A Cabala Secreta — Parte 5

Autor: Stanley Monteith, agosto de 2010.

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Caro amigo da Radio Liberty:

"A frivolidade desse grupo pode ser vista na afirmação feita por Margot Tennant que ela obteve para Milner sua indicação para a Secretaria da Receita em 1892 simplesmente escrevendo e pedindo para Balfour, após manter um rápido interlúdio romântico com Milner no Egito. Como disse um respeitável acadêmico amigo meu, esse grupo fazia tudo de modo frívolo, incluindo a entrada na Guerra dos Bôeres e na Primeira Guerra Mundial." [1; professor Carroll Quigley, The Anglo-American Establishment, pág. 31.].

"O quadro é aterrorizador porque esse poder, independente dos objetivos para os quais esteja direcionado, é grande demais para ser entregue com segurança a um grupo qualquer... Nenhum país que valorize sua segurança deve permitir aquilo que o Grupo de Milner obteve na Grã-Bretanha — isto é, que um número pequeno de homens seja capaz de deter tal poder na administração e na política, receba um controle quase completo sobre a publicação dos documentos relacionados com suas ações, seja capaz de exercer influência sobre os canais de notícias que criam a opinião pública e consiga monopolizar de forma tão completa a publicação e o ensino da história do seu próprio período." [2; professor Carroll Quigley, Ibidem, pág. 197.].

"28 de junho: O arquiduque austríaco Francisco Fernando é assassinado e isto serve como catalisador para o início da Primeira Guerra Mundial. Em 20 e 29 de julho, o Secretário de Estado britânico, Sir Edward Grey [próximo do grupo de Milner política, intelectual e socialmente, de acordo com o professor Quigley — editor] fará certas declarações para o embaixador alemão (príncipe Karl Max Lichnowsky) que não deixam claro que a Grã-Bretanha entrará no conflito (a Primeira Guerra Mundial) se a Alemanha entrar na guerra." [3; Dr. Dennis Cuddy, The Globalists, pág. 32.].

"Sua Alteza Real, o príncipe Henrique, foi recebido por Sua Majestade, o rei Jorge V, em Londres, que o encarregou de transmitir verbalmente para mim que a Inglaterra permaneceria neutra se a guerra fosse deflagrada no continente europeu envolvendo a Alemanha e a França, Áustria e Rússia. Esta mensagem foi telegrafada para mim por meu irmão de Londres, após sua conversa com S. M. o rei, e repetida verbalmente no dia 29 de julho." [4; James, W. Gerald, My First Eighty-Three Years in America, excerto de um telegrama enviado pelo Kaiser alemão ao presidente Wilson; pág. 218.].

A carta da Radio Liberty do mês passado discutiu a origem da Primeira Guerra Mundial. Cecil Rhodes, Alfred Milner e a maioria dos membros da sua cabala eram maçons, ou estavam envolvidos em outras organizações ocultistas. Além disso, um maçom alemão contou ao Kaiser que a loja maçônica do Grande Oriente orquestrara os eventos que levaram à Grande Guerra.

Acredito que ambos os grupos estiveram envolvidos, mas eles foram ajudados por líderes de outros países que também estavam envolvidos no ocultismo. [5].

Que parte o Grupo de Milner (a sociedade secreta de Cecil Rhodes) desempenhou? Sir Edward Grey, o Secretário das Relações Exteriores do governo britânico, estava intimamente afiliado com o Grupo de Milner; ele conseguiu convencer os líderes da Rússia e da França a assinarem tratados secretos em que se comprometiam a se unirem à Inglaterra se houvesse uma grande guerra na Europa. Vários anos mais tarde, quando a Primeira Guerra Mundial era iminente, Sir Edward Grey negou a existência dos acordos secretos porque o gabinete e o povo britânico não queriam se envolver em uma guerra europeia. [6].

