O Anticristo

Autor: Arthur W. Pink

CAPÍTULO 7

A Condenação do Anticristo

Se existe certa dificuldade em posicionar e elucidar algumas das profecias que falam sobre as várias fases e estágios da carreira do Anticristo, a névoa se dissipa à medida que o fim se aproxima. E isto está em total concordância com muitas outras coisas referentes aos últimos dias. Quanto mais próximos chegamos do abençoado evento do retorno do nosso Senhor a este mundo, mais luz parece que Deus lançou sobre aquilo que precede imediatamente o Segundo Advento. É como se, a princípio, Deus fornecesse somente um pequeno contorno, mas depois, no fim, preenchesse os detalhes para nós. Assim é com o fim do Anticristo. O Espírito Santo se agradou em nos fornecer a mais detalhada e vívida descrição das cenas finais na carreira do Filho da Perdição. É com sentimentos mistos que nos voltamos e consideramos o que foi registrado para nosso aprendizado.

O curso terrível de ações que será seguido pelo Homem do Pecado só pode nos deixar chocados. A pavorosa hipocrisia, as chocantes duplicidade e traição, a terrível crueldade e a inacreditável impiedade desse Monstro da Impiedade nos deixam maravilhados com a paciência de Deus, "que suporta os vasos da ira preparados para a perdição". Mas, quando chegamos às cenas finais, e vemos o Anticristo desafiar abertamente os céus, desafiar a Deus publicamente e fazer um esforço deliberado e determinado para impedir o Senhor Jesus de retornar a este mundo, ficamos quase sem palavras diante da extensão inacreditável em que o pecado avançará. Por outro lado, como aprendemos que tudo isto é o fim daquela longa e calamitosa noite que precede o Dia de Cristo, o Milênio, vemos que isto é apenas um escuro pano de fundo para colocar em relevo mais vívido as glórias do Deus-Homem. A destruição do Anticristo será seguida imediatamente pelo estabelecimento do Reino Messiânico, que trará paz e bênçãos para toda a Terra. E a contemplação disso só pode nos preencher com alegria e ação de graças.

"O fim do Homem do Pecado marca uma era de sublime interesse para os filhos de Deus. Será o dia da nossa triunfante manifestação e de júbilo para toda a criação. Será o dia em que a coroa da soberba de Satanás será esmagada e sua glória lançada ao pó, quando suas contínuas e persistentes tentações terão um fim e seu poder receberá a ferida da qual nunca mais se recuperará. Que dia abençoado, quando Aquele que tem o direito reinará, e o reino de Israel não será mais derrotado e desonrado! Que dia feliz, quando os escárnios, açoites, amarras, prisões e tormentos da grande multidão de quem o mundo não era digno cessarão para sempre, e toda a Terra estará em descanso e rompendo em alegria!" (E. Needham).

Mas, antes da chegada desse dia abençoado, a última hora da noite da ausência de Cristo terá de correr seu curso e, como a hora mais tenebrosa precede a aurora, assim também a última hora dessa "noite" será a mais funesta de todas. O período que precede imediatamente o retorno de Cristo a este mundo testemunhará os eventos mais terríveis já registrados na história. Foi a esse período que Daniel se referiu quando disse: "E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro." (Dn. 12:1). Foi a esse mesmo período de tempo que Cristo se referiu quando disse: "Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá. E, se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias." (Mc. 13:19-20). Esta é a "hora da tentação que virá sobre todo o mundo" (Ap. 3:10). Será um tempo de impiedade sem paralelos e um tempo de sofrimentos sem precedentes. É o tempo quando Deus vingará o assassinato de Seu Filho, quando castigará severamente um mundo que tem desprezado Sua Palavra e tripudiado Seus mandamentos. O próprio Anticristo será um dos instrumentos de vingança de Deus — "a vara da minha ira" (Is. 10:5).

Isto tudo é porque os homens não receberam o amor da verdade. Deus, então, lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira do Diabo. Como os homens tiveram "prazer na iniquidade", serão enganados pelo Iníquo. É porque Israel rejeitou o Bendito que veio em nome do Senhor que receberá aquele que virá em seu próprio nome. É por isso que o Anticristo poderá, por um tempo, prosperar e, aparentemente, desafiar Deus com impunidade. Mas, quando Deus o tiver usado para realizar Sua própria vontade, então derramará sobre o reino do Anticristo e sobre seus súditos as taças da Sua ira. Exatamente como Deus estabeleceu limites para o mar e lhe ordenou que não avance além deles, assim também fixou limites para as ações do Anticristo. E quando esses limites forem atingidos, o Filho da Perdição se verá impossibilitado de avançar além daquilo que Deus decretou, como uma minhoca fica imobilizada sob a pata de um elefante. Isso se tornará evidente à medida que avançarmos em nosso estudo.

