A Remoção dos Antigos Limites

O Mistério da Iniqüidade em Operação

Nota de A Espada do Espírito: Recomendamos que você leia antes os seguintes artigos:

Diamantes e Zirconita

O "ABC" e "XYZ" da Salvação

Provérbios 22:28 contém uma recomendação que tem aplicação tanto na vida secular quanto na vida espiritual:

"Não removas os antigos limites que teus pais fizeram."

Desde o início da civilização até o advento da agrimensura e dos registros cartoriais, as pessoas reivindicavam para si pedaços de terra demarcando os limites da propriedade com amontoados de pedra, pilares, etc. Logicamente, os indivíduos inescrupulosos sempre tentavam enganar, removendo os limites dos vizinhos para se apropriar da terra. Essa é a ênfase secular subjacente ao provérbio — exortando o povo de Deus a ser honesto e a respeitar os marcos definidos. Entretanto, a aplicação espiritual da recomendação é o que quero abordar aqui.

Quando nosso Deus diz alguma coisa, aquilo é o que Ele realmente pensa e não vai mudar de opinião — ao contrário do que muitos parecem acreditar. Malaquias 3:6 afirma essa premissa de forma bem sucinta:

"Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos."

Deus é onisciente, onipotente e onipresente (o pináculo de sabedoria e de poder, e está presente em toda a parte) o que significa que Ele sempre acerta na primeira vez! Por essa razão, sempre estremeço quando ouço a expressão "A oração muda as coisas" — pois na realidade não muda nada. Se pudéssemos mudar a mente de Deus por meio da oração intercessória, Ele deixaria de ser Deus. Martinho Lutero captou bem a essência dessa verdade quando definiu a oração não como a superação da relutância de Deus, mas, ao invés disso, a apropriação da Sua disposição. Sim, somos instruídos a orar sem cessar e a ser inoportunos, mas se Deus atende às nossas petições é simplesmente porque era Sua vontade fazer aquilo desde o início. Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas Deus responde todas as orações que Seus filhos eleitos elevam aos céus. Algumas vezes, Ele responde com sim, muito freqüentemente diz não e, ocasionalmente, Sua resposta é espere — mas em todos os casos e sem falhar, há uma resposta definitiva.

Reafirmo que Deus não muda e quando Ele nos diz para fazermos ou não alguma coisa, isso fica talhado na rocha! Sabemos, a partir da Palavra de Deus, quais são Suas posições e isso deve ser uma grande fonte de conforto para aqueles de nós que O conhecemos no livre perdão dos pecados. Infelizmente, porém, os homens mudam. Novamente, observe que no nosso texto em Provérbios, somos aconselhados a não remover os marcos antigos que nossos pais fixaram. Olhando para isso de um ponto de vista espiritual, vejo que nossos pais na fé fixaram alguns marcos antigos que devemos reconhecer e honrar, deixando-os onde estão e como estão. As doutrinas fundamentais da fé foram bem estabelecidas durante o tempo dos primeiros pais da igreja e precisamos reconhecer que qualquer tentativa de alterá-las é errada e não deve ser apoiada.

É fascinante e algumas vezes frustrante estudar e considerar as calorosas batalhas que ocorreram entre as diversas facções de irmãos professos sobre essas mesmas doutrinas. Em vez de reconhecer os marcos que foram definidos e fixados, sempre houve, e continua a existir aqueles que estão determinados a formular um "caminho mais excelente". Paulo advertiu os cristãos em 2 Tessalonicenses 2:7 que "o mistério da iniqüidade já opera". Esse princípio da iniqüidade estava em operação durante o tempo do ministério de Paulo e só tem piorado nos quase dois mil anos que se passaram desde aquela época. Acho seguro dizer que o mistério da iniqüidade refere-se ao plano e ao programa de Satanás e é um fato muitíssimo visível atualmente. Como conseqüência, os marcos, os marcos antigos — as doutrinas que foram exaustivamente debatidas e aceitas como baseadas nas Escrituras pelos pais da igreja primitiva, e que foram fielmente seguidas durante muitos anos (depois restabelecidas e validadas durante a Reforma), estão sendo agora postas de lado pela maioria e consideradas nulas e sem valor.