O professor Quigley pesquisou aquele período de tempo. Ele admirava o objetivo idealista do Grupo de Milner (o Bloco de Cecil), mas eles não estavam preocupados com as consequências de suas ações. O professor Quigley escreveu o seguinte em seu livro The Anglo-American Establishment:

"A segunda geração do Bloco de Cecil era famosa naquele tempo... Esse grupo, que borboleteava de uma grande casa de campo para outra, ou de um evento social espetacular para outro nas residências urbanas de seus maiorais, foi preservado para a posteridade nos volumes autobiográficos de Margot Tennant Asquith... A frivolidade desse grupo pode ser vista na afirmação feita por Margot Tennant que ela obteve para Milner sua indicação para a Secretaria da Receita em 1892 simplesmente escrevendo e pedindo para Balfour, após manter um rápido interlúdio romântico com Milner no Egito. Como disse um respeitável acadêmico amigo meu, esse grupo fazia tudo de modo frívolo, incluindo a entrada na Guerra dos Bôeres e na Primeira Guerra Mundial." [7].

O professor Quigley descreveu o poder aterrorizador do Grupo de Milner:

"A influência da Chattam House aparece em sua verdadeira perspectiva, não como a influência de um corpo autônomo, mas como meramente um dos muitos instrumentos no arsenal de outra potência. Quando a influência que o Instituto [NT: Chattam House é a sede do Instituto Real das Relações Internacionais, o RIIA (Royal Institute of International Affairs), de modo que os dois termos são usados aqui de forma intercambiável.] possui é combinada com a influência controlada pelo Grupo de Milner em outros campos — na educação, na administração, nos jornais e revistas — um quadro realmente aterrorizador começa a aparecer. Esse quadro não é chamado de aterrorizador porque o poder do Grupo de Milner era usado para fins malignos. Não era. Pelo contrário, geralmente ele era usado com as melhores intenções no mundo — mesmo se essas intenções fossem tão idealistas que poderiam ser chamadas de acadêmicas. O quadro é aterrorizador porque esse poder, independente dos objetivos para os quais esteja direcionado, é grande demais para ser entregue com segurança a um grupo qualquer... Nenhum país que valorize sua segurança deve permitir aquilo que o Grupo de Milner obteve na Grã-Bretanha — isto é, que um número pequeno de homens seja capaz de deter tal poder na administração e na política, receba um controle quase completo sobre a publicação dos documentos relacionados com suas ações, seja capaz de exercer influência sobre os canais de notícias que criam a opinião pública e consiga monopolizar de forma tão completa a publicação e o ensino da história do seu próprio período." [8].

Muito pouco mudou desde aquele tempo. A sociedade secreta de Cecil Rhodes incitou a Guerra dos Bôeres e criou o Grupo de Milner (1902), o Grupo de Milner criou o Grupo da Mesa Redonda (1909), o Grupo da Mesa Redonda incitou a Primeira Guerra Mundial e criou o Instituto Real das Relações Internacionais (RIIA) em 1919, e o Conselho das Relações Internacionais (o CFR) em 1921. O CFR e o RIIA criaram o Grupo Bilderberg em 1954, e a Comissão Trilateral em 1973. No tempo presente, as organizações (CRF, RIIA, Grupo Bilderberg e Comissão Trilateral) têm "um controle quase completo sobre a publicação de documentos relacionados com suas ações', elas "exercem... influência sobre os canais de notícias que criam a opinião pública" e "monopolizam... de forma completa a publicação e o ensino da história do seu próprio período." [9].

Como Sir Edward Grey precipitou a Primeira Guerra Mundial? O Kaiser Guilherme II escreveu:

"Delcasse também tem uma grande parcela de culpa pela Guerra Mundial e Grey uma parcela ainda maior, pois foi o líder espiritual da 'política de fazer um círculo ao redor', que ele fielmente levou adiante e trouxe à conclusão." [10].

O Dr. Dennis Cuddy pesquisou aquele período e escreveu:

"28 de junho: O arquiduque austríaco Francisco Fernando é assassinado e isto serve como catalisador para o início da Primeira Guerra Mundial. Em 20 e 29 de julho, o Secretário de Estado britânico, Sir Edward Grey [próximo do grupo de Milner política, intelectual e socialmente, de acordo com o professor Quigley — editor] fará certas declarações para o embaixador alemão (príncipe Karl Max Lichnowsky) que não deixam claro que a Grã-Bretanha entrará no conflito (a Primeira Guerra Mundial) se a Alemanha entrar na guerra." [11].

Em 1905, Sir Edward Grey planejou a "política de fazer círculos em volta" que levou à Guerra Mundial. Ele implementou a política quando se tornou Secretário das Relações Exteriores em 1906, e enganou o Kaiser em 1914 porque não queria que ele mediasse a disputa entre a Sérvia e a Áustria. [12].

