A Grande Apostasia

A Grande Apostasia

Autor: Jeremy James, Irlanda, 12/6/2020.

Em Atos 16:17, vemos como o apóstolo Paulo, exasperado pelas arengas mediúnicas da jovem que o seguia, finalmente voltou-se e disse para o demônio que estava dentro dela: "Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu."

O que ela dizia que o deixou incomodado? De acordo com muitas traduções, incluindo a KJV, ela dizia: "Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo." Mas, esta não é a tradução correta. Não se pode confiar que os demônios digam a verdade a respeito de qualquer coisa. Ao revés, a jovem dizia: "Estes homens, que nos anunciam um caminho de salvação..."

Os manuscritos originais confirmam que este é o caso. Em sua tradução literal da Bíblia, Young traduz as palavras da jovem como segue: "Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e nos declaram um caminho de salvação."

Um Caminho Dentre Muitos?

Por que isto é importante? Bem, além da necessidade de precisão escrupulosa em nosso tratamento da Palavra de Deus, a afirmação real dela, com o artigo definido, é uma proposição direta do Movimento de Nova Era. Tanto na religião pagã antiga quanto na religião neopagã moderna, existem muitos caminhos para a salvação. Elas ensinam que cada pessoa escolhe o caminho que melhor atende às suas necessidades espirituais, sua individualidade, ou seu "estado de conscientização", como eles dizem.

O demônio que possuía a jovem podia ver que Paulo e Silas não estavam simplesmente ensinando um novo caminho de salvação, mas estavam afirmando que era o único caminho. O Maligno não tolera isto! Ele detesta o Evangelho da salvação, mas também detesta de forma igualmente tão intensa a afirmação que aquele é o ÚNICO caminho.

Ensinado de forma apropriada, o Evangelho não deixa ninguém em dúvida que não existe outro caminho para a salvação, exceto aquele por meio de um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Todas as religiões, fés e filosofias mundiais estão profundamente vazias de verdade.

O Falso Evangelho das "Verdades Essenciais"

Infelizmente, não é assim que o Evangelho é pregado hoje. O Evangelho moderno confina-se a certas verdades centrais. Uma pessoa torna-se um crente, eles dizem, quando aceita essas verdades. Na realidade, o convertido encontrou "um caminho de salvação", mas não compreendeu verdadeiramente que a fé no sangue de Cristo é o único caminho de salvação. Em algum lugar em seus corações, eles ainda veem, por mais tenuamente que seja, alguma bondade intrínseca naqueles que ainda não vieram a Cristo. Eles não conseguem aceitar que eles estão perdidos.

O convertido encontrou religião, neste caso o Cristianismo, mas não está salvo. Ele pode se sentir tranquilo e seguro dentro de si mesmo, mas não nasceu de novo. Ele ainda está em trevas, não-regenerado, alienado de Deus. Ele se tornou um daqueles a quem o Senhor dirá no dia do Julgamento: "Nunca te conheci."

Isto é inacreditavelmente triste. De que outra forma podemos dizer? Mas, se o Evangelho que é pregado é o moderno evangelho ecumênico, aquele baseado em certas verdades centrais e não na Palavra de Deus, então este é o resultado. Não pode ser de outra forma.

Precisamos olhar de perto para o que está acontecendo aqui. A igreja evangélica começou a pregar o moderno Evangelho, com o famoso "apelo para vir até o altar", nos anos 1950s. As cruzadas de Billy Graham foram planejadas pelo Maligno para popularizar uma mensagem do evangelho que soasse autêntica, até urgente ou dramática, mas que não possuía o poder de convencimento do Espírito Santo. A "convicção" era somente em um nível emocional, o produto de habilidosa manipulação por um orador que sabia como "trabalhar" com sua audiência.

Pastores Não Regenerados

Com o passar dos anos, os bancos das igrejas em todo o país começaram a ficar repletos de "crentes" que não eram nascidos de novo. Eles gostaram daquilo que tinham encontrado e compareciam todos os domingos para ouvir uma pregação edificante e canções que aqueciam os corações, mas, em muitos casos, eles estavam ouvindo líderes que não eram eles mesmos regenerados. Não demorou muito tempo para que restassem poucos nessas igrejas que conseguiam distinguir entre aqueles que tinham verdadeiramente encontrado a Cristo e aqueles que tinham meramente encontrado uma religião.

Em nosso estudo sobre "O Tabernáculo e as Ofertas", fizemos uma citação de Vance Havner, em que ele pinta um quadro do mundo que diferia grandemente daquele que os pregadores daquele tempo (1969) descreviam:

"As profundidades da depravação humana nos dias presentes são vis demais para qualquer palavra da nossa linguagem descrever. Não estamos vendo corrupção moral ordinária, mas malignidade duplamente destilada, misturada em combinações estranhas, misteriosas e demoníacas, junto com formas de iniquidade totalmente desconhecidas uma geração atrás."

Havner pregava o verdadeiro Evangelho, não o evangelho moderno. Isto lhe permitia ver o mundo como ele realmente era. Ele não se intimidava em denunciar a impiedade que seus colegas pregadores mal conseguiam discernir. Esta é uma característica daqueles que pregam o verdadeiro Evangelho, uma característica que raramente é evidente em alguma das nossas igrejas hoje.

A Verdadeira Igreja

A verdadeira igreja vive aqui e ali dentro da grande congregação que chamamos de igreja professa. Todos que são nascidos de novo são membros da verdadeira igreja. O apóstolo Pedro referiu-se a esses indivíduos como "pedras vivas" (1 Pedro 2:5), que, coletivamente, são "bem ajustados", de acordo com o apóstolo Paulo, para formar um santo templo:

"No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor." [Efésios 2:21].

Em seu comentário sobre a Epístola aos Efésios (1937), H. A. Ironside faz uma análise perspicaz desse templo e de seu desenvolvimento. Ao fazer isso, ele descreve uma verdade que dificilmente é mencionada hoje, uma verdade de imensa importância, que deveria ser estudada por todos os fiéis e proclamada até os confins da Terra:

"Mas agora, como dissemos, o templo ainda não está finalizado. Enquanto ainda existirem pobres pecadores a serem trazidos para dentro, o templo não estará finalizado. Se você pedisse minha opinião sobre o quão próximo estamos do templo ser concluído, eu diria que acho que existem poucas pedras adicionais a serem inseridas, apenas uma aqui e outra ali no telhado e então o templo estará concluído. Talvez a última pedra viva a ser colocada no edifício seja colocada hoje e então a obra estará concluída." [pág. 83].