Minha crença pessoal é que a maioria dos elementos fundamentalistas e conservadores dentro da igreja cristã passou por uma revolução doutrinária e as pessoas não estão cientes disso. Os estágios finais dessa revolução ocorreram há aproximadamente 150 anos e seus efeitos totais somente agora estão começando a aparecer. O principal deles é a doutrina da soberania absoluta de Deus na salvação — uma doutrina que foi a espinha dorsal da Reforma Protestante e que era adotada pela Igreja primitiva — até que o Catolicismo Romano a obscureceu quase que totalmente com a doutrina do "livre arbítrio". A Reforma restaurou a doutrina da Graça Soberana ao seu lugar de proeminência devido — uma posição que ela manteve até pouco antes da Guerra Civil nos EUA, quando novamente começou a ser desalojada em favor de um "caminho melhor".

Os batistas fundamentalistas independentes e outros grupos conservadores rejeitam qualquer coisa que remotamente cheire como liberalismo em teologia — especialmente o dogma Católico Romano. Um axioma que muitos desses pastores e professores de seminários adotam (conscientemente ou não) é que, se é popular, então provavelmente é errado! Sou favorável a essa teoria porque está baseada na natureza humana. Quando a opinião da maioria embarca em uma mesma composição, há algo podre no reino da Dinamarca. Tal é o caso que está diante de nós.

Charles Haddon Spurgeon foi (e ainda é) afetuosamente conhecido como "o príncipe dos pregadores", por causa do profundo efeito que teve na cena batista na Inglaterra no fim do século 19. Mais de cem anos após sua morte, ele ainda é freqüentemente citado e seus sermões são publicados e grandemente disseminados entre os cristãos fundamentalistas. Todavia, poucos irmãos parecem saber, ou se preocupam em observar, que ele era um calvinista ferrenho em sua soteriologia (a Doutrina da Salvação). Ele creu, defendeu e ensinou as antigas doutrinas da Graça Soberana até sua morte — sem nunca arredar o pé dessa posição. No entanto, as sementes da mudança já tinham sido semeadas cinqüenta anos antes por Charles Grandison Finney, nos EUA, e estavam formando raízes por meio dos esforços de homens como Dwight L. Moody, o famoso evangelista norte-americano. Desde a Reforma até os dias de Finney, os cristãos fundamentalistas de várias denominações eram solidamente calvinistas na Doutrina da Salvação, porém Charles Finney desenvolveu aquilo que chamou de "novas medidas para uma nova teologia" e lançou uma filosofia que se tornou amplamente popular. O antigo marco do calvinismo não servia bem às afirmações de "reavivamento quando desejado" de Finney e logo caiu em desgraça novamente. A nova teologia adotou a doutrina católica romana do "livre arbítrio" — que o homem é literalmente o senhor do seu destino e tem a capacidade (a liberdade do arbítrio) de aceitar ou rejeitar Jesus Cristo como Salvador. Curiosamente, o Concílio de Trento (um concílio católico romano que se reuniu entre os anos 1545-63) reafirmou essa posição doutrinária e lançou diversos anátemas específicos sobre quem se atrevesse a negar a doutrina do livre arbítrio. Somente esse fato deveria colocar qualquer cristão evangélico fundamentalista em alerta total! No entanto, em vez de debater a questão, permita-me fazer uma pergunta. Como pode um escravo possuir livre arbítrio? O escravo não tem vontade própria, mas está amarrado à vontade de seu senhor. A Bíblia ensina claramente que todos os homens estão divididos em duas categorias: Ou são (a) escravos de Satanás, ou (b) são escravos de Jesus Cristo. Ponto final! Além disso, Romanos 8:8 ensina que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus". 1 Coríntios 2:14 diz que o "homem natural" não compreende as coisas espirituais, porque lhe parecem loucura. O versículo conclui dizendo "e nem pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." Finalmente, precisamos considerar o ponto que João 1:12 é o único versículo das Escrituras (usado como "texto de prova" pelos teólogos arminianos) que apenas remotamente fala sobre a questão do arbítrio do homem — e o próximo verso (13) destrói totalmente a premissa deles! Cito o versículo 13: (falando sobre aqueles que são salvos)

"Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus."