Uma das melhores fontes de informações sobre os eventos que ocorreram naquele tempo é o livro do embaixador James Gerard, My First Eighty-Three Years in America. Gerard era embaixador dos EUA na Alemanha em 1914 e, embora não estivesse ciente da agenda dissimulada do Grupo de Milner, reconheceu o fato que Sir Edward Grey precipitou a Grande Guerra.

O embaixador Gerard escreveu:

"Nesta questão da deflagração da guerra, é preciso observar que Sir Edward Grey perdeu uma grande oportunidade. Se, no início, ele tivesse dito ao embaixador alemão que a Inglaterra iria à guerra contra a Alemanha... o mundo poderia ter sido poupado de uma grande guerra — uma guerra que lançou as sementes para outra guerra ainda maior vinte e cinco anos mais tarde." [13].

A Áustria declarou guerra contra a Sérvia em 28 de julho, a Alemanha invadiu a Bélgica em 3 de agosto e o embaixador Gerard visitou o Kaiser Guilherme II em 10 de agosto.

O embaixador Gerard escreveu:

"No início de agosto de 1914, o presidente Wilson me enviou uma mensagem por meio do Departamento de Estado dizendo que os Estados Unidos estavam prontos a qualquer tempo para fazerem o papel de mediador entre as potências beligerantes. Ele me instruiu a apresentar essa proposta ao imperador pessoalmente. Uma audiência com o imperador [o Kaiser — editor] foi conseguida para mim na manhã do dia 10 de agosto. O imperador estava sentado a uma mesa de ferro no pequeno jardim do palácio em Berlim... Em linguagem formal, apresentei minha oferta. Ela foi rejeitada. Em seguida, o imperador me convidou para sentar e conversar com ele..."

"O imperador, em uma das poucas ocasiões em que eu o vi com um semblante pensativo, hesitou por alguns momentos e então disse lentamente: '— Não, a entrada dos ingleses mudou toda a situação. Eles são um povo obstinado e nunca deixarão de lutar."

Após alguma discussão adicional, o imperador me disse que enviaria uma mensagem pessoal ao presidente Wilson em resposta à sua oferta. Ele então escreveu a lápis, em um bloco de anotações de mensagens de telégrafo que estava sobre sua mesa, uma mensagem pessoal ao presidente... De maior interesse histórico é aquela parte da mensagem que se refere a Sir Edward Grey, o ministro britânico das Relações Exteriores, e à violação da neutralidade belga.

A mensagem dizia o seguinte:

Para o presidente dos Estados Unidos pessoalmente: em 10/agosto/14.

"1: Sua Alteza Real, o príncipe Henrique, foi recebido por Sua Majestade, o rei Jorge V, em Londres, que o encarregou de transmitir verbalmente para mim que a Inglaterra permaneceria neutra se a guerra fosse deflagrada no continente europeu envolvendo a Alemanha e a França, Áustria e Rússia. Essa mensagem foi telegrafada para mim por meu irmão de Londres, após sua conversa com S. M. o rei, e repetida verbalmente no dia 29 de julho." [14].

A mensagem do rei convenceu o Kaiser Guilherme II que não haveria uma grande guerra, de modo que ele não tentou mediar a disputa entre a Sérvia e a Áustria. Por que o rei da Inglaterra enganou seu primo, o Kaiser alemão? O Grupo de Milner e seus apoiadores controlavam o governo britânico; Lord Asquith era o primeiro-ministro, Sir Edward Grey era o Secretário das Relações Exteriores, Lord Haldane era o Secretário da Guerra, e Lord Esher era o assessor pessoal do rei. [15].

Quem era Lord Esher? Era um dos quatro membros fundadores da sociedade secreta de Cecil Rhodes e assessor pessoal do rei. Lord Esher acreditava que a guerra vindoura regeneraria as nações do mundo. Isto é verdade? Sou devedor ao Dr. Dennis Cuddy por chamar minha atenção para as seguintes anotações no diário de Lord Esher:

Em 3 de agosto de 1917, Lord Esher escreveu o seguinte em seu diário pessoal:

"Nenhum americano provavelmente morrerá antes de novembro. Isto é uma pena, pois o presidente Wilson pode precisar ser firmado antes disso e somente a morte de jovens soldados americanos poderá garantir essa estabilidade."