No fim do capítulo anterior seguimos a carreira do Anticristo até o ponto em que ele se voltará contra o povo judeu e tentará desarraigá-lo de ser uma nação. Pavoroso será o ataque do Anticristo e eles chorarão amargamente. Será nesse tempo que o remanescente clamará: "Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto? Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antiguidade; da vara da tua herança, que remiste; deste monte Sião, em que habitaste. Levanta os teus pés para as perpétuas assolações, para tudo o que o inimigo tem feito de mal no santuário. Os teus inimigos bramam no meio dos teus lugares santos; põem neles as suas insígnias por sinais. Um homem se tornava famoso, conforme houvesse levantado machados, contra a espessura do arvoredo. Mas agora toda obra entalhada de uma vez quebram com machados e martelos. Lançaram fogo no teu santuário; profanaram, derrubando-a até ao chão, a morada do teu nome. Disseram nos seus corações: Despojemo-los duma vez. Queimaram todos os lugares santos de Deus na terra. Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta, nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará. Até quando, ó Deus, nos afrontará o adversário? Blasfemará o inimigo o teu nome para sempre? Porque retiras a tua mão, a saber, a tua destra? Tira-a de dentro do teu seio." (Sl. 74:1-11).

Será também nesse tempo que a profecia de Amós 8 receberá seu cumprimento final. "Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras para sempre. Por causa disto não estremecerá a terra, e não chorará todo aquele que nela habita? Certamente levantar-se-á toda ela como o grande rio, e será agitada, e baixará como o rio do Egito. E sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR Deus, farei que o sol se ponha ao meio dia, e a terra se entenebreça no dia claro. E tornarei as vossas festas em luto, e todos os vossos cânticos em lamentações; e porei pano de saco sobre todos os lombos, e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como luto por um filho único, e o seu fim como dia de amarguras. Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do SENHOR, mas não a acharão. Naquele dia as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sede." (Amós 8:7-13). De que forma impressionante o Salmo 74 interpreta essa profecia de Amós! A razão porque o remanescente fiel irá de um lado para o outro para buscar a palavra do Senhor, sem a encontrar, e o significado da fome de ouvir as palavras do Senhor é porque todas as sinagogas terão sido queimadas.

Entretanto, essa terrível perseguição não durará por muito tempo: "Por isso assim diz o SENHOR Deus dos Exércitos: Povo meu, que habitas em Sião, não temas a Assíria, quando te ferir com a vara, e contra ti levantar o seu bordão à maneira dos egípcios. Porque daqui a bem pouco se cumprirá a minha indignação e a minha ira, para a consumir." (Is. 10:24-25). Uma vez que o Anticristo se voltar contra Israel, seus dias estarão contados, pois tocar nessa nação é tocar na menina dos olhos de Deus (Zc. 2:8). Deus "suscitará um flagelo contra ele" (Is. 10:26). Qual é esse flagelo ficamos sabendo em Dn. 11:40: "E, no fim do tempo, o rei do sul lutará com ele, e o rei do norte se levantará contra ele com carros, e com cavaleiros, e com muitos navios; e entrará nas suas terras e as inundará, e passará."