Amados, o marco doutrinário da Graça Soberana de Deus foi obscurecido (ou recebeu uma nova demão, por assim dizer) e substituído por aquilo que caracterizo como "última tentativa do homem de salvar a si mesmo". Se a Palavra de Deus ensina alguma coisa, ensina que a salvação é pela graça de Deus e não pelas obras do homem. Esse fato doutrinário é tão básico e fundamental, porém milhões estão cegos ao fato que todo o conceito de livre arbítrio coloca a salvação nas mãos do indivíduo — ele pode aceitá-la ou rejeitá-la. Preciso lembrá-lo que "aceitar" e "rejeitar" são verbos e que os verbos indicam ação? Obras — percebe? Essa é uma distinção sutil, mas a Bíblia diz em Gênesis 3:1:

"Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito".

Os pastores e professores de institutos bíblicos, que corretamente combatem a doutrina sem fundamento bíblico de uma salvação por meio de obras, de uma maneira basicamente igual ensinam que a pessoa precisa "tomar uma decisão e aceitar a Jesus Cristo como Salvador e Senhor". Sei que eles ensinam porque já fui um deles! E toda essa premissa é tão universalmente aceita entre aqueles que se consideram "cristãos evangélicos" que contradizê-la é, aos seus olhos, considerado uma blasfêmia. Seja lá como for, a posição — popular ou não — não tem fundamento real nas Escrituras. Muito bem, sei que alguns já estão quase no ponto de ebulição, mas se você se acalmar e ouvir alguns fatos históricos e o que a Bíblia tem a dizer sobre o assunto, poderá simplesmente aprender algo que revolucionará sua vida espiritual. Primeiro, as chances são grandes que essa posição "calvinista" (por falta de um termo melhor) seja novidade para você. Por que você acha que isso é verdadeiro? Está ciente do fato que o calvinismo era a posição doutrinária histórica dos batistas (em sua vasta maioria), juntamente com muitas outras denominações, até que a teologia e os métodos de Charles Finney finalmente obscureceram esse marco? Isso é verdade meu amigo e tudo o que você precisa fazer é estudar a história da igreja para verificar por si mesmo. Existem duas razões principais por que você pode não ter aprendido essa doutrina 'alternativa'. (1) A maioria dos pastores hoje é largamente enviesada com relação a ela, porque, se foi abordada no seminário, não foi enfatizada. (2) Aqueles que conhecem melhor em geral ficam de boca fechada, pois atualmente a doutrina é impopular. Por que é impopular? você pode perguntar. Bem, para os principiantes, aqui está uma sinopse bem simplificada da Doutrina da Graça Soberana de Deus:

(1) Por razões que só Ele mesmo sabe, antes da Criação, Deus "elegeu", ou escolheu, alguns indivíduos para a salvação e rejeitou os outros como réprobos.

(2) Ele não ama a todos! (Calma, não tenha um enfarte!)

Veja, eu disse que a doutrina era impopular — tanto que precisei renunciar ao pastorado de uma igreja após aprender a verdade e levar minha posição ao conhecimento da congregação. A maioria reagiu de uma forma emocional e não queria ouvir o que as Escrituras dizem sobre o assunto, preferindo em vez disso ficar com o que os pastores (eu inclusive) diziam que a Bíblia ensinava sobre a questão. Os bereanos (Atos 17:11) pesquisaram as Escrituras por si mesmos para ver se os pregadores (Paulo e Silas) estavam ou não corretos e você também deveria fazer isso. É um fato infeliz da nossa natureza humana caída que cada um de nós está sujeito a ser enganado e levado a interpretar as passagens das Escrituras de acordo com as noções pré-concebidas de mestres respeitáveis — que são eles mesmos, muito freqüentemente, o produto de seus mestres no seminário. Heresia é como capim no gramado e alastra-se rapidamente.