"... os apóstolos e profetas deviam lançar o fundamento e, se compreendo corretamente a Palavra de Deus, esse templo abençoado do Deus vivo, esta maravilhosa igreja que Ele está erigindo, está em construção há 1.900 anos e agora está quase concluído, e não se coloca um fundamento sobre o telhado. O fundamento está lá embaixo, 1.900 níveis abaixo, e o templo tem sido erguido sobre aquele fundamento durante todos estes anos. Estamos agora apenas dando os toques finais no telhado. Estamos trazendo para dentro pobres pecadores, um aqui e outro ali. Eles não estão vindo em grandes números atualmente, mas aqueles que vêm estão sendo colocados sobre o telhado e não demorará muito tempo até que tudo fique concluído e então iremos todos para o céu." [pág. 108].

Incentivamos nossos leitores a absorver bem a mensagem destas palavras. O Dr. Ironside descreve de forma tão simples que facilmente poderíamos negligenciar a magnitude daquilo que ele está dizendo. Como já se passaram mais de 80 anos desde que ele escreveu isto, a mensagem dele é ainda mais urgente — e mais alarmante — hoje do que era em 1937. Poderíamos resumi-la da seguinte forma:

"A igreja que Cristo está construindo, por meio da ação do Espírito Santo, está perto de ficar concluída. Somente mais algumas 'pedras vivas' (fiéis cristãos nascidos de novo) estão previstas para serem adicionadas na parte mais alta dessa criação surpreendente. Quando a última pedra viva for colocada na sua posição, o Arrebatamento ocorrerá."

A ciência nada sabe a respeito desta estrutura. Nada! Todavia, depois de poucos anos de sua finalização, os fundamentos da Terra serão abalados.

As Sete Fases da Igreja na História

A Palavra de Deus coloca tudo isto em uma perspectiva histórica para nosso benefício. As descrições das sete igrejas no livro do Apocalipse são aplicáveis, não somente à condição espiritual das igrejas individuais em um dado momento de tempo, mas à condição da igreja visível como um todo ao longo do curso da história. Os eruditos bíblicos também discerniram uma correspondência entre cada uma das sete igrejas em Apocalipse e as sete parábolas que nosso Senhor usou para descrever "o reino dos céus", em Mateus 13.

Há uma concordância geral que as sete parábolas se refiram à igreja na terra. Como elas falam de condições mutáveis, não podem se aplicar à igreja (ou santos) no céu, ou à igreja durante o Milênio. Portanto, elas precisam ter uma aplicação histórica. Como a igreja somente passou a existir em Pentecostes, as sete parábolas estão apontando para a condição futura da igreja em diferentes estágios na história. Se este for o caso, então devemos ser capazes de olhar para trás e ver o quão bem elas correspondem ao padrão em Apocalipse.

A tabela seguinte tem o objetivo de mostrar como as parábolas e as sete igrejas descritas em Apocalipse se alinham com a história real da igreja ao longo dos últimos dois mil anos. (As datas são aproximadas):

A Igreja de Éfeso: cerca de 50 — 132 DC

[Desde a fundação da igreja em Éfeso até a Segunda Revolta Judaica]

A Era Apostólica e Pós-Apostólica [duração: cerca de 80 anos]

Durante este período, a Igreja estava lutando para construir um sólido fundamento e evitar as heresias que a atacavam por todos os lados: "Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." [Apocalipse 2:2-5].

A Parábola do Semeador (Mateus 13:3-23). Esta parábola fala das quatro formas como a Palavra de Deus é recebida. A igreja de Cristo fincou raízes a partir de semente que caiu em solo bom.

A Igreja de Esmirna, 132 — 325 DC

[Desde a Segunda Revolta Judaica até o fim da Perseguição]

A Perseguição Romana [duração: cerca de 195 anos]

Solidamente estabelecida, a igreja foi então submetida à pavorosa perseguição por um tempo: "Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." [Apocalipse 2:9-10].

Parábola do Trigo e do Joio (Mateus 13:24-30). Os sutis falsificadores entraram em cena e formularam as regras e instituições que lhes dariam controle.

A Igreja em Pérgamo, 325 — 604 DC

[Desde o fim da Perseguição até o papa Gregório I]

A Era de Constantino [duração: cerca de 280 anos]

O imperador Constantino efetivamente terminou com a perseguição aos cristãos no Concílio de Niceia, no ano 325. No ano 380, o imperador do Ocidente, Valentiniano II e o imperador do Oriente, Teodósio I, tornaram a igreja institucional a religião oficial do império. O decreto deles permitia que a igreja até perseguisse os descrentes. Após a tomada de poder pelos prelados de mais alto escalão em Roma, Constantinopla e em outros lugares, a igreja perdeu grande parte de sua vitalidade original. A Palavra de Deus foi lentamente enquadrada pela palavra do homem. Cristo refere-se a isto como doutrina dos nicolaítas, a partir da palavra nikao, significando conquistar, e laos, significando o povo. Assim, as estruturas de poder em Roma e de certas outras cidades oprimiram os fiéis cristãos. "Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio." [Apocalipse 2:15].

A Parábola da Semente de Mostarda (Mateus 13:31-32). A religião oficial do império cresceu rapidamente em poder e influência sob o patronato estatal. Todo o fulcro da sociedade na Europa e Ásia foi moldado de mil formas por essa imensamente influente instituição.

A Igreja em Tiatira: 604 — 1517 DC

[Desde o papa Gregório até Martinho Lutero]

Idade Média [duração: cerca de 900 anos]

O centro de poder em Roma estava agora controlando a igreja e corrompendo o verdadeiro evangelho. Ele era governando por um falso profeta e dominado por um rito sacrifical que era pagão em natureza: "Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria." [Apocalipse 2:20].