Mais tarde naquele dia, Lord Esher escreveu uma carta a L. B.:

"Ninguém pode realmente dizer que os sofrimentos do mundo foram em vão; pois eles regeneraram todas as nações e a nossa, em particular. Pode haver qualquer dúvida que a guerra foi feita para o progresso e não para o retrocesso?" [16].

Foram 21 milhões de mortos durante a Grande Guerra e 50 milhões de feridos. Será se isto regenerou o mundo?

Oito dias mais tarde (em 11 de agosto de 1917), Lord Esher escreveu:

"O Sr. Henry Morgenthau [futuro Secretário do Tesouro dos EUA durante o governo Roosevelt — NT] me pediu para telefonar para ele... Ele foi um dos principais apoiadores do presidente Wilson na campanha eleitoral e possui a amizade e confiança do presidente..."

"Desde o dia da eleição até ao dia em que a América declarou guerra, o presidente Wilson e seus amigos mantêm continuamente em vista a regeneração moral de seu país; e é com esse objetivo diante deles que, a despeito dos horrores da guerra, eles estão preparados para sacrificar as vidas dos cidadãos americanos. A guerra parece para esses idealistas uma Cruzada..."

"O Sr. Morgenthau está ciente e compreende a importância sobre a moral do Exército e do povo francês de cimentar a Aliança derramando sangue americano o mais cedo que for possível."

"Se muitas vidas têm de ser sacrificadas, a influência sobre o povo americano somente pode ser benéfica." [17].

O embaixador Gerard registrou a mensagem do Kaiser para o presidente Wilson. O Kaiser escreveu:

"2. Meu embaixador em Londres transmitiu uma mensagem de Sir. E. Gray para Berlim dizendo que somente caso a França estivesse correndo o risco de ser esmagada é que a Inglaterra interferiria." [18].

A mensagem do rei e a mensagem de Sir Edward Gray convenceram o Kaiser que não havia risco de uma grande guerra, de modo que ele não tentou mediar a disputa. A Sérvia se mobilizou durante a última semana de julho, a Áustria declarou guerra contra a Sérvia em 28 de julho e suspeito que o movimento maçônico ocupava cargos-chave em ambos os governos.

"3. No dia 30, meu embaixador em Londres reportou que Sir Edward Grey, durante uma conversa 'particular' lhe disse que se o conflito permanecesse localizado entre a Rússia — não a Sérvia — e Áustria, a Inglaterra não se moveria, mas se nós entrássemos na luta, ela tomaria decisões rápidas e medidas graves; isto é, se eu deixasse minha aliada Áustria na mão e lutando sozinha, a Inglaterra não me tocaria." [19].

Neste ponto, o Kaiser, confuso com as mensagens conflitantes, escreveu:

"4. Sendo esta comunicação diretamente contrária à mensagem do rei para mim, telegrafei para S. M. (o rei) no dia 29 ou 30, agradecendo por suas gentis mensagens enviadas por meio de meu irmão e implorando para ele usar todo seu poder para impedir que a França e a Rússia — suas aliadas — fizessem quaisquer preparativos de guerra calculados para prejudicarem meu trabalho de mediação, dizendo que eu estava em constante comunicação com S. M. o czar. Na noite, o rei gentilmente me respondeu que tinha ordenado que seu governo usasse toda a influência possível com seus aliados para evitar que eles tomassem quaisquer medidas militares provocativas. Ao mesmo tempo, S. M. me perguntou se eu transmitiria para Viena a proposta britânica que a Áustria fizesse de Belgrado e de algumas outras pequenas cidades sérvias uma faixa de país, como uma 'main-mise' [NT: expressão francesa para domínio, ou área de influência.], para garantir que as promessas sérvias no papel fossem cumpridas de verdade. Essa proposta foi no mesmo momento telegrafada para mim de Viena para Londres, quase em conjunção com a proposta britânica; além disso, eu tinha telegrafado para S. M. o czar [outro primo do Kaiser — editor] o mesmo como uma ideia minha, antes de eu ter recebido as duas comunicações de Viena e de Londres, pois ambas eram da mesma opinião."