Falando sobre heresia, o Concílio de Dort, no século 16 rejeitou firmemente os arminianos e sua doutrina do livre arbítrio como heréticos. Mas, pelo que sei, nenhuma convocação oficial da igreja (além talvez da Católica Romana) já fez isso com relação às doutrinas da Graça Soberana (apelidadas de "calvinismo", como Spurgeon disse certa vez).

Bem, se você ainda não desligou seu computador ou saiu desta página da Internet — permita-me mostrar dois versículos das Escrituras e depois fazer mais algumas perguntas. O primeiro versículo encontra-se em Efésios 2:1:

"E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados."

O segundo está em 1 Coríntios 2:14:

"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente."

É amplamente aceito entre os cristãos fundamentalistas que a Bíblia ensina que o homem perdido nasce neste mundo morto espiritualmente (alusão em Efésios 2:1) e permanece nessa condição a não ser que, ou até que, Deus lhe dê vida espiritual. É também reconhecido por muitos, mas não todos, que esse homem perdido não compreende e nem pode compreender as coisas espirituais. Aqueles que disputam o aspecto da impossibilidade dessa afirmação, fazem isso dizendo que ele tem a possibilidade, mas não a vontade — em outras palavras, é uma falta de compreensão volitiva. Francamente, não consigo ver de onde eles tiraram isso, pois o texto diz claramente que ele é incapaz:

"...e nem pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente"

Eu poderia citar outras traduções aqui, mas acho que você entendeu o ponto. O que temos na negação da impossibilidade é uma perfeita ilustração de eisegesis — trazer uma posição pressuposta para a Escritura e localizar textos de prova para apoiá-la (ao contrário da exegese — permitir que o texto diga o que diz). Os homens mortos espiritualmente não podem compreender aquilo que é discernido espiritualmente e isso é tão óbvio que está fora de questão! No entanto, quando alguém aceita a falsa doutrina do livre arbítrio, esses tipos de suposições são necessárias para oferecer alguma aparência de suporte textual.

Prosseguindo, o que temos diante de nós é um homem morto espiritualmente, que é incapaz de compreender a Palavra de Deus. E não somente isso, de acordo com Efésios 2:2, ele é um escravo de Satanás. Temos então Romanos 3:11 que dá o golpe de misericórdia dizendo que esse homem não irá buscar a Deus! Será que é necessário que toda a casa desabe sobre sua cabeça para que veja que esse indivíduo está em uma cova espiritual da qual é totalmente incapaz de sair? A situação espiritual dele é a pior possível! Ah sim, ele possui o arbítrio humano, mas somente é livre para fazer a vontade de seu mestre, o Diabo. Como então esse pobre escravo do Diabo chega ao ponto em que pode considerar a mensagem do evangelho e "tomar uma decisão de aceitar a Cristo?" Os teólogos arminianos tentam encontrar uma resposta afirmando que Tito 2:11 ensina que a capacidade de crer é de alguma forma restaurada (e esse é o único verso que apresentam). Vejamos o que diz:

"Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens."

Independente do que alguém possa tentar ler desse verso (e eu acredito que esteja falando claramente de Jesus Cristo revelando-se a si mesmo ao mundo), pareceria que para uma matéria doutrinariamente tão importante, um único versículo é insuficiente para suportar a afirmação. Isso também é verdadeiro para a questão do livre arbítrio porque João 1:12 (como anteriormente mencionado) é basicamente o único gancho em que penduram seu chapéu.

Mencionei rapidamente a passagem em Romanos 3:11, em que o apóstolo Paulo parafraseia Salmos 14:2, que diz:

"O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um."