O rei do sul, que lutará contra o Anticristo, é o rei do Egito. O Anticristo, aqui chamado de rei do norte, isto é, o Assírio, deixará Babilônia e, colocando em formação suas forças imperiais, que ele tem preparadas para ação imediata, as liderará contra o rei do Egito, como uma inundação. A rapidez de seus movimentos e a imensidão de seus exércitos fica implícito pelas palavras: "entrará nas suas terras e as inundará, e passará". O progresso dele será rápido como uma inundação avassaladora que se espalha e arrasta tudo o que estiver na sua frente. "E entrará na terra gloriosa, e muitos países cairão, mas da sua mão escaparão estes: Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom." (Dn. 11:41). Seu trajeto de Babilônia até o Egito o fará passar pela Palestina, a terra que depois de pouco tempo será a glória de todas as terras. Embora não sejamos informados sobre aquilo que ele fará ali nesse tempo, sem dúvidas, sua mão será pesada, como também sobre os muitos outros países que ele devastará. Mas, os seguintes escaparão de suas mãos: Edom, Moabe e os chefes dos filhos de Amom (Dn. 11:41). Esses três povos escaparão da ira do Anticristo. Parecem existir duas razões para esse livramento. No Salmo 83, que descreve um evento em um período um pouco anterior, somos informados: "Tomaram astuto conselho contra o teu povo, e consultaram contra os teus escondidos. Disseram: Vinde, e desarraiguemo-los para que não sejam nação, nem haja mais memória do nome de Israel. Porque consultaram juntos e unânimes; eles se unem contra ti: As tendas de Edom, e dos ismaelitas, de Moabe, e dos agarenos, de Gebal, e de Amom, e de Amaleque, a Filístia, com os moradores de Tiro; também a Assíria se ajuntou com eles; foram ajudar aos filhos de Ló." (Sl. 83:3-8). Assim, vemos que esses três povos atuarão em acordo com o Anticristo quando um esforço determinado for feito para exterminar totalmente o povo judeu. Portanto, o Anticristo poupará esses aliados submissos quando partir para conquistar os outros países.

Isto explica o lado humano por que "Edom e Moabe, e os chefes dos filhos de Amom escaparão de sua mão". Mas, existe também um lado divino. Esses povos serão poupados nesse tempo para que sejam tratados posteriormente pelo próprio Deus. Foi assim que Jeová declarou por meio de Balaão, o profeta gentio: "Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete. E Edom será uma possessão, e Seir, seus inimigos, também será uma possessão; pois Israel fará proezas." (Nm. 24:17-18). Isto ocorrerá no início do Milênio. Israel também será usado por Deus nesse julgamento contra seus antigos inimigos: "Antes voarão sobre os ombros dos filisteus ao ocidente; juntos despojarão aos do oriente; em Edom e Moabe porão as suas mãos, e os filhos de Amom lhes obedecerão." (Is. 11:14).

"E estenderá a sua mão contra os países, e a terra do Egito não escapará. E apoderar-se-á dos tesouros de ouro e de prata e de todas as coisas preciosas do Egito; e os líbios e os etíopes o seguirão." (Dn. 11:42-43). O rei vitorioso tomará posse então dos países que foram conquistados por ele em sua marcha de Babilônia até o Egito. Tendo agora chegado a esse país que se atreveu a atacá-lo — o país que nunca foi completamente subjugado pelos reis anteriores do norte referidos na parte inicial de Dn. 11 — o rei do Egito e seus súditos precisarão agora se encurvar diante do cetro de ferro do Anticristo. Ele se apoderará dos tesouros de ouro, prata e de todas as coisas preciosas do Egito. Os líbios e etíopes, que eram aliados do Egito, serão convencidos a segui-lo. Assim, ele esmagará a rebelião egípcia e demonstrará uma vez mais suas capacidades de estrategista militar. Todavia, não por muito tempo ele poderá desafiar o céu com impunidade.

"Mas os rumores do oriente e do norte o espantarão; e sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos." (Dn. 11:44). Em Jr. 51 somos informados quais serão essas notícias ruins. Um sério ataque será feito contra seu quartel-general em Babilônia e, durante sua ausência, os reis de Ararate, Mini e Asquenaz — sem dúvida encorajados pela insubordinação do Egito — cercarão e capturarão os arredores da capital. O tempo se aproxima, em que Deus destruirá totalmente aquela Cidade do Diabo, e uma advertência preliminar disso é feita agora: "E pagarei a Babilônia, e a todos os moradores da Caldéia, toda a maldade que fizeram em Sião, aos vossos olhos, diz o SENHOR. Eis-me aqui contra ti, ó monte destruidor, diz o SENHOR, que destróis toda a terra; e estenderei a minha mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte de queima. E não tomarão de ti pedra para esquina, nem pedra para fundamentos, porque te tornarás em assolação perpétua, diz o SENHOR." (Jr. 51:24-26).

Como um início deste fim, o Senhor diz: "Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, preparai as nações contra ela, convocai contra ela os reinos de Ararate, Mini, e Asquenaz; ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como lagartas eriçadas. Preparai contra ela as nações, os reis da Média, os seus capitães, e todos os seus magistrados, e toda a terra do seu domínio. Então tremerá a terra, e doer-se-á, porque cada um dos desígnios do SENHOR está firme contra Babilônia, para fazer da terra de Babilônia uma desolação, sem habitantes. Os poderosos de Babilônia cessaram de pelejar, ficaram nas fortalezas, desfaleceu a sua força, tornaram-se como mulheres; incendiaram as suas moradas, quebrados foram os seus ferrolhos." (Jr. 51:27-30). (Nota: Os reinos de Ararate, Mini e Asquenaz estão situados nas proximidades da atual Armênia).