A Parábola do Fermento em Três Medidas de Farinha (Mateus 12:33). O fermento representa a corrupção. A mulher, a falsa igreja de Roma, adicionou fermento às doutrinas do Cristianismo até que elas ficaram totalmente contaminadas com seus falsos ensinos. Esta Jezabel, que via a si mesma como uma profetiza que podia fazer acréscimos à Palavra de Deus — e tem feito isso de forma desavergonhada por meio de suas "tradições" e Bulas Papais — também chegou ao ponto de ensinar idolatria e o "sacrifício" da Missa.

A Igreja de Sardes, 1517 — 1738 DC

[Desde Martinho Lutero até o Reavivamento Wesleyano]

A Reforma [duração: cerca de 220 anos]

Em grande parte, a igreja esteve moribunda durante este período de tempo. A Reforma, que deveria ter rejuvenescido grandemente a verdadeira igreja de Cristo, estava preocupada principalmente com questões políticas: "E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto." [Apocalipse 3:1].

A Parábola do Tesouro Escondido em um Campo (Mateus 13:44).

A Reforma trouxe uma compreensão renovada do verdadeiro Evangelho e da autoridade exclusiva da Palavra de Deus. Este foi o "tesouro" escondido em um dos muitos campos controlados por Roma.

A Igreja de Filadélfia, anos 1738-1900

[Desde o Reavivamento Wesleyano até o Pentecostalismo Extremo]

A Era Missionária [duração: cerca de 160 anos]

A igreja rejuvenesceu durante este período, com a disseminação generalizada da tradução Autorizada pelo Rei Tiago (KJV) ("minha palavra") e um aumento acentuado no evangelismo e na obra missionária: "Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome." [Apocalipse 3:8].

A Parábola da Pérola de Grande Preço (Mateus 13:45-46).

Firmada na Palavra, a igreja, sabendo que tinha sido comprada por um grande preço (1 Coríntios 6:20), tornou-se verdadeiramente viva durante este período.

A Igreja de Laodiceia, Anos 1900 — Desconhecido

[Desde o Pentecostalismo Extremo até a Grande Apostasia]

A Igreja de Laodiceia Criada Pelo Homem

Este é o período de tempo em que estamos agora. O zelo do período anterior foi perdido e a fé entre os cristãos professos, onde existe, é somente morna. Eles não têm zelo pela verdade nem aversão às mentiras. Esta é uma condição que é muito desagradável para nosso Senhor: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca." [Apocalipse 3:15-16].

Parábola da Rede Lançada ao Mar (Mateus 13:47-50), que faz uma distinção radical entre cristãos falsos e verdadeiros. Além disso, quando Cristo explicou a Parábola do Trigo e do Joio (Mateus 13:34-43) Ele fez isso de um modo que corre em paralelo com a Parábola da Rede Lançada ao Mar. Em cada caso, Ele se refere ao julgamento no fim dos tempos, em que os bons são separados dos maus. Os últimos são então lançados na "fornalha de fogo, ali haverá pranto e ranger de dentes" (Mateus 13:42 e 13:50).

Como você pode ver, todos os versos em Mateus 13, que lidam com as parábolas do reino — versos 3-50 — estão incorporados nesta visão geral histórica. Além disso, quando reconhecemos que os versos 42 e 50 conectam duas das parábolas, podemos ver que elas seguem a mesma sequência que as sete igrejas descritas em Apocalipse 2-3.

Dando Ouvidos às Lições da História

Portanto, cabe a nós, neste tempo de grandes trevas espirituais que estão sobre a Terra, considerar atentamente o que nosso Pai Celestial revelou nestas passagens da Escritura. Em nossa opinião, elas são imensamente importantes. Por exemplo, elas apoiam a visão expressa pelo Dr. Ironside (nas passagens citadas acima) que o número de cristãos verdadeiramente nascidos de novo que estão agora sendo adicionados à igreja é muito reduzido. Talvez ainda exista alguma atividade em países como China e Irã, mas, em geral, o quadro é de um acentuado e contínuo declínio.

Isto dificilmente é surpreendente, pois a Igreja de Laodiceia, a partir das perspectivas institucional e espiritual, é uma entidade sem vida, ou em estado de coma. Sim, ela contém um remanescente de crentes verdadeiros — caso contrário não seria uma igreja de forma alguma — mas serve somente a si mesma. Ela difere pouco da ampla Igreja Anglicana, que fez as pazes com o mundo cerca de duzentos anos atrás.

Devemos observar a duração de cada período da igreja. Se excluirmos o longo período de domínio e opressão pela falsa igreja de Roma (de 604 a 1517), a duração média dos cinco períodos restantes foi de somente 187 anos. Dado que a igreja de Laodiceia existe há 120 anos, aproximadamente, podemos sensatamente esperar que Cristo retorne por volta do fim deste século, se não antes: "Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra." [Romanos 9:28].

Observe os Sinais

Nosso Senhor nos disse para observar os sinais. Um dos sinais mais fortes, em vista dos cenários sombrios retratados no livro do Apocalippse, é a capacidade destrutiva que o Maligno agora possui com os avanços da tecnologia ("Porque o seu coração medita a rapina, e os seus lábios falam a malícia." [Provérbios 24:2]). No estágio atual, homens ímpios podem espalhar pelos céus de toda a Terra muitos tipos de toxinas criadas e organismos geneticamente modificados. Também é possível, por meio da ciência da Genética, introduzir variedades de plantas prejudiciais e outras substâncias modificadas na cadeia alimentar humana. Eles também têm virtualmente oportunidades ilimitadas para propagar patógenos, hormônios e partículas metálicas microscópicas, de atuação lenta, via vacinas. A ameaça de esterilização em massa é agora muito real.

Tudo isto pode ser utilizado de forma furtiva, como armas silenciosas em uma guerra silenciosa. Esse tipo de potencial destrutivo somente tornou-se disponível em décadas recentes. Além disso, isto pode ser desenvolvido e utilizado sob a cobertura de operações militares secretas, de conhecimento restrito para pouquíssimas pessoas. A recente criação da empresas gigantescas também pode facilitar atividades clandestinas similares. Essas atividades, por sua vez, podem ser controladas e coordenadas por um número surpreendentemente pequeno de pessoas, vinculadas umas às outras por votos de manter segredo. (Não é de se admirar que a Bíblia nos adverte contra o poder vinculante dos votos, juramentos e pactos de sangue secretos.)

