãs enfrentam uma crescente oposição. Por exemplo:

"Uma menina de dez anos, educada em seu próprio lar, e descrita como cortês, interativa e sociável com seus pares, promissora academicamente e em um nível intelectual igual ou superior ao das crianças de sua idade, recebeu a determinação de um oficial da Corte de New Hampshire de frequentar a escola pública, pois tinha sido vigorosa demais na defesa de sua fé cristã. A decisão... argumentava que a defesa vigorosa que a menina fez de sua religião diante de um conselheiro indicado pelo tribunal sugere que ela não teve a oportunidade de considerar seriamente qualquer outro ponto de vista..."

"Um procurador designado para representar os interesses da criança no processo concluiu que a menina 'parecia refletir a rigidez da mãe nas questões de fé' e que os interesses da menina 'seriam melhor atendidos se ela ficasse exposta ao ambiente de uma escola pública e à diferentes pontos de vista em um tempo em que ela precisa começar a avaliar criticamente múltiplos sistemas de crenças... de modo a selecionar, como uma jovem adulta, qual desses sistema melhor se ajustará às suas próprias necessidades.'" [6].

Você entendeu? O tribunal diz que essa menina cristã — uma excelente aluna — não tem o direito de escolher qual religião melhor se ajusta às suas próprias necessidades até que tenha examinado muitos outros sistemas de crenças. Somente como uma jovem adulta ela saberá o suficiente sobre as diversas religiões do mundo e poderá escolher um sistema adequado.

Será que essa decisão do tribunal se aplica às crianças muçulmanas, budistas ou hindus?

É lógico que não! Na cultura global "progressiva" atual, o "inimigo" é o cristianismo. As outras religiões estão protegidas. Afinal, elas são essenciais para a nova visão de "unidade na diversidade".

Veja: os agentes de transformação consideram o cristianismo bíblico um grande obstáculo para a solidariedade global. E nada erode os valores cristãos mais eficientemente que a imersão em grupos pequenos liderados por facilitadores treinados que guiam os membros diversos rumo à uma unidade pré-planejada no coração e na mente.

Mas, há mais manipulação. O caminho para o pluralismo propõe uma mistura estratégica de consenso do grupo (uma TEORIA em evolução) e PRÁTICA coletiva: imersão ativa em uma comunidade com valores morais e sociais diversos. Esse "aprendizado para o serviço" se tornou a norma nas escolas, faculdades e organizações de serviço por toda a parte.

Baseado na Dialética Hegeliana, na ideologia marxista e no gradualismo de Antonio Gramsci, esse processo manipulador se propagou por todo o mundo durante o século 20. Sua mistura de um consenso evolutivo, ou TEORIA e PRÁTICA coletivas, seria chamada de PRÁXIS. O processo sela as novas lições em mentes "abertas", ao mesmo tempo em que solapa todas as formas de certezas tradicionais. Ele leva a mentalidade pública da rocha sólida da Verdade e dos fatos para as areias móveis da opinião coletiva.

Karl Marx mencionou a PRÁXIS pela primeira vez em 1844. De acordo com a definição em linguagem ambígua e evasiva da Enciclopédia do Marxismo, práxis é "simplesmente outra palavra para prática no sentido em que a prática é compreendida pelos marxistas". De acordo com vários documentos marxistas, Marx via a práxis como a contínua interação da "teoria e prática, em que nem a teoria nem a prática são inteligíveis isoladas uma da outra." [7].

Em outras palavras, o grupo precisa continuamente confirmar suas teorias em evolução gradual com uma prática correspondente. Os membros do grupo precisam estar preparados para contemporizar para o bem do consenso (a TEORIA evolutiva), e então PRATICAREM suas novas visões por meio de algum tipo de ação em grupo ou serviço — seguido por um tempo de REFLEXÃO em grupo... O processo é repetido indefinidamente.

Nem todos os grupos se encaixam nesse molde. Muitos grupos cristãos estão enraizados em fatos, verdade e certeza. Eles buscam Deus, não MUDANÇA! Eles atuam com base na Palavra de Deus, não nas opiniões populares. A esperança deles não pode ser extinta pelas opiniões mutáveis do mundo:

"A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu." [Hebreus 6:19].

A Visão Marxista do Cristianismo — A "Religião" do Seu Tempo

Para Karl Marx, o cristianismo era detestável! Ele o odiava! Como as várias expressões do cristianismo tinham se propagado pela Europa, elas deveriam ser erradicadas. Portanto, em sua Crítica à Filosofia do Direito de Hegel, ele escreveu:

"A religião não faz o homem, mas, ao contrário, o homem faz a religião: este é o fundamento da crítica irreligiosa... A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. Ela é o ópio do povo." [8].