"5. Transmiti imediatamente os telegramas de Viena para Londres e vice-versa. Senti que seria capaz de reverter a situação e fiquei contente com a possibilidade da paz." [20].

O Kaiser tentou mediar a crise. Por que ele fracassou? Os maçons queriam destruir as monarquias europeias. O Grupo de Milner queria unir o mundo e o movimento ocultista queria derramar o sangue de milhões de pessoas.

O Kaiser Guilherme continuou:

"6. Enquanto eu estava preparando uma nota para S. M. o czar na manhã do dia seguinte para informá-lo que Viena, Londres e Berlim tinham concordado com o tratamento das questões, recebi o telefonema de Sua Excelência o chanceler que na noite anterior o czar tinha dado a ordem de mobilizar todo o Exército Russo, o que, é claro, também significava contra a Alemanha; até então os exércitos do sul tinham sido mobilizados contra a Áustria." [21].

Por que o czar mobilizou seu exército e precipitou a Primeira Guerra Mundial?

O professor Quigley descreveu os eventos que levaram à guerra:

"A Sérvia, confiante no apoio russo, enviou à Áustria uma resposta parcialmente favorável, parcialmente evasiva e, em pelo menos um aspecto em particular (o uso de juízes austríacos nos tribunais sérvios) negativa. A Sérvia se mobilizou antes de enviar a resposta; a Áustria se mobilizou assim que a resposta foi recebida e, em 28 de julho, declarou guerra. O czar russo, sob severa pressão de seus generais, emitiu, se retratou, modificou e reemitiu uma ordem para a mobilização geral. Como o planejamento militar alemão para uma guerra em duas frentes especificava que a França precisaria ser derrotada antes que a mobilização russa fosse completada, a França e a Alemanha ordenaram ambas a mobilização em 1 de agosto e a Alemanha declarou guerra à Rússia. Quando as tropas alemãs começaram a se deslocar para a região oeste, a Alemanha declarou guerra à França (em 3 de agosto) e à Bélgica (4 de agosto). A Grã-Bretanha não podia permitir que a França fosse derrotada e, além disso, estava moralmente comprometida pelas conversações militares de 1906-1914 e pelo Acordo Naval de 1912. Além disso, o desafio alemão nos oceanos, nas atividades comerciais em todo o mundo e nas atividades coloniais na África não podia ficar sem ser respondido. Em 4 de agosto, a Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha, enfatizando a iniquidade de seu ataque à Bélgica, embora na reunião do gabinete de 29 de julho, houve concordância que esse ataque, se ocorresse, não obrigaria legalmente a Grã-Bretanha a ir à guerra. Embora essa questão tenha sido divulgada entre a população e discussões intermináveis tenham ocorrido sobre a obrigação da Grã-Bretanha de defender a neutralidade da Bélgica pelos termos do Tratado de 1839, aqueles que tomaram a decisão viram claramente que a razão real para a guerra era que a Grã-Bretanha não podia permitir que a Alemanha derrotasse a França." [22].

A maioria dos historiadores apresenta esta explicação hoje porque não percebe que os maçons e o grupo de Milner incitaram a guerra. O Kaiser Guilherme II propôs interromper a invasão da França, mas Sir Edward Grey ignorou a oferta.

O Kaiser Guilherme continuou:

"7. Em um telegrama de Londres, meu embaixador me informou que compreendia que o governo britânico garantiria a neutralidade da França e desejava saber se a Alemanha se absteria de atacar. Telegrafei para S. M. o rei pessoalmente que a mobilização, sendo já executada, não poderia ser parada, mas se S. M. pudesse garantir com suas forças armadas a neutralidade da França, eu me absteria de atacá-la, a deixaria em paz e empregaria minhas tropas em outro lugar. S. M. me respondeu que achava que minha oferta estava baseada em um mal-entendido; e, tanto quanto posso lembrar, Sir. E. Grey nunca considerou seriamente minha oferta. Ele nunca a respondeu. Em vez disso, declarou que a Inglaterra tinha de defender a neutralidade da Bélgica, que teve de ser violada pela Alemanha por razões estratégicas, pois notícias tinham sido recebidas que a França já estava se preparando para entrar na Bélgica, e o rei belga tinha rejeitado meu pedido de uma passagem livre com a garantia de liberdade para seu país. Sou muito agradecido pela mensagem do presidente." Guilherme, H. R. [23].