Muitos pregadores e pastores zombam quando alguém menciona esses tipos de conspirações. A Palavra de Deus adverte a respeito dos "escarnecedores nos últimos dias" (2 Pedro 3:3). Estes são cristãos professos que negam vigorosamente o retorno iminente de Cristo. Podemos pensar nisto como uma negação direta somente, mas eles também negam isso quando zombam diante das evidências. Eles rejeitam como absurda a ideia que o Maligno está preparando uma crise mundial que levará a maior parte da humanidade para os braços do Anticristo.

Os pastores que zombam de conspirações óbvias, como o Marxismo internacional, a religião da Maçonaria a do Ecumenismo subversivo da Igreja Católica, estão conduzindo seus rebanhos para um caminho perigoso. Jesus nos pediu para sermos astutos como as serpente (Mateus 10:16), porém muitos pulam esse verso, exatamente como fazem com muitos outros.

A Grande Apostasia

Isto nos traz até o sinal crucial que o apóstolo Paulo deu em sua Segunda Epístola aos Tessalonicenses:

"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição." [2 Tessalonicenses 2:3].

Na última vez que esteve com eles em pessoa, Paulo explicou aos tessalonicenses a doutrina do Arrebatamento. Ele agora precisou tratá-la novamente, desta vez por escrito, pois eles tinham permitido que alguns perturbadores os confundissem. O Arrebatamento poderia ocorrer a qualquer tempo, ele deu a entender, mas, quando ocorresse, seria seguido quase que imediatamente por dois grandes eventos: (a) uma grande apostasia e (b) o aparecimento do Anticristo.

O Anticristo estará na Terra durante várias décadas antes de sua identidade tornar-se conhecida, embora virtualmente ninguém o reconhecerá como tal, pelo menos inicialmente.

O outro evento importante será uma apostasia geral, ou um afastamento da fé, pela vasta maioria dos cristãos professos. Para isto constituir um sinal, como Paulo implica, ele terá de ser súbito — uma marcha para a destruição — o que teria horrorizado todos os verdadeiros crentes estivesse a igreja, a Noiva de Cristo, ainda na Terra.

A decadência espiritual que leva à grande apostasia ocorrerá principalmente na parte final da era da igreja de Laodiceia. Entretanto, dado o modo como Cristo a descreveu no livro do Apocalipse, a igreja de Laodiceia estava deslizando para a apostasia quase que desde o início.

É difícil dizer que tipo de evento acionará a grande apostasia. Como Paulo coloca a apostasia antes do aparecimento do Anticristo, podemos inferir que ela precederá a aceitação geral do falso messias. O evento pode ser surpreendentemente simples, como uma declaração formal de unidade por todos que "professam Cristo", não diferente do documento ecumênico Evangelicals and Catholics Together (Evangélicos e Católicos Juntos, 1994), porém mais amplo em abrangência, até o ponto em que o verdadeiro Evangelho é totalmente apagado. Um pacto desse tipo poderia até admitir os islâmicos como monoteístas e pessoas de fé, desse modo tornando Alá o Senhor Deus da Bíblia.

Qualquer aceitação geral desse tipo de pacto, imerso em grosseira apostasia, certamente constituiria uma grande apostasia!

O Termo "Apostasia"

Precisamos examinar cuidadosamente, dentro do contexto, o que Paulo queria dizer com a palavra apostasia. ("porque não será assim sem que antes venha a apostasia"). Muitos comentaristas eminentes já trataram esta questão, porém poucos podem se equipar a F. B. Hole em clareza e exatidão. O ensino dele sobre este tópico, que pode ser encontrado em seu Commentary on Paul’s Epistles: Galatians to Philemon (Comentário Sobre as Epístolas de Paulo: Gálatas Até Filemon), merece a mais cuidadosa atenção. Por esta razão, reproduzimos uma grande porção dele abaixo:

"Vamos ser claro sobre o que apostasia significa. Ela não é apenas uma reversão aos maus caminhos, uma frieza crescente por parte dos cristãos, como um resultado do qual o mundo invade a igreja, arrastando para seu seio um trem inteiro de males acompanhantes. Ela é, ao revés, um total abandono da verdade de Deus, um abandono total das antigas bases da fé. Frequentemente demais na história da igreja ocorreram distorções e perversões da verdade, o que pode ser comparado à transplantação de enxertos e à poda de árvores que poderiam danificar um jardim que antes era belo e simétrico. A apostasia não é algo assim. Ao revés, ela é como um deslizamento de terra de tão grandes dimensões que todo o jardim é destruído."

"... o fato é, o que precederá Seu advento em glória é um total abandono da fé por aqueles que anteriormente professavam aderir a ela. Essa apostasia pavimentará o caminho para a revelação de um grande personagem, que será o representante direto de Satanás, chamado aqui de 'homem do pecado', pois nele o pecado encontrará a mais alta expressão. Esse homem será marcado pela mais arrogante auto-exaltação. Ele se oporá a Deus, afirmando ser ele mesmo Deus. Uma afirmação desse tipo seria impossível entre as pessoas que se chamam a si mesmas de cristãs — isto simplesmente provocaria a ridicularização — se o caminho não fosse preparado para isso pela apostasia."

"A apostasia será, então, de uma natureza tal que as mentes dos homens estarão preparadas para aceitar essas afirmações extraordinárias por parte de um homem como bastante possíveis e sensatas. A divinização do homem será o resultado lógico e sensato do movimento. Isso lança um feixe de luz sobre qual será o principal ímpeto da apostasia. Deus será destronado e homem será entronizado!"