A partir de uma perspectiva comunista, faz sentido. Mas, a partir de uma perspectiva bíblica, é uma bobagem! Marx acreditava na MUDANÇA contínua. Os cristãos creem na Verdade imutável, o que se choca com essa progressão dialética. O cristianismo não pode ser espremido para dentro do processo revolucionário marxista. O marxismo também não pode ser colocado dentro das igrejas de Deus sem perverter a verdade e a fé. Os dois são incompatíveis!

A Enciclopédia do Marxismo interpreta a palavra "absoluto" de um modo conveniente para suas teorias em evolução:

"... o progresso do conhecimento nunca chega a um fim, de modo que o absoluto é relativo. Entretanto, mesmo uma verdade relativa pode conter certo grau da verdade absoluta total, de modo que há um absoluto dentro do relativo." [9].

Essa distinção é importante. Longe da Verdade imutável de Deus, não há esperança concreta ou certeza para se firmar, porque o desejo infindável do homem de redefinir a realidade não conhece limites. Poucos exemplos são mais perturbadores que as distorções da Palavra de Deus nas igrejas pós-modernas atuais.

Treinando a Juventude na Práxis Marxista

Uma pesquisa na Internet das faculdades americanas expõe rapidamente a aceitação e popularidade da Práxis. Considere a Universidade de Wisconsin. A página na Internet sobre "Pedagogia do Aprendizado Para o Serviço" parece ser bem inocente. Ela parece refletir a tradição cristã de amor e serviço pelos pobres e necessitados, mas, na verdade, encaixa-se perfeitamente na fórmula marxista para a mudança: Diálogo Facilitado (estabelecendo um OBJETIVO transformacional pré-planejado) ou TEORIA + PRÁTICA (experiência prática que muda os valores) = PRÁXIS. O sítio na Internet afirma o seguinte:

"O processo de reflexão crítica é um elemento essencial do aprendizado para o serviço. Ele expande o aprendizado do aluno conectando o serviço e as experiências acadêmicas. Ele vincula a TEORIA com a PRÁTICA." [10].

O verdadeiro propósito é a MUDANÇA calculada. Independente se as tarefas dos alunos envolvem abrigos para os sem-teto, questões sobre drogas e dependência, organização da comunidade, assistência médica, ou questões ambientais, eles serão levados para um envolvimento emocional com aqueles que "sofrem", sejam eles seres humanos, animais, ou o "frágil planeta Terra". Eles aprendem a avaliar a realidade por meio de sentimentos subjetivos, que podem ser facilmente manipulados. Como os alunos na infame Escola do Governador, fundada por Bill Clinton no Arkansas, eles são treinados para verem a vida de uma perspectiva irracional — e frequentemente revolucionária.

Quando os alunos são imersos em contextos moralmente "diversos" que zombam dos valores bíblicos, provavelmente emergirão com uma preocupante familiaridade com a corrupção inesquecível. Eles aprendem a "tolerar" as práticas que zombam do nosso Deus, a se solidarizar com aqueles que enfrentam as dolorosas consequências das escolhas ruins, e aceitar os males sociais como uma condição normal.

A transformação real nos valores do aluno será normalmente medida por avaliações feitas antes e depois de cada experiência de aprendizado para o serviço. Essas avaliações são fundamentais para documentar a eficácia do programa. O sítio na Internet do Minnesota State Colleges and Universities mostra o significado de "reflexão" e "avaliações":

"O aprendizado para o serviço não é voluntariado. A reflexão permite que os alunos pensem criticamente sobre suas experiências, incluindo como a experiência os afetou emocionalmente e como seus valores podem ter mudado."

"As avaliações dos alunos poderão incluir avaliações pré-serviço e pós-serviço..." [11].

Essa estratégia transformacional pode parecer gentil e compassiva para seus inúmeros apoiadores, mas virtualmente imuniza a maioria dos participantes contra as diretrizes morais de Deus. E aqueles que não seguirem com os valores em transformação pagarão o alto preço de avaliações e notas ruins.

Julea Ward, uma aluna cristã na Universidade do Leste de Michigan, foi expulsa da escola de graduação "por não afirmar o comportamento homossexual como aceitável". [12]. Embora não estivesse envolvida no "aprendizado para o serviço" formal, ela ilustra a atitude geral da universidade em relação aos valores cristãos.

A sedutora PRÁXIS é agora a norma nos programas "aprendizado para o serviço" desde as escolas primárias até a faculdade — e continuando na vida adulta. Com os planos de serviço universal do presidente Obama, poucos escaparão da manipulação transformadora de mentes. [Veja o artigo Praxis Through Service Learning, para outra visão sobre essa agenda transformacional.].

