Definindo a Enganação: O Que É o Yôga, o Misticismo, a Nova Era e o Ocultismo?

Fonte: Forcing Change, Volume 4, Edição 4

"Ninguém de maneira alguma vos engane... Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco?" [2 Tessalonicenses 2:3-5].

A palavra "imperativo" é definido como "Um mandamento; uma ordem, uma obrigação; um dever." [1]. Aplicada ao mundo da espiritualidade e da terminologia, diríamos que é "imperativo" que definamos nossos termos. É parte do nosso dever de cristãos com discernimento saber o que os termos espirituais significam e ficar longe daquilo que possa nos prejudicar. Deixar de fazer isto pode ser desastroso.

Seitas, Ocultismo, Nova Era

Muitos cristãos hoje não têm ideia do que está sendo referido quando encontram certas palavras e expressões. Termos como Nova Era, ocultismo, seitas, espiritualidade contemplativa, Yôga (NT: também se usam as ortografias Ioga e Yoga), Reiki, Palavra da Fé, Confissão Positiva e "oração centrante" são frequentemente usados nas conversações "espirituais". Devido à ignorância, as pessoas sem discernimento frequentemente aderem a esses movimentos espirituais alternativos e se desviam da verdade. Ao definir termos como esses, não tentaremos depreciar os líderes de grupos ou categorizar os indivíduos como "malignos", "grosseiros" ou "imorais". Estamos simplesmente definindo termos que descrevem movimentos, ensinos, grupos e indivíduos que estão envolvidos com doutrinas ou práticas que geralmente são consideradas como desvios das doutrinas do cristianismo histórico.

O Que É uma Seita?

O termo "culto" (ou seita) está baseado em uma palavra em latim relacionada com a agricultura (cultu), que significa cultivo e, frequentemente, é usado em relação a uma estrutura religiosa ou um sistema de crenças que tem significados singulares às suas disciplinas ou grupo. No ambiente cristão, o termo "seita" pode se referir a um sistema de crenças religiosas ou rituais que estão polarizados em torno dos erros de interpretação do fundador ou líder a respeito da pessoa bíblica de Jesus Cristo.

Em muitos casos, dentro e fora da igreja, o termo "seita" tem sido usado para descrever qualquer grupo religioso que é visto como estranho ou perigoso. As pessoas também usam a palavra "seita" para descrever líderes religiosos ou organizações que utilizam controle abusivo, manipulador ou ilegal sobre as vidas de seus seguidores.

Geralmente os cristãos consideram que as seitas ensinam doutrinas que não estão em conformidade com a essência histórica da fé cristã. Neste sentido, "seitas" e "ensinos de seitas" derivam de vários desvios das doutrinas essenciais do cristianismo clássico. Além disso, como mencionado anteriormente, a maioria das "seitas" gira em torno de uma interpretação biblicamente incorreta da pessoa e da obra de Jesus Cristo. Na maioria dos casos, grupos que afirmam serem cristãos, mas que se desviaram seriamente das doutrinas centrais da fé cristã (Deus, Jesus Cristo e salvação) devem ser reconhecidos como "seitas não-cristãs", ou "seitas pseudocristãs". Isto é, eles dizem que são cristãos e parecem ser cristãos, porém claramente não são cristãos de forma alguma (por exemplo, as Testemunhas de Jeová, os mórmons, a Ciência Cristã, os cristandelfos, etc.). Teologicamente, esses não são grupos cristãos e não podem ser chamados de cristãos, pois seus ensinos antibíblicos atacam os fundamentos da fé cristã.

O Que É o Oculto?

O termo "oculto" vem do latim occultus, ou "escondido". A palavra "oculto" é geralmente usada para descrever poderes ou rituais mágicos e religiosos misteriosos e sobrenaturais.

Em toda a história, os praticantes do ocultismo tentaram obter poder ou conhecimento sobrenatural longe do Deus da Bíblia. O termo "oculto", ou ocultismo, geralmente se refere às práticas espirituais e ensinos secretos da feitiçaria, do satanismo e do neopaganismo. Ele também pode se referir a diversas formas de atividade psíquica, como astrologia, sessões espíritas, leitura das mãos, etc.