Depois de lidar em termos gerais com a apostasia, ele passa então a considerar a mudança no "pensamento religioso" que será necessário antes que isso possa acontecer. Ele identifica a doutrina da Evolução como um importante catalisador, a crença amplamente aceita que o homem continua a "evoluir" e é, portanto, capaz de alcançar um estado de divindade:

"Vamos investigar a grande Cristandade hoje à luz desses fatos. Sem dúvida, vemos sinais muito ominosos da aproximação da apostasia. Os eventos vindouros lançam suas sombras primeiro. Todo o ímpeto do pensamento e ensino religioso 'avançado' está na direção que esta escritura indica. Quando Deus é admitido no esquema de pensamento deles, Ele é relegado à distância e a Evolução preenche totalmente o primeiro plano. A Evolução é somente a frágil criação de suas próprias mentes, porém eles a capacitaram com poderes maravilhosos e a humanidade deve ser a suprema em importância, e não Deus. Além disso, eles esperam que os processos evolucionários não pararão com o homem como ele é hoje, mas continuarão até que um super-homem seja produzido. O quão simples e natural será então aclamar o homem do pecado, quando ele aparecer, como o super-homem há muito tempo esperado!"

Paulo estava advertindo que o mistério da iniquidade, que conseguiu se ocultar dos olhos da humanidade, um dia apareceria subitamente em uma furiosa torrente de iniquidade:

"... Paulo sabia muito bem que 'o mistério da iniquidade' já estava em operação, como ele nos diz no verso 7. O significado disso é que 'iniquidade', ou 'perversidade', em sua forma de 'mistério', ou 'segredo', já estava então percorrendo os corações dos homens. A ímpia auto-afirmação que irá brilhar à plena luz do dia no fim da dispensação estava ali no início, embora oculta no escuro. Portanto, a advertência era necessária."

"Portanto, isto é muito mais necessário para nós, que estamos vendo a chegada do fim dos tempos. Vamos dar ouvidos a isto. [Ele escreveu isto nos anos 1940s.]

Todos fixamos claramente em nossas mentes agora que a apostasia e a revelação do homem do pecado precisam preceder o dia do Senhor? A malignidade humana precisa alcançar o nível de uma inundação antes que o Senhor a trate no julgamento.

Ele então passa a discutir uma verdade da máxima importância a todo crente hoje. O arrebatamento precisa preceder a apostasia total, ele diz. Caso contrário, a presença na Terra do Espírito Santo impediria o profetizado transbordamento da iniquidade.

"Se isto estiver claro para nós, não teremos dificuldades em ver que a vinda do Senhor para Seus santos e nossa reunião com Ele nos ares precisa preceder a apostasia total. Os verdadeiros santos de Deus nunca apostatarão. Enquanto a verdadeira igreja de Deus estiver aqui, uma testemunha é mantida na Terra no poder do Espírito Santo e a apostasia em sua plenitude está impedida — as rodas das carruagens giram com dificuldade, pois os freios estão acionados com força."

Quando os freios forem subitamente liberados pelo Arrebatamento dos santos até o céu, a carruagem avançará até a colisão final que a aguarda.

"... A iniquidade é a essência do pecado. Ela é a rejeição de toda autoridade e da restrição controladora e, portanto, está em oposição mortal contra Deus. A iniquidade, que há muito tempo está em operação na Cristandade, em um modo misterioso ou oculto, como um fogo sufocado, irá acender de vez no iníquo."

"Mas, isto somente acontecerá quando os santos de Deus forem removidos da cena do conflito, pela vinda do Senhor para eles. No tempo presente, as forças do mal estão sob restrição — restrição é o significado das duas palavras detém e resiste no versos 2 Tessalonicenses 2:6-7. Há "o que o detém" e também "um que agora resiste". O primeiro, sem dúvida, refere-se ao Espírito Santo de Deus, que está neste tempo pessoalmente na Terra, como nunca esteve antes e nunca estará novamente. O segundo, acreditamos, refere-se à presença da igreja na Terra; a igreja sendo a casa de Deus, em que o Espírito Santo está habitando."

Em seguida, ele discute uma verdade gloriosa que raramente é mencionada e, certamente, nunca celebrada, na igreja morna de Laodiceia:

"Temos, provavelmente, apenas uma pequena concepção de quão grande é a restrição colocada sobre a operação da iniquidade pela presença [na Terra] dos santos de Deus. Eles podem ser pobres e frágeis, porém o Espírito de Deus que habita dentro deles é Todo-poderoso. Ocasionalmente, essa restrição é manifestada em estilo inconfundível, como, por exemplo, quando uma sessão espírita falha por causa da presença no prédio de algum cristão firme e zeloso. Isto, acreditamos, já aconteceu mais de uma vez. Quantos de nós já observaram como uma conversa ímpia em um sala ou escritório pára quando um declarado servo de Cristo entra subitamente no ambiente?"

"Quando a igreja for arrebatada até o céu e, portanto, o Espírito Santo não mais tiver uma casa na Terra, as consequências serão muito sérias e imediatas. A iniquidade reprimida será liberada com ímpeto no iníquo e, por um breve momento, a operação de Satanás terá abrangência total. Esse vindouro homem iníquo será inspirado por Satanás e exibirá sua energia em todos os detalhes. Observe como as expressões usadas são amplas. Satanás o apoiará com TODO o poder, até mesmo com sinais e maravilhas da mentira, para que TODO engano possível da injustiça seja usado contra os homens que ficaram para trás para perecer."

Ele descreve o assombroso poder de Satanás na Terra após o Espírito Santo, o restritor, partir. O homem perfeitamente obediente, Cristo Jesus, retornará à Terra sete anos mais tarde e, pessoalmente, subjugará o mais ímpio e rebelde de todos os homens, o Anticristo:

"Esta tremenda energia de Satanás continuará, mas por um curto tempo. O iníquo sendo revelado na Terra, será tratado de forma bem rápida. O Senhor Jesus, ao se revelar do céu, destruirá totalmente o iníquo, lançando-o vivo no lago de fogo, como diz Apocalipse 19:20. O quão apropriado é que esse homem profundamente iníquo e rebelde, a própria personificação da energia satânica, será tratado pessoalmente pelo Senhor Jesus, o homem perfeitamente submisso e obediente, a personificação do poder e majestade de Deus. Nenhum intermediário poderá intervir nesse conflito!"