Redefinindo os Direitos e a Liberdade

A menina de 10 anos citada anteriormente ilustra uma batalha que está ocorrendo na Alemanha desde os dias de Hitler. Devem os pais ter o direito e a autoridade de educar seus filhos de acordo com a fé cristã? Como você viu na Parte 1 desta série, a Convenção Sobre os Direitos da Criança tem o objetivo de acabar com esse direito. Logicamente, na Alemanha moderna, os pais nunca tiveram esse direito.

"Uma audiência crítica está agendada na Alemanha, na guerra daquele país contra aqueles que educam seus filhos nos lares, para determinar se uma família pode continuar a controlar a educação de seu filho de 14 anos, de alto desempenho... Os Schmidts foram multados em cerca de $18.300 por educarem seu filho em casa e, como não estão em condições de pagar todas as multas, ficaram sujeitos à penhora de seus bens no lar por parte do governo. O teste de ambas as crianças mostrou que elas têm extraordinárias capacidades acadêmicas... Os testes também mostraram que elas são competentes socialmente. Isto é crítico, pois os alemães ainda acreditam que as crianças educadas no próprio lar são socialmente retardadas, o que comprovadamente não é verdadeiro..."

"Acredita-se que várias centenas de famílias alemãs eduquem seus filhos no próprio lar. Virtualmente todas elas estão enfrentando algum processo judicial, ou estão vivendo de forma clandestina. Uma família até fugiu para os EUA..."

"Um dos primeiros atos de Adolf Hitler quando assumiu o poder foi criar um Ministério da Educação governamental e dar-lhe o controle de todas as escolas e das questões relacionadas com a educação... Em 1937, o ditador disse: '... colocamos diante de nós mesmos a tarefa de inocular nossa juventude com o espírito desta comunidade de pessoas em uma idade muito precoce... Este Novo Reich... pegará os jovens e lhes dará sua própria educação e sua própria criação.'" [13].

Da mesma forma que os cristãos perseguidos em todo o mundo, precisamos fazer uma escolha: agradaremos o mundo e seguiremos seus caminhos — ou agradaremos a Deus e seguiremos Seu caminho? Como nosso país está rapidamente abraçando os ideais marxistas, os cristãos que se recusarem a se conformar poderão em breve enfrentar a ira do mundo. (Leia o artigo DB123, "Da Liberdade da Família ao Controle Global — Parte 1").

Fique alerta para esta transformação. A pressão para contemporizar nossos valores bíblicos tem início na escola primária, ou até antes. Uma vez que a âncora da Verdade seja removida, a maioria das mentes jovens seguirá as correntes mais fortes. Amigos, não permitam que essa âncora se vá. Orientem seus filhos! E treine-os a confiar, seguir e estar em comunhão com nosso maravilhoso Pastor:

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." [Romanos 12:2].

Notas Finais

1. Karl Marx e Frederick Engels, Manifesto do Partido Comunista, em http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf.

2. Dennis L. Cuddy, Ph. D., citando John Dewey, "Impressions of Soviet Russia", The New Republic, 5 de dezembro de 1928, págs. 65-66.

3. Cry Havoc, de Ralph de Toledano, Revisado por Nathanael Blake, Human Events, 5-15-2007. Veja "Marxism, The Frankfurt Institute, Dewey & The Planned Corruption of America".

4. Artigo DB073, "A Marcha em Direção à Solidariedade Global".

5. "The Humanist Manifesto", 1933. http://www.americanhumanist.org/about/manifesto1.html.

6. Bob Unruh, "Court orders Christian child into government education", WorldNetDaily, 28-8-09, em http://www.wnd.com/index.php?fa=PAGE.printable&pageId=108084.

7. Encyclopedia of Marxism, em www.marxists.org/glossary/terms/p/r.htm.

8. Karl Marx, "Contribution to the Critique of Hegel's Philosophy of Law," cited in Encyclopedia of Marxism, http://www.marxists.org/glossary/terms/r/e.htm.

9. Encyclopedia of Marxism, www.marxists.org/glossary/terms/a/b.htm#absolute.

10. "Service Learning Pedagogy", Universidade de Wisconsin em Milwaukee, http://www4.uwm.edu/isl/faculty/pedagogy.htm.

11. Minnesota State Colleges and Universities, em http://ctlservicelearning.project.mnscu.edu/index.asp?Type=B_BASIC&SEC=%7b4C5905D1-AEA1-41D9-8980-AAA5B9CED040%7d&DE=.

12. "University Removes Student Who Refuses to Affirm Homosexual Practices" em http://www.revelife.com/703424451/university-removes-student-who-refuses-to-affirm-homosexual-practices-stepping-over-the-legal-line/.

13. Bob Unruh, "State could take custody of teen homeschooler", WorldNetDaily, 29-8-2009. http://www.wnd.com/index.php?fa=PAGE.printable&pageId=108123.



Autora: Berit Kjos (Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to)
Data da publicação: 14/10/2009
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/db124.asp