Qual foi a primeira coisa que Adão e Eva fizeram após comer do fruto proibido e violar a única restrição que Deus lhes impôs? Eles imediatamente se esconderam Dele! O que Deus fez em resposta? Saiu à procura deles e matou animais inocentes (derramou sangue) para preparar vestes para seus filhos que estavam nus. Logicamente, isso retrata a iniciativa de Deus em prover a salvação para aqueles que são Seus. Lendo o relato de Gênesis, você pode encontrar alguma indicação que diga que Deus pediu permissão para salvá-los? O mesmo ocorre no livro de Atos, em que lemos sobre a conversão do apóstolo Paulo no caminho de Damasco. Existe algo na narrativa que nos leve a acreditar que Deus consultou Paulo sobre a questão? Minha resposta é, absolutamente não! Se você se der ao trabalho de ler todo o Novo Testamento e marcar as passagens que falam sobre a salvação, sempre encontrará os indivíduos serem desafiados a crer e crendo. Você nunca encontrará uma passagem que referencie "tomar uma decisão ao lado de Cristo" ou "aceitar" a Cristo como Senhor e Salvador. Na verdade, toda essa idéia é invalidada por Atos 13:48, em que lemos:

"E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna."

Os homens de persuasão arminiana tentam de todas as maneiras evitar esse verso e dizer que tantos creram quanto estavam ordenados para a vida eterna, mas a construção no texto grego não permite isso! (de acordo com A. T. Robertson, erudito em grego). Não, o que eles obviamente não compreendem, ou não querem compreender, é que Deus realmente "salvou" Seus eleitos antes da criação do mundo. Romanos 8:28-30 torna isso bem claro:

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito de muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou."

Em seguida, temos Efésios 1:4-5, que põe o "recheio no bolo":

"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade."

A conclusão final é que Deus — antes da criação do universo — chamou, justificou e até glorificou Seus santos! A justificação é um termo doutrinário para a salvação e quando um de nós crê, isso é resultado da salvação e não a causa. Somos salvos porque somos ovelhas e não somos ovelhas porque somos salvos. A teoria atualmente popular é que Deus, em sua onisciência, "olhou nos corredores do tempo" e determinou quem — ao ser dada a oportunidade — aceitaria a Cristo como Salvador. Com base nesse conhecimento prévio, Ele predestinou os eleitos. Isso soa correto e posso afirmar com toda a sinceridade que cheguei a essa conclusão por minha própria conta antes de ser exposto a ela no sentido acadêmico. O problema, no entanto, é que não tem base nas Escrituras e é uma posição totalmente fabricada, ditada pelo senso depravado de "justiça" do homem e reduz a maravilhosa graça de Deus. Lembre-se que Romanos 3:11 indica que o homem, quando deixado aos seus próprios planos não busca a Deus. Esse ponto é absolutamente fundamental na compreensão da falácia de "aceitar a Cristo". Se Deus não interviesse nos assuntos humanos, como fez com Adão e Eva, e com Saulo de Tarso, ninguém seria salvo! Permita-me destacar novamente a impossibilidade e incongruência da posição "popular" reafirmando a difícil situação de uma pessoa perdida: ela está morta e é totalmente incapaz de compreender as coisas espirituais, é uma escrava de Satanás e, portanto, seu estado espiritual é o pior possível!

Posso ouvir alguém dizer: "Mas João 3:16 diz que Deus ama a todos." Antes de tentar explicar esse versículo, permita-me chamar sua atenção para Hebreus 12:6, que diz:

"Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho."

Em seguida, veja Apocalipse 3:19, que diz:

"Eu repreendo e castigo a todos quanto amo; sê pois zeloso, e arrepende-te."

Se Deus (como a maioria de nós aprendeu) ama a todos igualmente e sem discriminação, por que esses dois versículos claramente fazem uma distinção? Por que Malaquias 1:2-3 afirma que Deus amou a Jacó e odiou a Esaú? O apóstolo Paulo reitera isso em Romanos 9:13 (e no restante do capítulo responde aos argumentos previstos). Por que Provérbios 6:19 diz que Deus odeia aquele que semeia contenda entre os irmãos? Bem, você pode dizer, e todas as passagens no Novo Testamento que falam sobre o amor de Deus? Se você examinar cada uma atentamente, verá que em todos os casos a referência é aos eleitos de Deus — não todas as pessoas em geral. Isso é confirmado pelo fato que cada livro ou epístola, onde essas referências são encontradas, foram escritos para os eleitos e os pronomes pessoais "nós", "vós", etc. deixam isso bem claro.