Ele então faz algumas observações reveladoras sobre o julgamento de Deus no fim dos tempos. Muitos protestarão que os caminhos de Deus não são justos, exatamente como fizeram em Ezequiel 18:25,29. Eles negarão veementemente que Deus tenha o direito de julgar a humanidade ou de punir a injustiça, mas o homem, em sua condição caída, não consegue reconhecer a justiça de Deus:

"Também precisamos observar o quão justo Deus é ao lidar com os homens. Aqueles que caíram presas de todo o engano e injustiça, são exatamente aqueles que, quando ouviram a verdade, não a amaram. Sem amar a verdade, eles não acreditaram nela, pelo contrário, tiveram prazer na iniquidade. E, agora, o engano da injustiça os enlaça, eles acreditam na mentira e caem todos sob o julgamento de Deus. Anteriormente, Deus lhes enviou a verdade, o Evangelho chegou aos seus ouvidos, anunciado por homens que o pregavam 'com o Espírito Santo enviado dos céus' (1 Pedro 1:12). Agora, Deus envia um forte engano. Ele faz para eles o que fez no passado para o rebelde Israel, quando 'cegou os olhos deles e endureceu seus corações' (João 12:40; veja também Atos 28:26-27). Deus está sendo injusto ao agir assim? Não, muito pelo contrário, Ele está agindo com justiça do tipo mais estrito e exato."

Ele conclui resumindo a questão com algumas sentenças vigorosas:

"... Haverá primeiro a retirada para longe dos verdadeiros santos de Deus. Em seguida, a apostasia da Cristandade corrupta e abandonada. Finalmente, a remoção de tudo o que for repulsivo no julgamento de Deus."

"Nenhuma esperança será dada aqui para aqueles que rejeitaram o Evangelho. Não há indicação que haverá uma segunda chance após a vinda do Senhor para Seu povo. A afirmação solene é 'que sejam condenados TODOS que não creram na verdade, mas tiveram prazer na iniquidade.'"

A partir do exame de F. B. Hole da grande apostasia, podemos ver como uma apostasia venenosa estava fermentando abaixo da superfície da igreja professsa há muitos anos. Isto irá irromper com força explosiva somente quando a verdadeira igreja, ou remanescente, tiver deixado a Terra. Até este ponto, o Espírito Santo esteve restringindo à erupção do vulcão. Recebemos uma visualização prévia do poder de restrição do Espírito Santo quando, logo antes do Dilúvio — o grande julgamento mundial — o Senhor disse: "Não contenderá para sempre o meu Espírito com o homem..." [Gênesis 6:3].

A erupção, quando ocorrer, parecerá como um salto quântico na consciência, uma iluminação jubilosa, para a maior parte da humanidade. Haverá uma expectativa geral que esse tipo de transformação prenuncia a chegada iminente na Terra do próprio Deus em forma humana. Assim, quando aparecer em cena, o Anticristo já terá uma gigantesca audiência sentada, aguardando ansiosa para ouvir cada uma de suas palavras.

Um Diagnóstico Espiritual

O quão exatamente avançado é o estado existente de decadência dentro da igreja professa? Até aqui temos medido isto principalmente pela vulnerabilidade aos ataques. Sabemos que o perigo que ela enfrenta é espertamente camuflado, como um crocodilo movendo-se pelas águas turvas do rio Nilo. Até agora, tivemos de olhar atentamente para a escuridão e encontrar seus olhos predadores brilhando à luz da lua. Aqueles lindas pontos brilhantes indicam a presença de um perigo mortal, pairando próximo à superfície. De tempos em tempos podíamos ouvir uma breve movimentação nas águas e o grito sufocado de uma vítima indefesa, de quem nada restava no dia seguinte.

Tudo isto mudou profundamente em 2020, quando o crocodilo saiu da água e até sorriu para a câmera. Ele não fez esforço algum de esconder sua presença, mas abocanhou sua vítima à plena luz do dia. Depois de passar anos seguindo e assediando furtivamente, ele parecia satisfeito em poder despedaçar como queria, sabendo que nenhuma de suas futuras vítimas — sendo surdas e cegas — soaria o alarme.

A Serpente fez exatamente isto em 2020, quando ordenou que as igrejas do mundo todo fechassem suas portas, encerrassem a adoração em grupo, parassem de celebrar a Ceia do Senhor, deixassem de compartilhar o Evangelho e muitas outras coisas mais. E, a igreja professa — surda e cega — obedeceu!

A Mentira da Serpente

Durante os últimos dois mil anos tiranos e seus exércitos falharam em conseguir isto, mas a Serpente apareceu com uma mentira — uma mentira rasa e mal-disfarçada — e os pastores do mundo fizeram tudo o que a Serpente exigiu. Eles poderiam ter questionado a mentira, porém não fizerem isso. Eles poderiam ter expressado, em alta voz e publicamente, sua insatisfação com essas exigências absurdas, mas não deram um pio. Eles poderiam ter desafiado essa grosseira violação do nosso dever para com Deus, impetrando um mandado de segurança, mas também não fizeram isso. É muito fácil resumir tudo o que eles fizeram em defesa da Palavra de Deus, porque, para vergonha deles, não fizeram coisa alguma.

Felizmente, houve alguns pastores aqui e ali que se opuseram a esse ataque espiritual e choraram pela violência infligida contra a igreja, mas a vasta maioria não se opôs. De fato, muitos até exortaram suas congregações a observar com grande diligência as restrições impostas pelo Estado, como se quisessem mostrar para o mundo o quão leais e obedientes eles são.

O Estado precisa ser obedecido, eles diziam. Ele é a lei e a lei precisa ser observada. Os cristãos não podem desafiar a autoridade do governo civil.

Sério mesmo? Não há um único verso na Escritura que requeira que nos prostremos diante dos tiranos. Somente os homens mais vis fechariam as igrejas e permitiriam que as lojas de bebidas permaneçam abertas. A Palavra de Deus nos diz que "Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados." [Salmos 12:8]. Quando os líderes civis zombam e blasfemam do Senhor Deus, nossa lealdade deve ser ao Senhor, não ao homem.