São essas notícias ominosas — os rumores que o deixarão espantado — que chegam aos ouvidos do rei de Babilônia, então ausente no Egito. As notícias alarmantes que parte da cidade já foi destruída o deixarão furioso, porque lemos que ele "sairá com grande furor, para destruir e extirpar a muitos". Quando ele se aproximar da cidade, "um correio correrá ao encontro de outro correio, e um mensageiro ao encontro de outro mensageiro, para anunciar ao rei de Babilônia que a sua cidade está tomada de todos os lados. E os vaus estão ocupados, e os canaviais queimados a fogo; e os homens de guerra ficaram assombrados." (Jr. 51:31-32). O fim não está muito distante: "Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: A filha de Babilônia é como uma eira, no tempo da debulha; ainda um pouco, e o tempo da sega lhe virá." Deus agora conclama os judeus que vivem naquela cidade a saírem imediatamente, para que não sejam pegos no furor da Sua ira: "Saí do meio dela, ó povo meu, e livrai cada um a sua alma do ardor da ira do SENHOR." (Jr. 51:45). Uma descrição da destruição de Babilônia se encontra no fim de Jr. 51 e também em Ap. 18.

A fúria do Anticristo com a destruição de Babilônia não terá limites. Enfurecido com sua perda e inflamado contra Deus, ele agora voltará sua face contra a Palestina e chefiará suas forças até a terra gloriosa. Entretanto, é Deus quem o está dirigindo, junto com seus cegos seguidores — levando-os a finalizarem a obra de julgamento sobre Israel e levando o Anticristo à sua terrível condenação. Habacuque nos dá uma pavorosa descrição do estado de espírito em que o rei de Babilônia e suas tropas cairão sobre os habitantes da Palestina: "Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade. E os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como águias que se apressam a devorar. Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia. E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão. Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus." (Hc. 1:6-11). Observe como o último verso serve para identificar o "caldeu" com o rei de Dn. 11:38-39. Tão terrível será a matança que somos informados: "E acontecerá em toda a terra, diz o SENHOR, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela." (Zc. 13:8).

O trajeto seguido pelo Anticristo é vividamente descrito em Isaías 10. "Já vem chegando a Aiate, já vai passando por Migrom, e em Micmás deixa a sua bagagem. Já passaram o desfiladeiro, já se alojam em Geba; já Ramá treme, e Gibeá de Saul vai fugindo. Clama alto com a tua voz, ó filha de Galim! Ouve, ó Laís! Ó tu pobre Anatote! Madmena já se foi; os moradores de Gebim vão fugindo em bandos. Ainda um dia parará em Nobe; acenará com a sua mão contra o monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalém." (Is. 10:28-32). O acampamento do Anticristo naquele dia estará em Nobe e é ali que ele "armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso." Nobe precisa estar em alguma elevação a uma distância que permita ver Jerusalém do oeste. Quando o Anticristo estiver ali naquela noite e olhar para a Cidade Santa, "acenará com a sua mão contra o monte da filha de Sião, o outeiro de Jerusalém" (Is. 10:32).

Chegamos agora à cena final. Na manhã seguinte o Anticristo liderará suas forças ao famoso Armagedom, esperando ali a chegada dos reforços finais antes de atacar Jerusalém. Joel se refere a isto assim: "Proclamai isto entre os gentios; preparai a guerra, suscitai os fortes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte. Ajuntai-vos, e vinde, todos os gentios em redor, e congregai-vos. Ó SENHOR, faze descer ali os teus fortes; suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do SENHOR está perto, no vale da decisão." (Joel 3:9-14).