Voltando então para João 3:16, "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." A palavra usada no texto grego para mundo é cosmos, que literalmente significa "ordem", "organização" e era o conceito grego da beleza. Essa palavra grega pode ter pelo menos sete traduções, com significados diferentes, que precisam ser determinados pelo contexto. Como os outros versículos que citamos limitam o amor de Deus aos Seus eleitos, a teologia sistemática exige que João 3:16 não possa contradizê-los — e realmente não contradiz, se interpretado corretamente. Talvez interesse a você saber que toda a idéia do amor universal e indiscriminado de Deus ganhou aceitação durante o tempo do ministério de D. L. Moody. Acredita-se que ele tenha sido influenciado por um livreto intitulado "The Greatest Thing in the World", escrito por um homem chamado Drummond — que propunha o amor universal de Deus. Esse conceito, quando começou a ser propagado, foi recebido com aprovação entusiástica e logo outro marco espiritual foi removido. O amor indiscriminado e geral de Deus soa muito bonito e é alentador para os réprobos, mas não tem base nas Escrituras — a despeito da crença de milhões de cristãos professos em todo o mundo. O mais surpreendente para mim é que a maioria dos incrédulos exibe mais senso comum com relação a esse assunto que aqueles que estão tentando testemunhar para eles! Instintivamente, sabem que estão separados de Deus e lá no fundo o odeiam, mas alguém tenta convencê-los que Deus os ama, a despeito de tudo! Onde está a lógica aqui? Sem dúvida, o Diabo está rolando de rir, por ter conseguido remover mais um dos marcos antigos!

Em geral, os cristãos fundamentalistas concordam que antes do período da Tribulação, ocorrerá um afastamento da fé — a apostasia, mencionada em 2 Tessalonicenses 2:3. Acho seguro dizer que o consenso da opinião é que isso se refere a um ato específico e generalizado por aqueles que meramente professavam Cristo e acabarão renunciando sua confissão devido a algum tipo de situação difícil (perseguição, talvez?) relacionada com o aparecimento do Anticristo. Aqueles que mantêm essa opinião também admitem que sempre houve uma progressiva apostasia dentro da cristandade — joio entre o trigo. No entanto, embora possa ocorrer um abandono da fé em massa entre os cristãos professos, sou da opinião que a apostasia começou quando Charles Finney postulou suas "novas medidas para uma nova teologia" há aproximadamente 150 anos! Ele dizia orgulhosamente que se usando seus métodos "o reavivamento poderia ser obtido sempre que desejado" e qualquer pessoa com um pingo de discernimento pode identificar a falácia dessa afirmação herética! Somente Deus pode reavivar a espiritualidade do seu povo e os esforços do homem não têm nada que ver com isso. No entanto, os métodos de Finney produzem resultados para aqueles que os usam e, como todos sabem, os ministérios são avaliados pelos resultados que produzem. Mas, espere aí! Alguém já parou para considerar que Satanás também é capaz de produzir esses 'resultados'???

Você sabe como é a "doutrina de Balaão" (Apocalipse 2:14) e como o Diabo a usou para corromper Israel? Balaão tentou de todas as maneiras ganhar o dinheiro que lhe foi oferecido por Balaque, rei dos moabitas, e amaldiçoar Israel, mas Deus não lhe permitiu fazer isso. (Números 22-23) No entanto, aprendemos a partir de uma afirmação feita por Moisés em Números 31:16, que Balaão alcançou indiretamente seu objetivo por meio do "conselho" que deu aos moabitas. O verso 16 (referindo-se às mulheres moabitas que tinham se prostituído com os homens de Israel — veja Números 25:1-3) diz isto:

"Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o SENHOR no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a congregação do SENHOR."