Por que o rei da Inglaterra e Sir Edward Grey enviaram mensagens conflitantes ao Kaiser? Por que Sir Edward Grey não aceitou a oferta do Kaiser de parar a invasão da França? Por que o rei da Bélgica não deu ao Exército alemão a permissão de transitar por seu país? Ainda existe muito mais para contar, porém terei de deixar para a carta do próximo mês.

O presidente Obama afirma que a recessão acabou, mas isto não é verdade. O governo Bush forneceu 750 bilhões de dólares para os bancos recuperarem seus ativos podres com o programa TARP, de 2008. O governo Obama alocou 862 bilhões de dólares para estimular a economia em 2009, o Sistema da Reserva Federal pagou 1,7 trilhão de dólares aos grandes bancos pelos CDOs (Collateralized Debt Obligations) problemáticos em 2010 e, de acordo com o site de notícias econômicas Bloomberg (em novembro de 2008), o governo federal gastará 8,5 trilhões de dólares para estimular a economia. O que o governo conseguiu até agora? A taxa oficial de desemprego está em 9,6%, mas a real é superior a 21%, quase um milhão de pessoas perderão suas casas neste ano, e o PIB caiu de 3,5% no primeiro trimestre para 1,68% no segundo trimestre de 2010. Por que a gigantesca infusão de fundos não ressuscitou a economia dos EUA? Acredito que a Irmandade das Trevas esteja tentando destruir o país e transferir a produção industrial para a Ásia, onde o PIB está crescendo na faixa de 8-10% ao ano.

O que você pode fazer? Pode se revestir de toda a armadura de Deus e permanecer firme contra os ardis dos homens ímpios que controlam o país, porque:

A nossa força nada faz;
Estamos, sim, perdidos.
Mas, nosso Deus socorro traz
E somos protegidos.
Defende-nos Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus;
E, sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha. [24].

Barbara e eu agradecemos seu suporte fiel e também suas orações.

Em Cristo,

Stanley Monteith.

Referências

  1. Carroll Quigley, The Anglo-American Establishment, Books in Focus, 1981, pág. 31.
  2. Ibidem, pág. 197.
  3. Dr. Dennis Cuddy, The Globalists: The Power Elite Exposed, Hearthstone Publishing, 2001, pág. 32.
  4. James W. Gerard, My First Eight-Three Years in America, Doubleday & Company, 1951, pág. 218.
  5. Carroll Quigley, op. cit., págs. 31-32.
  6. Viscount Grey of Fallodon, Twenty-Five Years: 1892-1916, Frederick A. Stokes, Vol. II, New York, 1926, págs. 15-17. Veja também: http://www.answers.com/topic/1st-viscount-edward-grey-grey-of- fallodon.
  7. Quigley, op. cit., pág. 31.
  8. Ibidem, pág. 197.
  9. Barry Goldwater, With No Apologies, William Morrow and Company, Inc., 1979, págs. 280-286.
  10. Wilhelm II, The Kaiser's Memoirs, Harper & Brothers Publishers, New York, 1922, pág. 257.
  11. Dr. Dennis Cuddy, op. cit.
  12. Bertrand Russell, Autobiography of Bertrand Russell, Routledge, New York, 1967, pág. 156.
  13. James W. Gerard, op. cit., pág. 255.
  14. Ibidem, pág. 217.
  15. http://www.firstworldwar.com/bio/politicians.htm.
  16. Reginald Esher, Journals and Letters of Reginald Viscount Esher, Ivor, Nicholson and Watson, Londres, 1938, págs. 131-132.
  17. Ibidem, págs. 133 e 135.
  18. Gerard, op. cit., pág. 218.
  19. Ibidem.
  20. Ibidem, págs. 218-219.
  21. Ibidem.
  22. Carroll Quigley, Tragedy and Hope: A History of the World in Our Time, The Macmillan Company, New York, 1966, pág. 225.
  23. Gerard, op. cit., págs. 219-220.
  24. Martinho Lutero, segunda estrofe do hino Castelo Forte, http://nethymnal.org/htm/m/i/mightyfo.htm.

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Autor: Stanley K. Monteith (Radio Liberty em http://www.RadioLiberty.com)
Data da publicação: 3/12/2010
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: https://www.espada.eti.br/cabala-5.asp