Desde quando os maçons têm o direito de ameaçar os pastores que lideram seus rebanhos reunidos na adoração? Desde quando homens que reverenciam Osíris e os demais deuses do antigo Egito têm o direito de ameaçar um servo do Deus vivo? Desde quando um prefeito de Nova York tem o direito de ameaçar fechar permanentemente qualquer igreja que se atreva a abrir suas portas, como De Blasio fez? ("malignidade duplamente destilada, misturada em combinações estranhas, misteriosas e demoníacas" — Havner).

Os pastores da América se ajoelham diante de seus mestres maçons. Afinal, eles arrazoaram, o "isolamento total" durará somente algumas semanas. Então, depois de terem se encurvado a Osíris, eles poderiam voltar a servir o Senhor Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

A quem eles estavam tentando enganar?

O profeta Daniel enfrentou uma ordem de restrição similar. Ele apenas tinha de ser um bom menino durante 30 dias e fazer aquilo que seu senhor e mestre civil exigia. Aquilo era a lei, você sabe. Além disso, o que aconteceria se homens de reputação como ele decidissem desobedecer a um decreto real? O mundo estaria em caos e milhares poderiam morrer.

Contudo, os mesmos pastores que pregam a história de Daniel e professam acreditar na verdade que ela retrata, estão mais do que safisfeitos em brincar com o aplicativo de videoconferências Zoom durante algumas semanas e ignorar aquilo que o Espírito Santo os comissionou a fazer. Aqueles que professam defender o Evangelho e pregar Cristo crucificado estão satisfeitos, por um tempo, em se submeterem a Osíris e negar a Cristo Jesus.

Isto não é nada mais que hipocrisia. Eles não têm vergonha?

A Ceia do Senhor

Considere a Ceia do Senhor, um rito de grande significado espiritual na vida de todo fiel cristão. Quando ela foi celebrada pela última vez por uma congregação reunida nos Estados Unidos... ou Europa... ou Austrália? Jesus disse para nos reunirmos regularmente e respeitosamente lembrar Sua obra no Calvário, vendo no pão sua carne e no vinho Seu sangue.

Os romanos tentaram impedir os cristãos, fazendo o mesmo durante as grandes perseguições de imperadores como Diocleciano, Valeriano e Décio. Em vez de executar todos os ofensores, eles lhes davam a oportunidade de oferecer incenso ou uma libação aos deuses de Roma e, quando eles faziam isso, recebiam um certificado conhecido como libellus. Esses certificados poderiam ser apresentados mais tarde como prova que o portador tinha cumprido as leis religiosas de Roma.

Os maçons e marxistas que impuseram o "isolamento total" tinham uma ideia muito parecida, colocando os cristãos em uma posição em que eles podiam negar a Cristo (e ter uma vida tranquila) ou honrar e manter Seu santo nome (e sofrer as consequências).

É um sinal de quão severamente desviada do bom caminho a igreja professa está que a Ceia do Senhor seja tratada com tão pouco respeito. Não passa pela cabeça dos pastores e pregadores preocupados que a conduta deles possa desagradar a Deus? Já passou pela cabeça deles refletir e orar sobre o que a Palavra de Deus ensina com relação à importância espiritual singular dessa cerimônia?

Consequências

Aparentemente, os milhares de pastores que presidiram sobre esta pecaminosa negligência estavam certos que a inação deles não teria consequências. Mas, eles estavam enganados.

Como sabemos? Vamos nos voltar para a Primeira Epístola aos Coríntios. Nela, o apóstolo Paulo fala da justa retribuição que certos cristãos coríntios trouxeram sobre si mesmos quando trataram a Ceia do Senhor com desrespeito:

"Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem." [1 Coríntios 11:27-30].

Neste contexto, "dormir" significa "morrer".

Esta cerimônia é tão preciosa aos olhos do Pai Celestial que aqueles que participavam dela "indignamente" — e mostravam desrespeito por Seu Filho — sofriam sérios problemas de saúde como resultado e alguns até morreram.

O quão "dignos" são aqueles pastores que, tendo se comprometido com a celebração dessa santa cerimônia, com a congregação reunida regularmente, serem subitamente preparados para deixar de fazer isso durante vários meses?

O culto da Maçonaria em Washington DC, ajudada e incentivada pelos governadores maçons que administram os diversos estados, disse: "Parem!" — e os pastores pararam! Ele nem sequer se incomodaram em questionar a estupidez do decreto ou solicitaram evidências científicas convincentes que a celebração da Ceia do Senhor — em um parque público aberto, por exemplo, colocaria ALGUÉM em risco.

O culto tenebroso de Osíris conspirou contra o Cristianismo, inventando estratagemas espúrios e imaginários para impedir e proibir a adoração cristã. Os cristãos em toda a parte devem ver isto por aquilo que é, um esquema sinistro fabricado por Satanás e seu time de blasfemadores aqui na Terra.

Não ignoramos os ardis deles. Compreendemos o propósito vil que está por trás de seus esquemas tortuosos, suas mentiras infantis e suas desavergonhadas zombarias de tudo o que é santo.

O Caminho de Três Dias

Outra passagem da Escritura lança luz adicional sobre a sublime e imutável posição da adoração cristã aos olhos de um Deus tremendamente santo:

"E eles disseram: O Deus dos hebreus nos encontrou; portanto deixa-nos agora ir caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrificios ao SENHOR nosso Deus, e ele não venha sobre nós com pestilência ou com espada." [Êxodo 5:3].

O Deus do céu e da Terra estava chamando Seu povo para sair do Egito. A jornada de três dias, desde Gosém até o deserto do Sinai, os teria levado para além das fronteiras do Egito, até um lugar onde eles poderiam adorar ao Senhor em grupo. Observe as palavras de encerramento: "e ele não venha sobre nós com pestilência ou com espada" Se eles deixassem de fazer como o Senhor mandou, o julgamento divino cairia sobre os israelitas, não apenas sobre os egípcios!