Esse envolvimento dos homens de Israel com as mulheres pagãs de Moabe prejudicou o bem-estar espiritual dos israelitas e trouxe a ira de Deus sobre eles na forma de uma praga que arrebentou no arraial. O mandado de Deus para Israel (e também para a igreja) sempre foi a SEPARAÇÃO. Desde aquele dia até hoje, sempre que esse mandado é ignorado, Deus pune seu povo com severidade. O Deus Todo-Poderoso exige separação por parte de seu povo, mas o Diabo promove a unidade! Intencionalmente ou não, Charles Finney introduziu aos pastores/evangelistas de seu tempo um sistema teológico de contemporização acoplado com técnicas psicológicas destinadas a provocar respostas emocionais no público-alvo! Os resultados foram imediatos e os pastores, que naturalmente desejam ministérios frutíferos, subitamente começaram a experimentar a "bênção de Deus" sobre sua pregação! As pequenas igrejas tornaram-se grandes e os ministérios de muitos evangelistas cresceram em grandes proporções e a fama deles se alastrou. Eles então passaram o legado para outros homens e a explosão evangélica cresceu como uma bola de neve, resultando nas cruzadas de evangelismo de massa que vemos atualmente, em que se diz: "Deus o ama e se você seguir algumas instruções simples e 'aceitar a Cristo', será salvo". Essas profissões de fé são genuínas? Sem dúvida, algumas são, pois Deus sempre usa a mensagem sobrenatural do evangelho para chamar Suas ovelhas — mas a vasta maioria não mostra o fruto real do Espírito Santo em suas vidas e o mundanismo é a regra e não a exceção.

Será se nos tornamos tão cegos que não podemos ver como o Diabo está usando o "livre arbítrio" do homem e as técnicas de vendas por pressão no púlpito para "balaamizar" a igreja? Não podemos entender que um sinônimo para apostasia é "afastamento" e o sistema teológico atualmente popular é um afastamento radical do marco antigo? Satanás está obviamente enchendo as igrejas com membros não-salvos — a maioria dos quais "aceitou a Cristo", mas nunca foi aceita por Ele! Efésios 1:6b diz que "ele nos fez agradáveis a si no Amado". A salvação é do Senhor e Ele somente determina quem Ele vai salvar. Se você não O recebeu por meio do Espírito Santo que passou a residir no seu coração — não está salvo, de acordo com a definição bíblica do termo. Nós o exortamos a buscar ao Senhor enquanto se pode achar e a invocá-lo enquanto está perto (Isaías 55:6) — implorando que Ele salve a sua alma, se isso for da vontade dEle. De acordo com Romanos 3:11, você não fará e não continuará fazendo isso a não ser que Ele intervenha, supere sua natureza depravada e remova a inclinação natural de esconder-se Dele. Jesus Cristo disse "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." [João 6:37] VOCÊ ESTÁ GENUINAMENTE SALVO???


Se você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, mas vive uma vida espiritual morna, precisa pedir perdão e renovar seus compromissos. Ele o perdoará imediatamente e encherá seu coração com a alegria do Espírito Santo de Deus. Em seguida, você precisa iniciar uma vida diária de comunhão, com oração e estudo da Bíblia.

Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas entendeu que ele é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já estivesse lá. Assim, pode ter a certeza de que o Reino do Anticristo não o tocará espiritualmente. Se quiser saber como nascer de novo, vá para nossa Página da Salvação agora.

Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua vida. Nosso propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam a vindoura Nova Ordem Mundial, o Reino do Anticristo, nas notícias do dia-a-dia.

Fale conosco direcionando sua mensagem a um dos membros da equipe de voluntários.

Se desejar visitar o site "The Cutting Edge", dê um clique aqui: http://www.cuttingedge.org

Que Deus o abençoe.

Autor: Pr. Ron Riffe
Data da publicação: 23/2/2001
Revisão: V. C. C. C. — Brasília / DF e http://www.TextoExato.com
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