A Palavra de Deus condena enfaticamente o ocultismo em todas as suas formas. A razão? Uma vez que um praticante ocultista abra essa porta, as forças demoníacas inevitavelmente passarão por ela. Todos aqueles que se envolvem no ocultismo, incluindo os cristãos, colocam-se em oposição hostil ao Criador do universo. Além disso, as estatísticas revelam que os praticantes de ocultismo em todo o mundo frequentemente sofrem as consequências da ilusão, psicoses, paranoia, doenças não diagnosticáveis, imoralidade — incluindo perversões sexuais — possessão demoníaca, tendências suicidas, etc. É por uma boa razão que Deus nos diz para não termos nada que ver com essas atividades!

O Que É a Nova Era?

O Movimento de Nova Era é um sistema de crenças que engloba milhares de crenças autônomas e, frequentemente, até contraditórias. Os praticantes de Nova Era normalmente utilizam métodos e técnicas ocultistas para obterem "iluminação", "equilíbrio energético" e a canalização. Na verdade, a Nova Era é o antigo paganismo vestido com um traje do século 21.

O Movimento de Nova Era toma emprestado sua teologia das religiões orientais panteístas. Muitas de suas práticas vêm do ocultismo ocidental do século 19, que foi trazido para o Ocidente por líderes religiosos orientais, fundadores de seitas, instrutores de Yôga, etc. A Sociedade Teosófica, um grupo fundado no fim do século 19, misturou religiões orientais com a magia ocidental — e depois introduziu essa mistura espiritual na Europa e na América do Norte. O Movimento de Nova Era em seu contexto moderno foi em grande parte produzido pela Teosofia.

O Índice das Seitas e Religiões declara que aqueles que estão envolvidos no Movimento de Nova Era geralmente aderem a uma ou mais das seguintes crenças (frequentemente em conjunto com metodologia ocultista):

  1. Tudo é um, a realidade inteira é parte do todo.
  2. Tudo é Deus e Deus está em tudo (panteísmo e panenteísmo).
  3. O homem é Deus, ou uma parte de Deus.
  4. O homem nunca morre, mas continua a viver por meio da reencarnação.
  5. O homem pode criar sua própria realidade e/ou seus valores por meio da consciência transformada ou dos estados alterados de consciência.

O Que É o Misticismo?

O misticismo é um assunto vasto. Os místicos e os dicionários definem o misticismo em uma infinidade de formas. Aqui está uma definição bem básica do Dicionário On-line Miriam-Webster:

Misticismo
Função: substantivo.

1: a experiência da união mística ou comunhão direta com a realidade final descrita pelos místicos, 2: a crença que o conhecimento direto de Deus, a verdade espiritual, ou a realidade final podem ser atingidas por meio de experiência subjetiva (como a intuição ou compreensão), 3 a: vaga especulação: uma crença sem base sólida, b: uma teoria que postula a possibilidade de aquisição direta e intuitiva de conhecimento ou poder inefáveis.

Eis aqui como o Concise Dictionary of the Occult and New Age (Dicionário Conciso do Ocultismo e da Nova Era) define o misticismo:

"A visão que a conscientização da Realidade Final pode ser obtida por meio de um estado elevado da percepção mental. A experiência mística é destinada a levar os participantes para além das fronteiras da realidade por meio de uma sucessão de sensações físicas, resultando na percepção da comunicação direta com o deus interior. O objetivo é se tornar despertado para a deidade interior, desta forma unindo-se com a força da vida universal. Compartilhando nesse objetivo comum estão a Realidade Maior da Nova Era, o satori do Zen Budismo, o samadhi do Yôga, e o nirvana do Hinduísmo... O misticismo da Nova Era ganhou sua popularidade inicial durante os anos 1960s. Místicos orientais prometeram aos seus seguidores liberdade pessoal, satisfação espiritual e um conjunto ilimitado de capacidades inatas. Ainda hoje, os proponentes dizem aos iniciados que eles poderão alcançar estados alterados de consciência por meio da autodisciplina, das dietas, da meditação e do uso de drogas alucinógenas. Eles apresentam esses iniciados aos mestres já exaltados, que os guiarão em sua jornada rumo à iluminação. Os místicos da Nova Era relatam sensações de euforia, paz e unidade universal, bem como uma renovação das energias e uma maior apreciação das belezas do planeta. Eles asseguram que as forças da vida universal fizeram com que eles dessem um salto intuitivo na compreensão e na criatividade. Veja também: Estados Alterados, Movimento de Nova Era, Satori, Meditação Transcendental."