Os israelitas não poderiam sacrificar ao Senhor no Egito, pois os animais prescritos para este propósito eram sagrados para os egípcios e não poderiam ser usados em sacrifício. Assim, de modo a adorar ao Senhor, eles tinham de sair do alcance jurídico/legislativo do Egito. Porém, se deixassem de fazer isso, o Senhor os sujeitaria à severa retribuição pela espada de seus inimigos, ou enviando uma praga mortal entre eles, com uma alta taxa de mortalidade.

Quantos pregadores hoje já expuseram esta passagem como deveriam? Foi um privilégio incrível para os israelitas serem selecionados pelo Senhor e colocados à parte para adorá-Lo. Entretanto, tendo aceito essa honra impressionante, eles sofreriam sérias punições se deixassem de continuar conforme acordado e de cumprir suas obrigações.

"Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade." [Salmos 29:2].

O Calvário resolveu para sempre a questão do sacrifício, porém não diminuiu de modo algum a beleza da santidade — expressa por meio da adoração vinda do coração. Toda a verdadeira adoração exalta e magnifica aos olhos do Pai o perfeito sacrifício feito por Seu Filho no Calvário. Isto é tão especial, até agradável, ao Pai hoje quanto foi no tempo do Êxodo.

Os faraós modernos — os grandes magos da Maçonaria que adoram Osíris — desprezam a adoração cristã. Eles querem dar fim a ela, não atacando-a diretamente, mas induzindo os cristãos a permanecerem no Egito e se submeterem às suas exigências pagãs. Os grandes magos fazem as regras que o restante da sociedade precisa obedecer — "por que é a lei". Assim, os cristãos estão dispostos a se submeterem à autoridade deles e lançarem de lado a fidelidade ao único Deus verdadeiro. Afinal, embora vivendo no Egito, eles ainda podem utilizar o aplicativo Zoom Vídeo e satisfazer qualquer desejam que possam ter pela "adoração".

Eles sacrificariam um cordeiro com um defeito físico sério? Não, porém não veem problemas em oferecer uma adoração cibernética sintética e esperam que com isso agradarão a Deus.

Olhando Novamente para o Exemplo de Daniel

Olhe novamente para Daniel. Ele foi para seu quarto para adorar ao Deus vivo três vezes ao dia — exatamente como sempre fazia. E, ele fez isso voltado para Jerusalém — como sempre fazia. E ele abriu suas janelas — como sempre fazia. E ele orou em voz alta — como sempre fazia. Para ele, nenhuma lei criada pelo homem poderia violar seu direito de adorar ao Senhor, exatamente como ele sempre fez. Mesmo se isso custasse sua vida.

Paulo estava falando para cada um de nós hoje — e para a alma morna da arruinada igreja de Laodiceia — quando disse:

"Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa... E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé não é de todos." [2 Tessalonicenses 2:15, 3:2].

Precisamos dar ouvidos ao que a Palavra de Deus diz — "Permaneçam firmes!"

Os homens ímpios e insensatos de hoje, o exército oculto de marxistas e maçons, que estão fazendo tudo o que podem para tornar a adoração cristã inviável e indefensável, são manipuladores e vigaristas habilidosos. A maior parte dos cristãos nem sequer sabe que a igreja está sob ataque. Além disso, os poucos que sabem não estão dispostos a acreditar que o ataque é altamente organizado ou que as pessoas que estão por trás disso, homens e mulheres de reputação — que parecem ser normais e soam tão genunínos — são, na realidade, mentirosos e enganadores.

É por isto que os cristãos hoje não estão dispostos a dar ao Senhor a glória devida ao Seu nome, a vir diante Dele e adorá-Lo na beleza da santidade, a ir até Seus tabernáculos e prostrar-se ante o escabelo de Seus pés (Salmos 132:7). Homens ímpios e insensatos criaram leis idiotas para dissuadi-los, para mantê-los em servidão e submissos às vontades e blasfêmias dos grandes magos e de seus deuses.

Os Perdidos Estão Abandonados

As almas perdidas, também, estão esquecidas. Elas foram abandonadas. Elas não mais são importantes. A salvação delas não é essencial. Apenas mantenham as lojas de bebidas abertas.

Os grandes magos proíbem o evangelismo, de modo que os pastores e pregadores — que deveriam denunciar veementemente esta obscenidade — simplesmente viram-se para o outro lado e obedeceram às ordens.

É chocante pensar que, depois da passagem de quase dois mil anos, a igreja professa ficou reduzida a isto, um clube exclusivo que até seus próprios membros não se incomodam em frequentar.

Como os perdidos encontrarão a Cristo se a igreja professa continuar a se comportar assim?

"Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas." [Romanos 10:13-15].

Conclusão

O que a Palavra de Deus pede que façamos, à medida que vemos o dia se aproximando?

"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia." [Hebreus 10:25].

E o que o Maligno quer que façamos: "Ignorem a reunião uns com os outros e abandonem a comunhão cristã."

A voz de quem seus pastores e pregadores estão ouvindo?

Quanto aos cristãos professos, que antes se reuniam juntos em adoração, podem eles seriamente acreditar que são um sacerdócio real? Eles estão apresentando os louvores daqueles que os salvou?

"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." [1 Pedro 2:9].

Caminhamos em trevas quando permitimos que aqueles que vivem nas trevas interpretam a Palavra de Deus por nós e nos digam o que ela quer dizer. Desde quando maçons e marxistas decidem o que nós, como cristãos, podemos e não podemos fazer? Desde quando eles determinam o que é aceitável para Deus? Aqueles que afirmam caminhar com Jesus Cristo, mas recebem orientações dos servos das trevas são estranhos à comunidade cristã.

"Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado." [1 João 1:6-7].

Observem bem estas palavras — "temos comunhão uns com os outros". Comunhão! Não um covarde isolamento diante de uma câmera do aplicativo Zoom!

É uma vergonha que tantos pastores se recusem a ver isto por aquilo que é, que eles tenham preferido receber orientações dos filhos da desobediência. Como diz a Palavra de Deus, eles são mentirosos. Eles não O conhecem:

"E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade." [1 João 2:3-4].

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Autor: Jeremy James, estudo em http://www.zephaniah.eu
Data da publicação: 22/6/2020
Transferido para a área pública em 23/9/2021
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/apostasia.asp