Miquéias também se refere a isto: "Agora se congregaram muitas nações contra ti, que dizem: Seja profanada, e vejam os nossos olhos o seu desejo sobre Sião. Mas não sabem os pensamentos do SENHOR, nem entendem o seu conselho; porque as ajuntou como gavelas numa eira." (Mq. 4:11-12). Não é no vale que a batalha ocorrerá, mas em volta de Jerusalém, onde a besta e seus exércitos lançam o ataque final do julgamento de Deus contra aquela cidade antes de o Libertador aparecer. É então que Deus dirá: "Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos. Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita, e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas. Ainda que ele não cuide assim, nem o seu coração assim o imagine; antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas nações. Porque diz: Não são meus príncipes todos eles reis? Não é Calno como Carquemis? Não é Hamate como Arpade? E Samaria como Damasco? Como a minha mão alcançou os reinos dos ídolos, cujas imagens esculpidas eram melhores do que as de Jerusalém e do que as de Samaria, porventura como fiz a Samaria e aos seus ídolos, não o faria igualmente a Jerusalém e aos seus ídolos? Por isso acontecerá que, havendo o SENHOR acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então castigarei o fruto da arrogante grandeza do coração do rei da Assíria e a pompa da altivez dos seus olhos." (Is. 10:5-12). O Anticristo será simplesmente um instrumento de julgamento do Deus. Exatamente como a vara que Moisés apanhou em sua mão se transformou em uma serpente, assim também esse filho da Serpente será usado pela mão de Deus para cumprir Seu conselho pré-determinado.

Entretanto, novamente, a besta parece ser bem-sucedida. Jerusalém cai diante da matança, como Jeová predisse que aconteceria. "Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade." (Zc. 14:2). Embriagados pelo seu sucesso, é então que os gentios se amotinam e os povos imaginam coisas vãs: "Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas."

E então chega o Gran Finale. O céu se abre e aparece o Rei dos reis e Senhor dos senhores, sentado em um cavalo branco, como Seus olhos como "chama de fogo" (Ap. 19:11-12). Os exércitos celestiais, também montados em cavalos brancos, O acompanharão (Ap. 19:14). Longe de ficarem admirados por esse espetáculo que inspira temor, a besta, os reis da terra e seus exércitos se unirão "para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército" (Ap. 19:19). "E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações, como pelejou, sim, no dia da batalha." (Zc. 14:3). Finalmente, o Cristo de Deus e o cristo de Satanás se confrontarão. Mas, no instante em que o conflito começar, ele terminará. O Inimigo será paralisado e toda a resistência cessará.

A Escritura registrou solenemente o fim de vários personagens malignos importantes. Alguns foram cobertos pelas águas, outros foram consumidos pelas chamas, alguns foram tragados por rachaduras abertas no solo, outros foram feridos por alguma doença, outros foram mortos ignominiosamente, outros foram enforcados, uma foi devorada pelos cães, outro foi consumido pelos vermes. Mas nenhum pecaminoso habitante da terra, exceto o Homem do Pecado, o "Iníquo", já recebeu a terrível distinção de ser consumido pelo brilho do aparecimento pessoal do próprio Senhor Jesus Cristo. Tal será sua condenação sem precedente e o fim que será o clímax apropriado para sua origem ignóbil, sua carreira impressionante e sua impiedade sem paralelos.

"A soberba sempre esteve nas palavras que saíam da boca do rei de Satanás, mas agora ele cai totalmente indefeso no chão, atingido pelo brilho que vem do Rei dos reis e, junto com o Falso Profeta, e à vista de todo o seu exército, eles são tomados pelos anjos do Senhor e lançados vivos no lago que arde com fogo e enxofre." (G. H. Pember).

A derrota do Anticristo é descrita da seguinte forma:

"Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio." (Is. 11:4).

"E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mão; e no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas sem mão será quebrado." (Dn. 8:25).

"E armará as tendas do seu palácio entre o mar grande e o monte santo e glorioso; mas chegará ao seu fim, e não haverá quem o socorra." (Dn. 11:45).

"E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda." (2 Ts. 2:8).

"E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre." (Ap. 19:20).

"Porque Tofete já há muito está preparada; sim, está preparada para o rei; ele a fez profunda e larga; a sua pira é de fogo, e tem muita lenha; o assopro do Senhor como torrente de enxofre a acenderá." (Is. 30:33).

"E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre." (Ap. 20:10).

Pavorosa também será a condenação dos seguidores do Anticristo:

"E esta será a praga com que o SENHOR ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua lhes apodrecerá na sua boca. Naquele dia também acontecerá que haverá da parte do SENHOR uma grande perturbação entre eles; porque cada um pegará na mão do seu próximo, e cada um levantará a mão contra o seu próximo." (Zc.14:12-13).

"E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes." (Ap. 19:21).

Anterior | Índice | Próximo


Data da publicação: 4/9/2010
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/anticristo-cp07.asp