Nota Sobre o Misticismo:

Os leitores devem observar que os cristãos que praticam o Yôga, a "oração centrante" contemplativa, "a visualização de Jesus", que cantam e repetem para si mesmos "mantras" experimentam exatamente a mesma coisa conforme a descrição acima — "Despertamento para a deidade interior, desse modo a união com a força da vida universal".

Cristãos sem discernimento estão pegando conceitos, técnicas e métodos místicos e "compartilhando neste objetivo comum" (sem base bíblica) de experimentar a "Realidade Maior da Nova Era, o satori do Zen Budismo, o samadhi do Yôga, e o nirvana do Hinduísmo..." Isto deve causar sério alarme a qualquer um que professe seguir o Jesus Cristo bíblico, porém esteja envolvido na promoção desses caminhos espirituais alternativos.

O Que É o Yôga?

O Dicionário Conciso do Ocultismo e da Nova Era, escrito por Debra Lardie, descreve o Yôga da seguinte forma:

"Uma disciplina física e mental de origem hindu. O hinduísmo ensina que o eu é divino e distinto da atividade associada com o corpo, mente e vontade. Por meio do sistema de exercícios do Yôga, as pessoas podem treinar sua consciência para controlar o corpo e a mente e, desse modo, alcançar um estado mais elevado de consciência...” [2].

"Por meio da prática regular do Yôga, as pessoas podem alcançar perfeita compreensão espiritual, tranquilidade e bem-estar, experimentando a liberdade da ignorância, do sofrimento e, por fim, alcançar o renascimento." [3].

Em seguida, esse dicionário passa a descrever a etimologia da palavra "yôga":

"O nome 'yôga' vem de um termo em sânscrito que significa 'união'. Essa etimologia se encaixa com a filosofia subjacente do yôga. Os hindus afirmam que Deus é uma fonte vital de energia a partir da qual a realidade emana. As pessoas estão conectadas a essa força universal da vida e são arquétipos dela. De acordo com o ensino hindu, a situação atual da humanidade é causada por uma falta de conscientização com esse elo vital entre as pessoas e a consciência cósmica." [4].

O objetivo do Yôga:

"O objetivo do Yôga é ajudar os praticantes a reexperimentarem sua união com o eu universal. À medida que as pessoas praticam o Yôga, um nível mais elevado de conexão com a Harmonia infinita resultará. A visão delas do mundo será radicalmente modificada como uma particularização da Realidade Maior." [5].

Existem diversos tipos:

"Existem diversos tipos de Yôga. Jnana Yôga refere-se tanto ao caminho da discriminação e da sabedoria, enquanto que Bhakti Yôga se refere ao caminho do amor e da devoção a um deus pessoal. Karma Yôga se refere ao caminho da ação altruísta, enquanto que Hatha Yôga, que é a mais praticada no Ocidente, enfatiza as posturas e posições físicas. Japa Yôga requer a repetição de mantras, ou sons sagrados, para capacitar a pessoa a se concentrar sem ser interrompida pelas distrações externas. Kriya Yôga habilita os devotos a canalizarem a energia cósmica para dentro de suas almas de modo a estabelecerem uma união harmoniosa da mente, corpo e espírito, liberando poderes inatos milagrosos. Kundalini Yôga enfatiza a abertura dos centros físicos de energia, chamados de chakras, supostamente localizados ao longo da coluna vertebral; isso desperta a kundalini, uma força cósmica que está enrolada na base da espinha." [6].

Os gurus ensinam técnicas espirituais:

"Exercícios típicos, como aqueles encontrados em Hatha Yôga, são praticados sob a tutela de um guru, ou iogue, um guia religioso pessoal e instrutor espiritual. Os gurus ensinam os alunos a combinarem diversas técnicas de respiração com os ásanas, ou posturas de relaxamento. Em cada uma das posturas, os alunos precisam primeiro se colocar na posição, mantê-la por certo período de tempo e, finalmente, sair da posição." [7].

E agora chegamos ao ponto em que essa autora diz claramente como os ocidentais têm erroneamente considerado o Yôga como "meros exercícios de respiração e de relaxamento", quando na realidade, "a prática do Yôga serve como uma porta para o misticismo e ocultismo orientais". A autora Debra Lardie diz:

"Alguns no Ocidente pensam incorretamente no Yôga como meros exercícios respiratórios e de relaxamento para praticar o alongamento e fortalecer os músculos do corpo, estender e alinhar a coluna vertebral e melhorar a circulação cardiovascular. A prática do Yôga serve como uma porta para o misticismo oriental e para o ocultismo. Certas posturas, como a posição de lótus, são praticadas para ativarem os centros de energia psíquica. Exercícios específicos de respiração são praticados para inundar a alma com a energia cósmica que flutua no ar. Um guru pode fazer os alunos olharem fixamente para um único objeto, como por exemplo, uma vela, para desenvolverem e focarem a concentração. O guru pode então levá-los a entoar um mantra para esvaziarem suas mentes e se tornarem um com o objeto que está diante deles. O objetivo é alcançar cada vez mais estados meditativos elevados até atingir a união com a consciência cósmica. Esse estado de ser é caracterizado por um olhar vago e distante em que o devoto se torna receptivo à sabedoria esotérica da Mente Universal. Veja também. Chakra; Hinduísmo; Kundalini; Lótus; Mantra; Yogananda; Mparamahansa." [8].

Palavras Finais

Caro leitor: qualquer um que promova, ensine, pratique ou endosse formas de sectarismo, misticismo, ocultismo ou Nova Era está seriamente enganado e está enganando os outros! Os seguintes versos bíblicos devem ser seriamente considerados pelos cristãos e não-cristãos da mesma forma. Todos os que dão valor à vida humana devem evitar qualquer envolvimento com essas artes das trevas. A razão? Quando a pessoa abre a porta para o reino das trevas, os demônios estão mais do que dispostos a virem para terem contato com ela. Em Deuteronômio 18:9-14, Deus diz:

"Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa."

É sua responsabilidade, e sua somente, ler sua Bíblia, discernir entre a verdade e o erro e "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos". (Judas 3-4).

"Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal." [1 Tessalonicenses 5:21-22].

Algo muito importante a lembrar é o seguinte: colocar de lado o padrão bíblico da revelação divina de modo a ter uma "experiência com Deus" sempre terminará em desastre espiritual. O mundo do misticismo pagão (e cristão) e o reino do ocultismo fazem exatamente isto. Ambos rejeitam a verdade bíblica de forma direta, ou espertamente a redefinem de modo a justificar terem uma "experiência direta" sem base bíblica com o divino. Isto é feito em nome da espiritualidade e de acordo com a sabedoria dos homens, não segundo a sabedoria de Deus. O mundo da enganação satânica está baseado em uma coisa: experiência!

É importante observar que as pessoas pensam que se têm uma experiência espiritual, ela deve ter vindo da parte de Deus. Mas, de qual Deus? De Jeová, o Deus da verdade? "Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me redimiste, SENHOR Deus da verdade." [Salmos 31:5]. Ou de Satanás, o deus deste século? "Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." [2 Coríntios 4:3-4].

A essência do paganismo, do ocultismo e do misticismo é ter uma experiência espiritual direta com o divino — mas ao fazer isto, intencionalmente ou não, sacrificar a revelação divina na forma da verdade bíblica e o discernimento. Quando a verdade bíblica é rejeitada ou distorcida de modo a se encaixar na espiritualidade engenhosamente fabricada por alguém, pode-se ter certeza que a enganação ocorrerá. É assim que Satanás trabalha!

Aqui está a razão para a definição de termos neste artigo: para livrar os cristãos de se envolverem — ingenuamente ou abertamente — com a espiritualidade pagã que leva às trevas espirituais e ao desespero. Mais do que nunca antes, os cristãos dos dias atuais precisam ter discernimento. Fiquemos longe do paganismo, do ocultismo, do misticismo e da espiritualidade de Nova Era que estão agora prevalecendo no mundo atual.

Notas Finais:

  1. http://www.answers.com/topic/imperative.
  2. Debra Lardie, Concise Dictionary of the Occult and New Age (Kregel Publications, 2000), págs. 288-289.
  3. Ibidem.
  4. Ibidem.
  5. Ibidem.
  6. Ibidem.
  7. Ibidem.
  8. Ibidem.

Autor: Chris Lawson, site em http://www.spiritual-research-network.com; versão em Forcing Change
Data da publicação: 6/3/2011
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/enganacao.asp